No Telão


Top Gun: Maverick

Direção Joseph Kosinski (Mai 2022)
Direção Joseph Kosinski (Mai 2022)




          Após três décadas da formação do capitão Pele Mitchell (Tom Cruise), a Marinha Americana ainda pode contar com o talento e a destreza de Maverick em uma "missão impossível". Tom Cruise, no papel principal, acostumado com esses desafios, volta as telas para nos surpreender com a sequência de Top Gun, que, fugindo aos padrões de continuações cinematográficas, não tem a passagem de bastão do herói. O longa mostra o aprendizado e a experiência nas carreiras dos pilotos Maverick e do agora Almirante, Kazanski "Iceman" (Val Kilmer). Traz também uma nostalgia para a geração que pôde assistir o filme de 1986 além de encantar as gerações mais novas que certamente assistirão o primeiro filme, caso não tenham feito. O piloto de testes, agora mais maduro, tem a missão de passar o seu aprendizado e experiência para a nova geração da Top Gun. Com pouca didática, mas muita experiência, é no ar que o Capitão ensina para a equipe que a maior arma que se pode ter é o limite que podem atingir. A trama do filme se dá no encontro com Rooster, filho de Goose, que foi parceiro de Maverick no primeiro filme. A história realmente vale muito a pena e as cenas são surpreendentes.

          O ponto forte do longa são as cenas inventivas e extremamente empolgantes. Muita ação e valorização dos momentos mais sentimentais. Com cenas em plano aberto que valorizam as cenas de ação com voos rasantes, que caracterizam a inadimplência e pouca maturidade militar de Mitchell, mesmo trinta anos depois. As cenas, quando fechadas, focam os rosto dos atores. Com cenários de tirar o fôlego, a produção tem nota dez em ambientar o telespectador. A caracterização aproveita os óculos modelo aviador, icônicos, mas sem deixar de atualizar o conceito característicos da esquadrilha de elite. As aeronaves usadas no longa também mostram a atualização do longa, sem deixar de mostrar que a diferença entre elas será sempre o piloto na cabine. Outro ponto que não podemos deixar passar são as reflexões trazidas com humor e leveza por Penny (Jennifer Connelly) que faz as vezes de par romântico com Maverick. Há momentos no longa que reproduzem de certa forma ao filme original, ainda que em um tom mais ameno e menos icônicos como as corridas de moto, a cantoria no bar, o esporte na praia e o jeito característico de Maverick de não se submeter à todas as ordens. Ele sempre ouve mais sua intuição.

          O nítido avanço tecnológico precisa ser considerado. Para o sucesso do filme foram filmadas mais de 800 horas de voo sem as genéricas telas verdes e a superficialidade da computação gráfica. Os atores realmente voaram nos aviões durante as gravações. Foram treinamentos intensos que tornaram a produção majestosa. Os cenários desérticos e com neve contrastam perfeitamente com as curvas e mudanças repentinas de direção dos F14 e F18 apresentados. A aviação de alta performance é excepcional. Tudo no longa impressiona, causa sensação real de risco e de progressão na missão principal. O glamour dos uniformes impecáveis da Marinha americana em contraste com os capacetes personalizados dão identidade aos personagens da nova geração de pilotos que conta com excelentes atores, tais como Hangman (Glen Powell), Phoenix (Monica Barbaro), Bradley Rooster (Miles Teller), Bob (Lewis Pullman), Fanboy (Danny Ramirez), Payback (Jay Ellis) e Fritz (Manny Jacinto). Atores e atrizes que veremos mais vezes na telona.

           Top Gun Maverick é satisfação garantida para todas as gerações. Mas posso garantir que a interação com os fãs do primeiro filme será maior do que quem apenas admira o talento do ator e produtor.  Preparem a pipoca, prendam seus cintos de segurança e preparem-se para essa missão que somente Maverick poderia comandar.

Classificação:

Excelente


King Richard

Direção Reinaldo Marcus Green (Jan 2021)
Direção Reinaldo Marcus Green (Jan 2021)




          King Richard: Criando Campeãs é uma dessas produções biográficas que tendem a virar lição de vida. Esta, conta a história de Richard, pais das tenistas Venus e Serena Williams. Ao lado de Will Smith, as tenistas são os produtores do longa de 144 min que estreou nos cinemas em 02 de dezembro de 2021. A direção de Reinaldo Marcus Green retrata o árduo caminho que as irmãs percorreram para se tornarem verdadeiras campeãs de um esporte elitizado. O roteirista, Zach Baylin foi detalhista ao retratar a determinação de Richard em tornar suas filhas futuras campeãs mesmo usando seus métodos próprios e nada convencionais. Apesar do propósito, ele sempre fez questão de que as meninas vivessem seus presentes. A importância com o futuro delas ficava muitas vezes por conta dele e de sua esposa, Oracene Price. O objetivo do casal era não permitir que suas cinco filhas caíssem nas armadilhas das ruas de Compton.

          Como em toda biografia, o leitor ou expectador assiste somente o que o personagem se permite contar. Contudo, o filme que tem como mensagem, mostrar a superação de obstáculos. É uma verdadeira lição de vida, em aspectos de produção cinematográfica se torna morno. Um ponto que eu particularmente achei interessante, mas um tanto apelativo, são as cenas dramatizadas por Will Smith onde ele trabalha pensamentos em forma de monólogos, abordado perseverança, superação, humildade... Ficou parecendo que o longa, a todo o momento tenta reafirmar sua intenção em promover uma lição moral, ao mostrar de fato as dificuldades de forma mais abrangente sobre a vida das tenistas. Mas, há de se entender que é a história das tenistas contada pela versão do pai. Uma versão que é fascinante e incontestável quando se trata das carreiras de suas filhas ainda que, o triunfo da determinação tenha passado pela teimosia de um pai que tem um plano para a vida dos filhos. Qual é o pai que não tem? Mas quantos pais executam o plano, independente das pedras no caminho?

          As melhores cenas ficam por conta das partidas de tênis que certamente deu trabalho às atrizes. Pelo desempenho arrisco a dizer que sim, são jogadoras, mas os cortes de cena colocam em xeque uma afirmação de fato. Outro personagem que precisa ser destacado é o de Brandi, mãe das meninas. Ela faz um contraponto ao personagem de Will que funciona como uma trama familiar. Um dos grandes trunfos de Richard durante o processo de transformação das filhas até se tornarem campeãs, foi saber lidar com questões financeiras e raciais de forma muito inteligente. O plano do pai para as filhas ganha credibilidade ao decorrer do longa. Como já conhecemos a história de Venus e Serena, trata-se de dois fenômenos esportivos. Porém, o longa termina de uma forma inesperada. Geralmente espera-se de um longa a vitória de um torneio e a concretização de um sonho. Sim, isso acontece algumas vezes durante o filme, mas a amarga derrota onde o filme termina é apenas o início de um legado deixado pelas irmãs Williams no esporte.

          O diferencial do filme é que ele consegue envolver o espectador em sua história mesmo sendo raso. Uma experiência comovente, mas aquém do que se espera de uma produção e atuação de Will Smith. Não que tenha declinado em sua carreira também vitoriosa, mas o desafio de um personagem morno de uma maneira geral contrapõe nosso ponto de vista. Pelo menos o meu; acostumado a ver o ator em muita ação, e sempre com uma pitada de humor. Mas, é bem verdade que desde 2006, quando o ator se desafiou emocionalmente em "A Procura da Felicidade". Will mostra que realmente é um profissional versátil e sabe o que está fazendo. Além da simples interpretação, é possível sentir um pouco de paixão pela história e isso faz com que o ator entregue uma atuação digna de Oscar. Uma atuação de corpo e alma.

Clssificação:

Bom


Operação Red Sparrow

Direção Francis Lawrence (Fev 2018)
Direção Francis Lawrence (Fev 2018)


           Tornar-se um Sparrow foi a alternativa para a russa Dominika Egorova (Jennifer Lawrence) após ela ter tido o seu sonho interrompido propositalmente com o intuito de torna-la um soldado. A talentosa bailarina de Bolshói, para garantir o mínimo de qualidade para a sua mãe e, influenciada por seu tio, chefe da inteligência russa, entra para a escola de espionagem Quatro. Os Sparrows são "sedutores treinados para cometer crimes" e pertencer física e mentalmente ao governo em troca de cuidados especiais para suas famílias. No entanto, o tratamento na escola de espionagem envolve manipulação emocional e, os recrutas ou formandos que se negarem às práticas aplicadas recebem severas punições. Mas não se preocupe, pois a violência não é gratuita e cada golpe e tortura tem o seu momento certo, a reação certa e a justificativa adequada. Após a formação, a sentença para revelia de qualquer ordem vinda de cima é a pena de morte. Após um curto prazo na escola de espionagem, mas mostrando muita personalidade, Dominika ganha sua primeira missão.

         O longa conta com cenas fortes que podem ser difíceis de ser ingeridas. O diretor usou a sensualidade da protagonista para também explorar o lado hot em cenas picantes que envolvem violência e promiscuidade. A interação do longa conta com a ajuda do agente americano Nate Nash (Joel Edgerton) que no início parece estar em uma história paralela. Mas como é de se esperar, os protagonistas se encontram, agora com a agente Dominika já madura como espiã. O trabalho dela? Ganhar a confiança de Nate. O americano, moldado a observar tudo a sua volta, premedita as ações da espiã se envolve até onde lhe convém. Ele quem ganha a confiança da recém-formada espiã e a trama ganha uma reviravolta que vale a pena demais.

             O longa, que foi baseado no livro de Jason Matthews (ex-agente da CIA), "Roleta Russa" tem seu desenvolvimento lento na trama, mas os elementos que compõem as cenas nos dá a sensação de que as coisas estão sim acontecendo. O que achei mais intrigante na proposta do filme é tentar entregar um ar clichê de espionagem, o que acontece até certo ponto. Pegando um gigante das telonas como referência para o meu comentário, para James Bond, sexo é uma atividade paralela, um bônus prazeroso em algumas missões, mas a espiã russa Dominika usa o sexo (e aprendeu a fazer isso na escola de espionagem) como arma principal para conseguir o que almeja em suas missões. Ganhar a confiança do seu suspeito ou alvo sempre vai envolver sedução e olhares tentadores. O legal de tudo é que a atriz consegue fazer isso com um figurino típico de espião. Os longos cardigans e as botas de cano longo lhe caíram muito bem.

           Instigante, violento e bruto.

Classificação:

Bom


Fúria Incontrolável

Direção Derrik Borte (Nov 2020)
Direção Derrik Borte (Nov 2020)






          Muitas pessoas podem atribuir culpa ao sistema social por terem tido um dia ruim. É mais do que humano as pessoas procurarem culpados pelos próprios erros. O problema é atravessar o caminho de uma pessoa totalmente desequilibrada quando ela está em um dia desses. "Fúria Incontrolável" é insano e beira o inverossímil, se tratando do sistema de uma cidade grande. Quando o personagem "The Man" não tem sua identidade revelada em um nome, eu entendo que qualquer um pode simplesmente surtar por não ter uma vida tão feliz como acostumamos ver nas redes. Fundamentando as bases no caos, tudo pode ter um aparato social. Se isso traz força de identidade para o espectador, ao mesmo tempo parece um tanto quanto exagerado. Eu li algumas resenhas definindo o roteiro como preguiçosos, mas ao meu ver, o filme entrega apenas o que se propõe a mostrar.

          Logo na primeiras cenas do longa, The Man mata sua esposa e um homem que aparenta ser seu sucessor na relação com a mulher. Depois de deferir golpes de machado, ele ata fogo na casa e sai dirigindo tranquilamente, como se nada tivesse acontecido.

          Quando um ser humano pensa não ter mais nada a perder, sente-se num momento de vida bastante vulnerável e ainda assim é contrariado, ele pode virar uma bomba relógio. O pavio curto dessa bomba é acionado por qualquer indício e, é isso que esse longa nos mostra. O filme de imediato nos mostra que "The Man" é um assassino frio e calculista. As primeiras cenas nos diz exatamente o que esperar da trama. As cenas que se interpõem ente o motivo da fúria e o desencadear da estória é um mix do caos que nós, como sociedade, permitimos acontecer.

          O surto do personagem é tamanho que ele, em momento nenhum, pensa em fugir das consequências de seus atos. Do outro lado da cidade, Rachel Hunter (Caren Pistorius) também não está tendo um bom dia. Depois de se atrasar mais uma vez, ela perde sua melhor cliente, enquanto dirige para levar o filho para um castigo que ela proporcionara. Duas pessoas com dias muito ruins se encontram no transito de uma maneira nada amistosa. O homem ainda tenta argumentar que a mulher deveria pedir-lhe desculpas pela grosseria, assim como ele acabara de fazer, contribuindo para que o atraso dela fosse ainda melhor.

          Talvez o transtorno criado dentro da mente humana em determinadas situações possam despertar pessoas que não conhecemos em nós mesmos. Assumindo que não deve nenhum pedido de desculpas ao homem, Rachel assina um contrato de terror que está prestes a começar. A abordagem do filme me parece distorcida quando mostra o que um ser humano é capaz de fazer quando o seu objetivo é tornar a vida do próximo pior ainda.

          O desenrolar do longa tem muita ação e violência, mas acho que seria mais válido mostrar uma ótica de alguém que, mesmo com todos os setores de sua vida afetados, consegue dar a volta por cima e se redimir para a vida. Mas, o longa não é meu. Já dizia a minha mãe: Faça você a sua história se quiser decidir o final ou o caminho que ela segue. Os instintos básicos de cordialidade e educação poderiam ter sido mais bem explorados. A determinação brutal do personagem principal causa desconforto nos espectadores pois corrobora com os nossos medos primários. Quem nunca ouviu um "não fale com estranhos" ou "peça sempre desculpas"...

          Longe de adeptos à sutilezas, a produção do longa fundamenta a história na base do caos dentro de um aparato social que levanta muita mídia para discussão. Como o assunto aqui não é esse, creio que uma avaliação pessoal do espectador por se tratar de interpretação. Uma abordagem mais crítica do assunto pode ser problemática ao exponenciar medos de maneiras superficiais e até imprudentes com força o suficiente para validar desconfiança quando talvez, precisemos executar o contrário. O medo do que "estar por vir" não pode ser maior do que a nossa razão, desde que, a empatia seja empregada em primeiro lugar, sempre. 

          Eu li um comentário que até trouxe para cá, com a devida "licença poética" do autor que, não está identificado.

Um longa feito para se perder a fé na humanidade. Será que é disso mesmo que estamos precisando no momento?"

Pedido por Jorge Anderson

Classificação:

Regular


Entre Facas e Segredos

Diretor Rian Jhonson (Dez 2019)
Diretor Rian Jhonson (Dez 2019)




          É muito difícil e bastante complicado separar o nome Agatha Christie dos melhores enredos de Suspense já escritos. Eu sou suspeito para falar, pois foi ela quem fez eu me apaixonar pelos livros ainda na minha infância e adolescência. "Entre facas e segredos", de 2019 é um excelente exemplo desse mistério, carregado de comédia dramática. Me foi sugerido pelo meu amigo Hugo Caruso assistir esse filme. Ele insistiu que eu, como amante de Literatura e, de uma inteligência ímpar (como ele sempre faz questão de ressaltar as palavras de outro amigo) não poderia deixar de ver. Eu posterguei bastante, mas finalmente assisti. E antes mesmo de a resenha chegar ao final, já deixo aqui minha super indicação para esse clássico.

          Se ainda não assistiu, pare a leitura agora no primeiro parágrafo, pois o que vem a seguir pode contar alguns spoilers e eu não quero ser o responsável por estragar a elegante surpresa que o longa nos apresenta. Para começo de conversa, o elenco é estrelar. O diretor Rian Johnson elevou a homenagem à altura da Dama do Crime. O filme lembra um pouco um clássico. Estou falando de "Assassinato no Expresso do Oriente" que é um livro muito bom de se ler, mas o filme não deixa por menos. Eu li alguns comentários de que o filme pode ter tido base nesse livro mas, particularmente eu discordo, por já ter lido o livro em questão. Eu, mais uma vez fazendo recomendações... Leiam o livro e assistam o filme. Nessa ordem, por favor.

          O filme desmistifica a morte do grande escritor Harlan Thrombey (vivido por Christopher Plummer) após ter completado seus 85 anos de vida. Uma semana após a morte do patriarca da família Thrombey, o renomado detetive Benoit Blanc (Daniel Craig) é contratado para investigar a causa da morte. Pelo estado em que foi encontrado, as suspeitas são de assassinato e, como a família toda de Harlan vive às custas do anfitrião, todos se tornam suspeitos. O mix de suspense, comédia e investigação é prato cheio para manter os cinéfilos em frente a tela durante os 130 min de duração do longa. Durante o filme é muito legal conhecer os personagens pela ótica de outros. O formato que o diretor usou, fazendo com que os personagens falassem de outros, em formato de depoimento, torna mais leve o nosso "sexto sentido" em investigar o tempo todo e a gente consegue assistir com leveza as cenas muito bem selecionadas, com detalhes que nos levam para dentro do longa.

          Como produção cinematográfica, alguns pontos mereceram destaques ao meu ver. Apesar de o filme se passar praticamente todo dentro de um casarão que faz referências ao século XIX, podemos sentir um apelo para uma geração mais nova. Computadores e celulares fazem parte do filme, assim como a escolha do elenco "velho", mas jovem. São atores que gostamos de assistir. Alguns mais jovens e outros que dão o devido charme ao longa. O desempenho dos atores dentro dos personagens é muito bom.

          Entendo que a qualidade de uma boa história de suspense não parte somente da solução do problema chave da mesma. Os elementos que formam a história precisam conversar entre si e, "Entre facas e segredos" entrega exatamente essa mistura que torna o filme elegível para qualquer pessoa, seja ela iniciante ou experiente no gênero. O final é muito surpreendente e acredito que possa pegar de surpresa até os que se dizem experts nas resoluções dos problemas. Acho que nem para o 007 foi tão fácil. Rsrsrs...

         Eu fiquei muito satisfeito de assistir e me permiti não entrar muito na história do filme para não estragar a surpresa que eu também tive.

Pedido por Hugo Caruso.

Classificação:

Excelente


M-8  Quando a morte socorre a vida

DIretor Jeferson De (Mar 2021)
DIretor Jeferson De (Mar 2021)



          A visão do negro pelo negro, mostra muito do que é tido como vitimismo para uns e "puro racismo" para outros. É difícil aprofundar uma ideia e/ou linha de pensamento sem se expor para opiniões alheias, então eu prefiro ficar com uma resenha superficial. Não por medo, mas posso ser responsabilizado somente pelo que falo ou escrevo, e não pelo que as pessoas interpretam sobre, então é preciso cautela para o assunto...

          Sendo assim, vou tentar fazer um mix da minha visão do longa como produção cinematográfica e como ideia social política. Há quem vai dizer que o filme é o retrato da situação real da vida de muitos brasileiros negros e não temos como negar que a brutalidade dessa repressão existe no nosso país. O filme aponta sem rodeios para a violência racial que causa medo, mas também salienta a superação dos mais fortes, provando que, o ganho pessoal pode (e deve) ser coletivo. Com foco no racismo, o filme destaca como o negro é visto pelo negro também; principalmente quando representantes da cor têm a missão de garantir a segurança de um bairro branco, por exemplo. Mas também mostra o outro lado da moeda. Os funcionários da Universidade que não deixam que o protagonista desista do seu sonho por conta do preconceito, ou ainda na cena em que a mãe do mesmo afirma conhecer todos os medos do filho e suas dificuldades... Nada disso é novo e estamos erroneamente "acostumados" a assistir cenas diárias que comporiam e prolongariam o longa por gerações.

          O filme parece ter cenas desconexas, mas a linha de pensamento que criamos no início da trama é sustentada até o fim e, nos remete a uma "falsa sensação" de solução para os questionamentos sociais e políticos levantados. No longa, o estudante de medicina Maurício, (vivido pelo ator Juan Paiva) que sofre preconceito já no primeiro dia de aula percebe que a maioria dos cadáveres são negros. A ligação específica com um deles, M-8, manifesta fenômenos sobrenaturais que incomodam o jovem estudante e, são o fio da meada ao longa. É um excelente exemplo para os que chegam munidos de preconceitos, pois o filme também aborda a esfera religiosa, que muitas vezes e vitima do preconceito sem entendimento. O fio condutor do longa tenta então, amenizar a dor das diversas famílias negras (ou não) que estão atrás de pessoas desaparecidas. O que mais me chamou a atenção no filme foi a solidariedade ativa, levantando uma questão que talvez nunca tenhamos nos atentado anteriormente... Quem foram as pessoas que são "objetos" de estudo nos cursos da área da saúde? Uma questão que corre o risco de não ser respondida com facilidade.

          O longa foi adaptado, quando a visão original de Salomão Polak fala das dificuldades elitistas de alguns cursos ainda no nosso país. O longa se desenvolve talvez rápido demais, mostrando o que quer mostrar e dando foco somente ao que é polêmico por natureza. Senti falta de elementos mais naturais da vida social que mostram que as diferenças existem sim, mas que, a luta pela valorização de pessoas como "seres humanos", independente de etnia também está em desenvolvimento, ainda que numa velocidade que ainda não é a ideal.

Pedido por Diego Laurent.

Classificação:

Regular


O Poço

Diretor Galder Gatzelu-Urrutia (Mar 2020)
Diretor Galder Gatzelu-Urrutia (Mar 2020)





          O Poço é uma distopia bem futurista, mas que retrata a valorização e a compreensão do que cada andar pode proporcionar hierarquicamente na vida humana. Quando Goreng (Ivan Massagué) se voluntaria para estar no poço, é notório que ele não faz ideia do que aquilo se trata. Resumindo, o poço é uma espécie de prisão, de experimento humano. Seu formato vertical separa duas pessoas por andar em 333 níveis. Caso tenha feito a mesma conta do que eu, sua cabeça o levou para um pensamento que deixa ainda mais dúvidas. E a luz no fim do túnel (vertical) que só pode ser vista por quem chega realmente no fundo do poço... São várias vertentes e diretrizes. Acho que a intenção do longa é realmente esta. Muitas referências sociais, críticas e analogias podem ser encontradas e trabalhadas em cima desse terror.

          Não dá pra dizer se a ascensão do filme justamente nesse período que estamos passando se trata de uma mera coincidência. Voltando ao longa, duas coisas me chamaram muita atenção. Uma delas é que os ali presentes podem escolher alguma coisa para levar com eles, e isso inclui até armas. Outra delas é a plataforma que desce com um banquete, ou o resto dele, pois isso varia de acordo com o andar em que está. Durante este processo é que as referências começam a aparecer. O formato de funcionamento do poço retrata nitidamente os sete pecados capitais. Vejamos...

             A gula, como desejo desenfreado pelos dois minutos de comida. A avareza aparece em um dos objetos que são escolhidos para se levar para o poço. Durante a descida de Goreng e Baharat, aparece um senhor com muito dinheiro, e assim que os vê, corre para escondê-lo. A luxúria está representada nos sonhos de Goreng com a personagem Miharu. A Ira está representada pela violência, como no assassinato de Trimagasi. Inveja, de estar no lugar das pessoas dos andares superiores. A preguiça está no fato de somente ficarem aguardando a comida chegar, sem se importarem em higiene, por exemplo. Vaidade está no sentimento de ser melhor do que os outros. Pra finalizar as referências bíblicas, está o livre arbítrio. Pessoas podem fazer o que quiserem durante sua estadia no poço, inclusive decidindo pelo suicídio.

            A troca mensal de andar mostra exatamente a oportunidade que cada um tem ao menos uma vez de fazer a diferença, mas quem está disposto a fazer o sacrifício? Todos sabem exatamente como a alimentação funciona, mas isso não é o suficiente para mudar os hábitos. É aí então que eu vejo o diferencial em Goreng. O filme mostra exatamente três tipos de pessoas... As de cima, as de baixo e as que caem.

          Entramos aí na crítica social. O filme retrata exatamente as vantagens dos que estão acima dos demais e o que o ser humano é capaz de fazer quando beira os limites de sanidade que a fome pode causar. O fundo do poço é ainda mais baixo do que você imagina.

          A lição foi dada de várias formas e temos dois livros como referência. A obra de Miguel de Cervantes, Dom Quixote e a Bíblia. Os simbolismos usados como referência tentam retratar o andar 0 como o céu e o 333 como o inferno. Na entrevista de protocolo para entrar no Poço, os humanos são argumentados sobre seus pratos preferidos. Logo, se todos comessem apenas o que pediu, todos se alimentariam de sua própria escolha.

          Pra quem tem um estomago forte e mais de 18 anos, vale a pena assistir.

Pedido por Débora Vasconcellos.

Classificação:

Bom


Bad Boys for Life

Diretores Bilall Fallah, Adil El Arbi (Jan 2020)
Diretores Bilall Fallah, Adil El Arbi (Jan 2020)



          Bad Boys chega até as salas de cinema carregado de diversão e carisma e muita ação. Os já velhos conhecidos agentes Marcus e Mike, revivem novas emoções. A dupla que foi formada em 1995 protagonizou o primeiro longa metragem não tinham ideia do público que arrastariam nesta franquia. Para a maioria dos cinéfilos e telespectadores foi uma produção muito bem sucedida, que reforçou ainda mais o humor irreverente dos atores e as cenas de ação. Mike e Marcus foram e ainda são, produtos de seus tempos. A verdade é que o agente Mike (Will Smith), sempre foi o algoz de seu parceiro Marcus (Martin Lawrence).

          Neste novo longa, a substituição do cineasta Michael Bay pelos irmãos belgas Adil El Arbi e Bilall Fallah levou o longa para um caminho mais dramático, se comparado os dois primeiros filmes. O cineasta em questão, dava prioridade para as cenas de ação sempre muito bem coreografadas e épicas, não se preocupando em mesclar com o roteiro. Este que é, muito bem desenhado para este novo filme, pois quando o agente Mike enfrenta dificuldades para afirmar que está envelhecendo, o seu parceiro não vê a hora de se aposentar deixando toda a carreira de sucesso nos autos da corporação. Eles só não contavam que o "blindadão" ficaria entre a vida e a morte após um atentado. Quando recuperado, Mike insiste em encontrar os responsáveis pelo atentado e o atirador que o abateu covardemente. Descobrem que a luta é contra o chefe de um cartel de  drogas mexicano, mas a investigação lhe dá mais informações do que gostaria. Parece o fim para ele e, muitos outros policiais são designados para o caso e assim, inseridos na trama. Bad Boys for Life é claramente uma forma de dar continuidade à franquia. Por isso a inserção de novos possíveis protagonistas que talvez voltem no próximo filme, já confirmado. Mike insiste e concorda em apenas acompanhar as investigações, no entanto, o agente julga que os novatos não estão aptos para tal tarefa, além do instinto policial e o auto ego do agente que torna a missão pessoal, intransferível e quase que insaciável.

          Enquanto isso, seu parceiro Marcus vive outro momento em sua vida. Com o casamento de sua filha e o nascimento de seu primeiro neto, a aposentadoria parece fazer cada vez mais sentido. Fatores que julga faltar na vida de Mike. Mas o enredo do longa teve a capacidade de surpreender os cinéfilos contando uma história do agente mais ousado, antes mesmo de entrar na polícia de Miami. Mike troca a violência bruta e inconsequente por sentimentos ainda não explorados por ele enquanto policial. O lema da dupla "nós andamos juntos, nós morremos juntos" os levam para uma última missão que revela boas surpresas.

          Depois de 17 anos de Bad Boys II não era de se esperar que o longa surpreendesse a ponto de revolucionar o gênero, mas For Life é aquele tradicional filme pipoca, que entrega ação, boas risadas e ainda reforça a química entre os atores Will Smith e Martin Lawrence. Lembrando que foi o primeiro filme desta franquia que os protagonizou nos telões, tirando-os das séries de TV.

Classificação:

Excelente


Coringa

Diretor Todd Phillips (Out 2019)
Diretor Todd Phillips (Out 2019)




Certamente estamos diante de um longa polêmico e que divide opiniões. 

"Em sua primeira exibição, durante o Festival de Veneza, a reação imediata do público foi de oito minutos interruptos de palmas. Tal aclamação foi confirmada pouco depois com um prêmio em outro festival, o significativo Leão de Ouro."

Diante desse relato, é fácil entender como o icônico vilão da DC e do Batman, chega às telas visto com "bons olhos", ou seria "bom filme"? A ideologia do longa, conta como o personagem Arthur Fleck se torna um frio assassino e, mostra sem censuras, a dura realidade dos massacres com armas de fogo nos Estados Unidos. Para tornar ainda mais polêmico, no seu mês de lançamento aconteceram dois ataques. Em um artigo publicado pela Vanity Fair, a mensagem que o filme pode estar passando não é positiva. "uma propaganda irresponsável para os próprios homens que protagoniza". Por outro viés, o diretor do filme entende que a mensagem passada é a simples falta de amor, traumas de uma infância difícil, bullyng por conta de uma patologia que o faz rir de forma descontrolada quando nervoso, e a falta de compaixão para com o próximo. O filme busca justificar cada passo que Fleck dá, e deixa em evidência sua rara doença. Nada justifica sua loucura e sua violência incontrolável, mas o retrato de Coringa nada mais é do que a evolução psicológica das versões anteriores. A sua suposta ligação com a família Wayne dá um ar de suspense e engaja Bruce na história. Gotham City tomada pelo terror de um palhaço justiceiro é apenas o começo das histórias que se seguem. 

       A percepção distorcida sobre si mesmo pode ser comparada ao mundo caótico que a Cidade de Gotham vive e, se trazido para os dias de hoje, podemos resumir nas primeiras cenas do filme onde Fleck está se maquiando e com dos dedos puxa um sorriso forçado. O contraste da cena vem com o áudio, a notícia do caos em que se vive. Crimes e barbáries sem igual idealizando uma vida pela busca de um sorriso, ainda que forçado. O fato do personagem ser um frustrado comediante com dificuldades de socializar e se tornar um assassino frio me remeteu uma boa expectativa, adicionada à comentários e resenhas críticas. No entanto, confesso que vi muita fragilidade no personagem.

             Quanto à atuação de Joaquin Phoenix não tenho nem o que dizer. O ator encarnou o personagem e é, para mim, o melhor Coringa até os dias de hoje. Não sei se teve que fazer uma adaptação corporal para o personagem, mas a desenvoltura é digna de muitos aplausos.

           Coringa, ao contrário do que algumas críticas disseram não é "um soco na boca do estômago" dos espectadores; Coringa é um tiro de escopeta a queima roupa! Um filme que toca em todas as feridas da sociedade e que joga sal em cima delas. Uma obra hipnotizante, que utiliza da violência para mostrar o escárnio do mundo atual. O longa vem para impactar e fazer o público refletir sobre a sociedade e sobre as suas próprias atitudes com o próximo. Um liquidificador de referências cinematográficas e dos quadrinhos, Coringa vem para marcar a história do cinema e para marcar você também! 

Pedido por Júlia Lisard.

Classificação:

Muito Bom


Rambo - Até o Fim

Diretor Adrian Grunberg (Set 2019)
Diretor Adrian Grunberg (Set 2019)




          O que mais se pode esperar do nosso herói de Guerra John Rambo? Depois de anos dedicados a matança e guerras, ele parece aposentado. Criador de cavalos em um rancho, John trabalha para manter a mente sã, mas sua vida dedicada a Guerra ainda o mantém dentro de uma bolha difícil de se desfazer. Ele cavou túneis e mantém neles segredos ainda não apresentados. O mais perto de uma família que John pode ter é apresentado nesse longa. Gabrielle é uma jovem, sobrinha de John que está prestes a ir para a faculdade. No entanto, ela fora criada sem os pais. depois que sua mãe faleceu. Gabrielle mantém viva a esperança de conhecer o pai, que mora pertinho, no México. Através de uma amiga ela descobre onde o pai está e vai vê-lo escondida, contra a vontade de John e Maria Beltran. O encontro não é nada agradável e Gabrielle sai frustrada. Para tentar relaxar, a amiga a leva para uma boate. A menina é dopada e acorda em uma casa com demais meninas. Todas ali são mercadorias de prostituição.

          John é avisado que Gabrielle foi para o México e está desaparecida. Num rompante, ele vai atrás da menina. É levado até o local onde Gabrielle foi vista pela última vez e encontra o possível responsável pelo desaparecimento da menina. O cafetão o leva até a casa, que certamente é mais segura do que John poderia imaginar. Ele é cercado e  apresentado aos irmãos Martinez, que lhe garantem que Gabrielle terá uma atenção especial a partir daquele momento. John é espancado até quase a morte. O velhote é amparado por Carmen Delgado, uma jornalista independente que acompanha o cartel desde que perdeu sua irmã. Passam quatro dias e John se recupera a ponto de buscar, com a ajuda de Carmen, sua sobrinha. Ele consegue resgatá-la e estaria tudo em ordem se ela voltasse para casa com vida, mas no meio do caminho a menina morre e o espírito do velho Rambo ressurge procurando por vingança.

          Depois que Maria Beltran deixa o rancho, ele desce aos túneis e coloca em prática toda a inteligência de guerra a seu favor. Vide que não é mais um garotinho, ele prepara o rancho para atrair o cartel até o local. Ele volta ao México e executa cruelmente Victor Martinez, deixando claro ser ele o assassino do irmão mais novo do cartel. Hugo reúne todos os seus homens com artilharia pesada e vai à caça de John, que já os espera, frio e calculista como o Rambo sempre foi. Nesse momento que a ação mais violenta do filme começa e a matança é sem limites. Com todos os requintes de crueldade e todas as lembranças que temos dos filmes dos anos 80. Com essas características pessoais, John Rambo não poupa violência até que o último homem esteja morto a seus pés.

          Dentro das características de um longa estrelado por Sylvester Stallone, em sua maior performance como Rambo, o longa não deixa a desejar. É obvio nesse momento de sua carreira que o jogo de câmeras e planos é abusivo para intensificar e manter os acontecimentos em sua melhor performance. Rambo, Até o Fim é um longa muito mais para os nascidos nos anos 80 do que para qualquer outra geração. É a continuação de uma franquia repleta de ação e superação. Corram para as salas de cinema e tirem sua próprias conclusões. Podem colocar na conta de John Rambo somente nesse filme, mais 52 baixas.. A última eu poderia descrever aqui, mas não quero acabar com a curiosidade dos que ainda não assistiram. Se tiver estômago sensível, não coma nada durante o filme.

Classificação:

Muito Bom


Fast & Furious Presents: Hobbs & Shaw

Diretor David Leitch (Ago 2019)
Diretor David Leitch (Ago 2019)




          Há tempos que Velozes e Furiosos deixou para trás as tradicionais corridas envolvendo apostas, respeito entre os pilotos e mulheres com pouca roupa. O cinema já não é mais lugar de realidade e, na maioria das vezes, provoca o cético quebrando todas as leis da física. A ação e o conceito família vem superando qualquer recha entre os saudosos carros de trinta segundos. São dezoito anos levando cinéfilos e apaixonados para as salas de cinema e a ação contínua e inverossímil tomou as rédeas da franquia. Aprendemos a amar os personagens dessa franquia gigante e não é para menos ficarmos ansiosos com as próximas datas já definidas que dão sequência a série. Mas os atores Jason Statan e Dwayne Johnson, recém chegados na trama, estrelam "Hobbs & Shaw". É o primeiro spin off, e se deu certo? As opiniões são diversas, mas deu o que falar trazendo consigo porradaria e muita, muita ação.

          A trama do filme começa com o roubo de um vírus capaz de dizimar a humanidade. A espião britânica Hattie (Vanessa Kirby), agente do MI6 introduz o vírus na própria pele para fugir em segurança. O único laboratório onde o vírus pode ser extraído, fica dentro da Etheon, uma organização que tem como objetivo o aperfeiçoamento contínuo dos seres humanos. O representante direto da organização e cobaia das melhorias feitas também é um ex agente britânico. Mais parecido com um cyborg, Brixton (Idris Elba) é o vilão da trama. Os agentes Luke Rebeca Hobbs e o renegado Deckard Shaw se unem a contragosto para recuperar o vírus intacto e derrotar Brixton. O filme tem uma crítica social nesse momento. A meu ver, é voltada para a tecnologia. Por mais que ela avance, nunca será párea para o ser humano, inventor e aprimorador de tal. O velho mantra de que a "união faz a força" é posto em evidência no filme a todo momento. Ainda que seja pela força bruta.

          Percepção somente minha? Talvez, mas vírus capaz de dizimar pessoas injetado na pele humana, agente da MI6, organização criminosa denominada Etheon, uma organização que me lembra muito os moldes da Espectre, para quem está habituado à 007, mas que me faz  lembrar... Sim. Exatamente. Não me surpreenderá se lá na frente o agente Ethan Hunt aparecer em uma das franquias, ou vice e versa. O longa aborda também muito o conceito de família, no melhor sentido da palavra. Hattie, é irmã de Deckard e filha da não menos criminosa, Magdlene Shaw. E para quem se lembra do jogo de futebol do time de Samantha, em Velozes e Furiosos 8, o ritual dos "Dragões Vermelhos" é apenas uma apresentação de um ritual da verdadeira família, verdadeira origem do Agente Hobbs, que no final volta para Moama para voltar a viver com "mama" e seus muitos irmãos. 

          O filme é regido por um humor autoindulgente e até debochado. Cenas de provocação entre os agentes e insultos já antes conhecidos pelas diferenças entre os dois. O longa ainda conta com participação especial de atores importantes, tais como Kevin Hart, Ryan Reynolds e Eddie Marsan, além da estonteante Eiza González.

          De longe é um dos melhores filmes da franquia, mas para quem curte filmes adicionais dentro de grandes franquias, é um bom filme. Repleto de ação e muita mentira, mas se não fosse assim, o padrão da franquia seria quebrado. Aquele filme para você assistir com os amigo, curtir o momento e comentar por uma semana. Nada além disso. Agora, caso não queira se decepcionar, deixar de assisti-lo não mudará em nada a sua ciência da sequência mais eletrizando das últimas duas décadas.

Classificação:

Muito Bom


Vingadores Ultimato

Diretor Anthony Russo e Joe Russo (Abr 2019)
Diretor Anthony Russo e Joe Russo (Abr 2019)








O texto a seguir pode contar spoiler do filme. Portanto, se ainda não assistiu ao filme, sugiro que o faça primeiro.

               De antemão já quero deixar claro que os cento e oitenta e dois minutos de Vingadores Ultimato valem muito a pena. Das melhores vinte bilheterias de todos os tempos, a Marvel tem sete na lista. Isso prova a qualidade e o legado que o Universo tem. O recorde de bilheteria deixa claro o sucesso inquestionável. É como se a máquina do tempo funcionasse para os fãs e cinéfilos também. No Universo Marvel foram apenas vinte e três dias que separaram o estalar de dedos de Thanos em Guerra Infinita, de Ultimato. Para nós, exatamente trezentos e sessenta e quatro dias. Mas, como costuma dizer um dos personagens: Nada é definitivo. Os super heróis nos transmitem a sensação de que com poderes sobrenaturais, podem ter suas vidas prolongadas por muito tempo, ou que podem simplesmente driblar a morte sempre que lhes convém. Vingadores Ultimato parece ser um produto muito patriota, ao mesmo tempo em que cede a questões de nível mundial. Com tantos personagens masculinos já consolidados, destaca uma cena de total liderança feminina. O legado de Steve Rogers deixado para a figura do Falcão, a meu ver, envolve também uma conotação racial bem explorada. O queridinho da América não precisa ter o estereótipo que a maioria julga perfeito. A aparição de Shuri, Tchala e Nakia também é uma cena marcante, que arranca aplausos nas salas de cinema.

               Dois personagens são muito importantes no reagrupamento dos Vingadores remanescentes. Primeiro, a Capitã Marvel leva Stark e Nebulosa, perdidos na galáxia, para a Terra. Ela apresenta-se aos demais e em seguida deixa a cena dizendo que vai matar Thanos, mas essa guerra não pertence somente a ela. Juntos, e com a ajuda da filha do Vilão, os Vingadores não encontram mais as jóias do infinito, mas também não perdem a oportunidade de dar um fim ao antológico vilão arrancando-lhe a cabeça. Cinco anos se passam e todos os heróis vivos, principalmente os que nos acostumamos a ver sempre em condições superiores aos ditos normais, estão sofrendo com suas perdas causadas em Guerra Infinita. Mas a autoconsciência do primeiro vingador e a credibilidade depositada em Scot Land, os fazem procurar a mente brilhante de Tony Stark. Eles tentam convencê-lo de que juntos, podem criar uma máquina do tempo que os possibilitarão transitar na linha temporal, podendo assim mudar o futuro. A intenção é pegar as jóias antes de Thanos. Stark, recusa-se em ajudar ao achar a ideia idiota, pois os riscos são inúmeros e incalculáveis. Mas a verdade é que, a dúvida sempre o consome e o bem maior nunca lhe dita o que fazer. Como Steve, Romanov e Scot Land não querem e nem podem perder tempo, eles vão atrás da outra mente brilhante. Bruce Benner compra a ideia e juntos usam a máquina fazendo testes, fracassados diga-se de passagem, para a tal viagem, até que Tony resolve apoiá-los. O Homem de Ferro então cria um GPS que direciona para onde eles querem voltar. Depois de aprenderem a transitar pelo tempo dentro do reino quântico, é hora de reagrupar todos. Romanov traz Clint enquanto Rocket e Benner vão até a nova Asgard recrutar Thor. Por lá encontram uma das Valquírias, que os adverte que Thor é um dos que se entregou nos anos subsequentes à morte de Thanos. Foi ele inclusive quem decepou o grandão. Com trajes especiais para transitar no tempo, a questão passa a ser os pontos alvos. Para onde viajar e recuperar as jóias? 

               Nessa hora de filme os cinéfilos se esbanjam com cenas de filmes anteriores bem marcantes, e a maneira com que os criadores e diretores do filmes encontrou para encaixar a historia é quase perfeita. As cenas dos personagens: monstros, mocinhos, essenciais ou vazios.... Eles dão ao público o momento talvez mais inebriante do longa. Quem poderia imaginar uma luta entre Steve Rogers e o Capitão América? É isso mesmo. Você não me entendeu errado... Encontros do passado entre Howard e Tony Stark, Thor e sua mãe. Clint e Romanov duelando por um bem maior, conseguir a jóia da alma... Benner argumentando com a guardiã do tempo para obter a jóia. Máquina de Combate e Nebulosa nocauteando o Senhor das Estrelas. E como em toda boa historia, a falha. Quando todos retornam de suas missões, Nebulosa traz Thanos e sua nave para o mundo presente. Hulk coloca a manopla com todas as jóias e repete o gesto de Thanos estalando os dedos. Parece que deu certo, mas Thanos imediatamente ataca a base dos Vingadores tornando tudo uma ruína. Senta e espera que sua filha lhe traga as jóias que os Vingadores reuniram novamente. Nessa hora que o filme começa a ganhar ação e assim se estende com intensidade. Arrancam aplausos, suspiros e frenesi de todos. Conhecemos então o outro vingador digno de levantar o martelo de Thor. Uma produção cinematográfica bem desenhada para os cinéfilos que são curiosos, mas para os amantes do Universo, temos perguntas ainda sem respostas. Mantiveram o sarcasmo de Stark, o tom de humor nas horas certas e as piadas internas que somente quem assistiu a todos os filmes pode ser capaz de entender.

          Daí pra frente Thanos traz todo o seu exército para aniquilar de vez o Planeta Terra, mas não contava que Steve tivesse tantos amigos... Depois da chegada triunfal de Pantera Negra, Falcão Negro e Dr. Estranho, todos os super heróis dividem a tela e a trilha sonora característica dos Vingadores promove o êxtase de todos. Alguns se destacam mais, tais como Homem Aranha, Homem Formiga, Feiticeira Scarlate... Deste ponto em diante fica difícil com palavras explicar o que os olhos presenciam. É um misto de satisfação, ódio, tragédia e vingança. Alguns personagens poderiam ter sido mais explorados. Eu particularmente gostaria de ter visto o Groot fazendo o estrago que é capaz. Já imaginaram a Goose abrindo a boca e engolindo metade do exército de Thanos? Bom... Se cada um pensasse no que queria ver, teríamos várias versões. De volta ao filme, parece que tudo está correndo bem até que Thanos ordena uma chuva de fogo. E na melhor versão de "Deus Ex Machina" a Capitã Marvel retorna a cena para destruir a nave de Thanos e, duelar com o próprio. O vilão consegue colocar a manopla e estalar os dedos, afinal de contas ele é o "inevitável", mas dessa vez não contava com Stark que, depois de indicado pelo Dr. Estranho que aquela era a única opção dentro das quatorze milhões possíveis, assume uma batalha corporal sendo o "Eu sou... o Homem de Ferro". O estalar de dedos de Stark dá o mesmo fim a Thanos e seu exército. Eles se desentegram no ar. Seria esse o final do vilão? O poder da manopla com todas as jóias reunidas é mais forte do que o corpo de Stark pode suportar. O filme termina com um apelo familiar de todos os personagens desses onze anos de Marvel chorando a morte do Homem de Ferro. Todos eles sob os olhares atentos de Nick Fury e Carol Denvers.
       Os Vingadores Ultimato conseguiu fechar o Universo de forma surpreendente e não tem como não ser fã do Universo. Difícil descrever o que foi esse filme sem colocar uma parte pessoal nas palavras. Ao longo do tempo todos nós elegemos nossos heróis e vilões favoritos, lotamos as salas de cinemas para prestigiar os filmes e esse presente nos foi dado. Espero que um dia tenhamos outras histórias tão marcantes como essa. Os buracos na história estão aí.... Temos aí pelo menos quatro gerações de pessoas pelo mundo todo que se emocionaram, vibraram e viveram como um Vingador durante esse tempo. Um filme com um final, mas que sempre pode ser um começo.

Pedido por Mário Marvel.

Classificação;

Excelente

Capitã Marvel

Diretor  Anna Boden e Ryan Fleck (Mar 2019)
Diretor Anna Boden e Ryan Fleck (Mar 2019)


Carregar o nome de um Universo inteiro é mais pesado do que parece... Após uma década entretendo e surpreendendo seu público alvo, a Marvel lança uma protagonista feminina e, diga-se de passagem, é a heroína mais poderosa do Universo. "Carol Danvers pode não ser a personagem feminina mais relevante no cânone da editora, contudo, casa perfeitamente com a ideia na qual os universos de super-heróis se fundamentam."

Costumo dizer que quem não cria expectativa não se frustra, mas foi exatamente o que aconteceu tão logo o longa terminou. Na primeira produção após Vingadores: Guerra Infinita onde heróis compartilham de um "fracasso" compartilhado, eu esperava que a história unisse a heroína de forma mais coerente. As opiniões certamente serão divididas e eu não estou pedindo para concordarem com a minha, mas a produção me pareceu mais um filme de suporte para o Universo em questão e para o tão esperado Vingadores: Ultimato. Por outro lado, entendo que se trata de um longa solo, desses que servem apenas para contar a história de como o personagem se tornou o que é, então vamos falar do longa dela, da Capitã.

Quando Carol Danvers (Brie Larson), de origem Kree aos poucos recupera sua memória ( e o filme frisa bem esse feito mantendo muitas cenas a respeito) e consegue dominar seus poderes adquiridos através do tesseract, ninguém torna-se páreo para a mulher. Yon-Rogg, como mentor de Carol passa parte do filme fazendo com que a mesma assuma seus poderes e sua personalidade. O toque de humor nesse filme me parece mais ameno e as risadas ficaram por conta do Agente Fury e Goose. Os efeitos visuais estão no padrão Marvel de qualidade. A maquiagem dos alienígenas Kree e Skrull são muito boas apesar de esconder as expressões. O empoderamento feminino fica claro com esse longa. Não que isso seja ruim, mas aqui no Brasil pelo menos, o momento é propício para tal, uma vez que essa busca por igualdade dos sexos está sempre se renovando com diversos episódios. Sem contar que a estreia na casa do anfitrião foi programada para o Dia Internacional da Mulher. Mera coincidência?

O que não ficou muito claro para mim (eu disse, para mim) é a mutação de Talos. O Skrull do mal se torna do bem e eu ainda não entendi o propósito disso. Espero que em mais resenhas, alguém possa explicar como isso se dá e porque se dá tal fato. Ou então terei que esperar para que o universo Marvel me explique, o que não me parece uma má ideia. A aparição de personagens secundários me faz atentar para um futuro que não pode ser tão distante assim. Quem conhece os quadrinhos e acompanha veementemente o Universo entende que, futuramente, Monica Rambeau pode ser mais do que aparenta no filme.

O que eu vi como um grande desafio no longa é que o filme retrata também a origem de Nick Fury, dos Skrull, dos Kree.... Isso pode ser um ponto forte ou o calcanhar de Aquiles. Outro ponto favorável (não sei exatamente se seria essa a palavra) ao filme é entender como Nick Fury virou o durão Agente Fury. Quando mais novo, parecia ser mais atrapalhado e mais engraçado. O senso de humor e a  parceria com o agente Coulson me faz lembrar Bad Boys ou MIB. Não dá pra deixar de falar também de como ele perdeu o olho, bisonho... E quanto a Goose, prefiro não comentar por hora...

Calssificação:

Regular


Bohemian Rhapsody

Diretor Bryan Singer (Out 2018)
Diretor Bryan Singer (Out 2018)


Mais intenso que suas músicas, é sua história. Em 1945 no Zanzibar, nasceu um menino chamado Farrokh Bulsara. Na escola interna era chamado de Freddie e adotou o apelido como nome artístico mais tarde. Trabalhou em aeroporto e encantou-se com uma banda musical. A vontade calhou com o momento em que a banda perdera seu vocalista. Farrokh lançou-se de forma ousada no seu sonho. Com um piano em mãos, Freddie era excepcional e em uma década, compôs algumas músicas, entre elas, uma memorável, que dá nome ao longa. Bohemian Rhapsody nasceu a partir de uma base de ópera e ganhou detalhes inimagináveis como "Galileo, Galileo, Galileo..." Freddie costumava dizer que música era poesia para o ouvinte e ele não tinha que explicar nada. Quebrando a fórmula "do sucesso", a faixa foi lançada com seus longos seis minutos de duração.

A presença dos integrantes Brian May e Roger Taylor como consultores criativos em "Bohemian Rhapsody", deixa claro a intenção de homenagear Mercury pelo seu feito durante os vinte anos de banda. Freddie Mercury foi uma pessoa fantástica, exótica e cheia de talento, daquelas que nasceram para fazer exatamente o que fez... História. Fora taxado de exótico pelos produtores de sua época, mas sempre tivera o apoio da família que adotou e que originou a banda, batizada por ele mesmo, com nome Queen. O longa tem como garantia de sucesso uma trilha sonora de muita qualidade, mas é desafiador para quem acompanhou a banda ascender. A escolha de Rami Malek para protagonizar o longa certamente foi um acerto no alvo dos diretores. O ator conseguiu incorporar e externar toda a vitalidade e personalidade ímpar de Mercury. Até para quem tem pouca referência do vocalista do Queen, a sensação de saciedade com a atuação de Remi foi ótima. O longa explora muito bem o lado musical, uma vez que o longa é um misto entre contar a história de carreira do Queen e a biografia pessoal de Mercury. Não podemos deixar de parabenizar também os figurinistas do longa, que conseguiram trazer à tona, a essência dos anos oitenta.

O conceito do baterista Roger Taylor e do guitarrista Brian May ao assinarem a produção do longa, era fazer um filme que soasse mais "familiar" e, por isso, de certa forma , ocultam alguns detalhes da vida de Mercury que talvez deixassem o filme mais fiel à biografia de Mercury. A homossexualidade de Mercury e o longo relacionamento com Mary Austin exploram e acentuam as dificuldades do vocalista, que resulta no processo criativo que levaram a banda Queen a voltar com tudo. Depois de uma temporada em Munique, longe de seus verdadeiros amigos e um diagnóstico de Aids, Freddie volta para a sua realidade e reconhece seus verdadeiros amigos. Quer aprimorar o tempo que ainda tem de vida. Bohemian Rhapsody cumpre seu objetivo em contar a história da banda, do vocalista e de como foram sucesso em 20 anos de existência. Certamente seus pais, você, e as próximas duas gerações de sua família ouviram e ouvirão essa música. O filme termina na épica apresentação de vinte minutos do Queen em 15 de julho de 1985 em um show contra a fome, Live Aid.

Pedido por Marcelo.

Classificaçõ:

Muito Bom


Aquaman

Diretor James Wan (Dez 2018)
Diretor James Wan (Dez 2018)


Depois do Universo Estendido da DC ter lançado filmes como Superman, Esquadrão Suicida, Liga da Justiça, Mulher Maravilha e Batman vs Superman, todos aguardavam ansiosamente por Aquaman. O personagem que sempre fora coadjuvante de filmes e quadrinhos, parecia não ter força suficiente para estrelar seu próprio longa. Porém, os roteiristas Will Beal e Geoff Johns juntos com o  diretor James Wan, e um pequeno patrocínio de mais de U$ 200 milhões, mostraram que sim, era possível. O longa se sustenta pela identidade e pelo respeito à história do próprio personagem. Conta exatamente como ele surgiu, através do romance entre um pescador e faroleiro Thomas Curry e, a rainha de Atlântida, Atlanna. Eu, particularmente, dispenso comentários de como o filme começa. Simples piratas não podem dar conta de um Deus dos mares que tem força suficiente para fazer emergir um submarino de guerra e salvar uma tripulação inteira. Mas, como todo filme tem que ter um motivador, a morte do pai de Arraia Negra, o leva a caçar o Aquaman, aliando-se até à alguns dos reinos dos sete mares.

O filme conta com artistas renomados tais como Amber Head, Dolph Lundgren e os sempre incríveis William Dafoe e Nicole Kidman. Mas foi o tatuado Jason Momoa que roubou a cena e arrancou suspiros das meninas nas salas de todos os cinemas com um "permissão para subir a bordo Senhor..." Ele mostra exatamente como o protagonista tem ciência de sua origem e poder, mas ainda não entende o "chamado" para a sua jornada de herói. A humanidade de Arthur Curry é posta em xeque quando o mesmo é convidado a assumir o poder dos sete mares e evitar que uma guerra comece. Como primogênito da rainha Atlanna, o semi atlante Arthur embarca em uma jornada com seus aliados; a rainha da nação submarina Mera e o fiel escudeiro de Atlântida, Vulko. Juntos, terão que enfrentar seu irmão, Orm Marius, Mestre do Oceano ( representado por Patrick Wilson).

A partir desse momento é que eu acho que o filme se perde um pouco quando se diz respeito a roteiro. A partir daí, inicia-se uma luta entre os sete reinos marítimos. E como o filme é majoritariamente passado embaixo da água, os efeitos especiais foram muito bem adaptados e explorados. São tantos detalhes e requintes a serem mostrados que o filme se torna um pouco cansativo. Os 143 min do longa parecem se estender mais ainda com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Sabe quando você está em uma sala de cinema e o filme acaba e você nem percebe que ficou ali por duas horas e meia? Isso não acontece em Aquaman.

É um filme de super-herói com escopo de épico, porém tem espírito travesso. Um show de imagens submarinas, raivosas ondas avançando sobre a superfície cumprem seu papel a contento na tarefa de compor seu papel fantástico e multiforme. Um filme que satisfaz o entretenimento, mas que poderia ser mais bem explorado no sentido de ser mais direto e focado. Ao que me parece, a DC tenta "marvelizar" os filmes com tons cômicos e humanos em heróis que não são mutantes e sim, deuses de mundos alternativos.

Classificação:

Muito Bom


A Freira

Diretor Corin Hardy (Set 2018)
Diretor Corin Hardy (Set 2018)


Eu costumo dizer que quem não cria expectativas não se frustra. E foi exatamente o que eu fiz com "A Freira". Não cheguei a sair completamente decepcionado do cinema, mas com a sensação de que o filme poderia ter sido melhor explorado. Se você tem a mesma ideia de terror do que eu (pois imaginei que essa fosse a classificação para o filme), poderá experimentar da mesma sensação. A produção é boa, já o enredo, fraco. A sensação que tive é de que o filme não se desenrola dentro da história. Setenta por cento das cenas são no escuro e, em silêncio. Aqueles momentos que você fica esperando acontecer alguma coisa, e para quem já é fã do gênero, consegue até premeditar os fatos. Vultos passando entre janelas e flutuando de encontro a tela ganhando proporções rapidamente, portas rangendo e batendo, e a estupidez dos personagens de investigar fatos sozinhos. O filme se passa dentro de uma abadia, logo, todas as freiras que aparecem com o rosto desfocado dentro do hábito levantam suspeitas para Valak. A trilha sonora sempre a mesma, aquele som característico de mistério (que eu acho top), com uma espécie de órgão tocando seus tons mais graves, em harmonia com os gritos isolados dos expectadores ao se assustarem. Por falar nos expectadores, em alguns momentos eu me senti dentro de um momento de contrição em uma igreja evangélica, vide as orações, rezas e exortações dos mais medrosos.

Voltando a falar do filme, ele se passa na Romênia em 1952 dentro de um convento onde uma irmã após ter presenciado um "assassinato", resolve sacrificar-se para não ser portal do mal dentro da Abadia. O Vaticano manda um padre assombrado (que me fez lembrar o Groot de Guardiões da Galáxia, uma vez que ele parece ter apenas uma fala. A sensação que tive é que ele chama Irmã Irene o filme todo) e uma noviça prestes a fazer seus votos finais. Juntos eles desvendam o segredo da ordem arriscando vidas e almas contra uma força malévola, mas que pode ser atrasada com uma escopeta, usada pelo camponês que lhes dá apoio e lhes mostra o caminho até a Abadia. Não vou comentar aqui sobre o sangue de Jesus Cristo, Prefiro que cada um tire suas conclusões a respeito... A conexão de "A Freira" com a franquia de Invocação do Mal que já conta com quatro filmes fora de ordem cronológica (Annabelle 2 - A Criação do Mal, 1958 / Annabelle, 1970 / Invocação do Mal, 1970 / Invocação do Mal 2, 1978) se dá exatamente quando Valak se apossa do corpo desse camponês e mais para frente é exorcizado por Lorraine Warren. Outra coisa que me confundiu durante o filme e me fez pensar que a freira em questão pudesse ser a própria Senhorita Warren foi a semelhança física entre a freira e a exorcista. Logo depois descobri que as atrizes, Tarissa e Vera Farmiga, de fato são irmãs na vida real.

Classificação:

Bom


Eu não sou um homem fácil

Diretor Eleonore Pourriat (Abr 2018)
Diretor Eleonore Pourriat (Abr 2018)


Damien é um publicitário chauvinista que acha que sabe tudo quando o assunto é mulher. Além de conquistador, trata as mulheres como objeto e pensa que exclusividade de gênero é existencial. Depois de um pequeno acidente onde sofre uma lesão, resultado de uma concussão, a vida resolve lhe pregar uma peça cruel e, Damien passa a sentir na pele a sensação de ser assediado todo o tempo, como se as mulheres estivessem sempre no comando. Os homens passaram a ter um lado sexy enquanto as mulheres passam a vestir calças sociais. Damien se encontra nas situações mais inusitadas, as quais um macho alfa pode e está acostumado a colocar uma mulher. Cai a ficha quando a sociedade passa a discriminar os homens em uma inversão de gênero, que chega ao ponto de ser hilário. Da maneira mais cômica possível, as mulheres passam a classificar os homens como sexo frágil. Em seu primeiro envolvimento afetivo após o acidente, ele percebe que a mulher não admite que ele tenha pelos no corpo e Damien embora não aceite tudo o que vê a partir daí, decide viver moldando-se às novas maneiras, como uma legítima dama. A vida lhe oferece um divã onde o "machinismo" ou a "feminilidade" lhe cabe e o faz rever conceitos. já que Damien passa de tirano à vítima. O ápice da comédia é o desespero de Damien. Ele apaixona-se por uma mulher que é exatamente a versão feminina dele.

De uma forma geral, a comédia quer mostrar as dificuldades de se viver na sociedade quando se é do gênero feminino. Mostra como as mulheres são tratadas e as dificuldades que elas têm durante muitas etapas da vida. O título "Eu não sou um homem fácil" ganha ênfase quando Damien passa a ser observado pelas suas pernas e bunda. A priore ele acha muito engraçado, mas logo se aborrece quando percebe que tudo gira em torno disso. Depois reaprende a viver depois de perder os privilégios de ter nascido homem. O filme vai além de uma comédia romântica. Ele acessa de forma sutil as críticas de um intrínseco machismo na sociedade que excede a ficção e nos coloca em xeque. Difícil falar do filme sem ser machista, mesmo que um pouco. Outrora, jamais gostaria de estar na pele de Damien um dia só que fosse. Eu não sou um homem fácil é um filme para as mulheres, que dificilmente será aceito por todos os homens, ainda que leve o seu lado irônico de colocar as diferenças de gênero. Uma verdadeira chacoalhada social. A ousadia de Eleonore Pourriat merece aplausos e todo "bárbaro" deveria assistir....

Pedido por Fernanda Jardim.

Classificação:

Muito Bom


Missão Impossível - Efeito Fallout

Diretor Christopher McQuarrie (Jul 2018)
Diretor Christopher McQuarrie (Jul 2018)


O texto a seguir pode contar espoiler do filme. Portanto, se ainda não assistiu ao filme, sugiro que o faça primeiro.

Inverossímil. Essa é a palavra que define o novo filme da Franquia de Missão Impossível. Uma ótima continuação de MI - Nação Secreta. Todos os elementos do novo filme estão beirando o ridículo, no melhor sentido da palavra. Um absurdo. O agente da FMI mais uma vez está com sua equipe em uma missão daquelas de tirar o fôlego. Luther e Benji acompanham o agente, supervisionados por Hunley. Ilsa Faust também retorna. A espiã mantém o apego dos cinéfilos com inteligência e dinamismo nas cenas que divide com Ethan Hunt, mantendo o ritmo ofegante. Dessa vez, a missão de Ethan, caso aceite, é recuperar três ogivas que servem de munição para bombas nucleares. A missão que se desenhava fácil demais, complica depois que Ethan as perde para salvar Luther de um grupo denominado "os apóstolos". A missão de Ethan passa a ser capturar nada mais nada menos que o já conhecido Solomon Lane. O terrorista está em poder de policiais e é agora, moeda de troca pelas ogivas. Com um plano ousado e próprio, Ethan captura o vilão com muitas cenas de ação e claro, mentira. O diferencial da missão de Ethan é ter que trabalhar acompanhado. sob supervisão da secretaria da CIA, o agente está com August Walker. Um espião designado a acompanhar Ethan e, responsável por incriminá-lo sem que ele saiba. Depois de dar uma olhada na ficha de walker, Ethan entende o porque dele ter sido escolhido para acompanhá-lo, representando a CIA. Mas parece que o super homem ali logo precisa da perícia de Ethan quando o assunto é improviso. Depois de saltarem de um avião e serem atingidos por um raio ao passarem pelas nuvens tempestuosas, Ethan tem que salvar Walker durante uma queda livre de 35.000 pés de altura. Como é de se esperar, ele resiste até o último minuto para abrir o próprio paraquedas.. O passado do agente o condena mais uma vez e, Solomon Lane está no seu encalço. Dessa vez, Ethan tenta evitar uma ameaça nuclear e, em paralelo, precisa correr atrás de Walker, que se revela um traidor, querendo a cabeça do agente. Ilsa Faust continua na cola de Ethan. Mesmo que sua missão sempre confronte com a dele, continuam se ajudando mutuamente quando realmente precisam. Cena forte quando o agente atropela a loira com moto e tudo. Ethan está cada vez mais insano e como o vinho, Tom Cruise vai ficando melhor com a idade.

Quando supracitados, os elementos referidos são os que não podem faltar na franquia.... Cenas com luz baixa e tiroteio, muita luta corporal, perseguições sobre duas rodas, fugas em helicópteros e claro, penhascos e saltos sobre prédios, que já viraram marca do agente. Ethan Hunt está longe de ser um super homem, entretanto parece reunir características de alguns personagens que estamos acostumados a ver no cinema. A perícia em direção de Dominique Toretto, a pilotagem de Jhon Rambo para helicópteros, a ousadia de Frank Martin, a força física do Agente Robbs com a tecnologia posta à disposição de James Bond. Tudo isso atrelado à vida contínua e infinita de Nathan Drake. Vale a pena conferir.... A direção do filme é muito boa e a trilha sonora empolga. Um filme feito e pensado muito mais para os amantes da franquia do que para os marinheiros de primeira viagem.

Classificação:

Muito Bom


Jurassic World - Reino Ameaçado

Diretor Juan Antonio Bayona (Jun 2018)
Diretor Juan Antonio Bayona (Jun 2018)


O texto a seguir pode contar spoiler do filme. Portanto, se ainda não assistiu ao filme, sugiro que o faça primeiro.


A pergunta que não quer calar é... Qual reino está ameaçado no novo filme da franquia Jurassic World? O dos humanos ou dos dinossauros? Depois que o vulcão na Ilha Nublar começa suas atividades, começa uma arriscada corrida para retirar as espécies de dinossauros da ilha. O Doutor Ian Malcolm está na iminência de salvar as espécies das lavas e para isso busca investidores para financiar a manobra de retirada das espécies. É aí que entra o milionário Benjamin Lockwood. O que ele não contava era com a traição do seu homem de confiança, que pretende leiloar as espécies e multiplicar a fortuna do velho. Lockwood tem uma neta que é geneticamente criada à semelhança de sua mãe, já morta. Essa é uma trama legal no filme. Mas, voltando ao enredo, Nick Van Owen e Claire Dearing  são recrutados para a missão de trazer Blue, a remanescente mais inteligente da franquia até então. Do outro lado da coisa está O cientista Henry Wu, que mais uma vez está por detrás de mais uma criação genética multimilionária. Depois das falhas cometidas na criação do Endomino's Rex, Wu agora se dedica na criação de um modelo genético com total controle. A fusão de um T-Rex, agora com um Velociraptor dá origem ao Indoraptor, que na minha opinião não é um nome tão forte para um vilão. Vilão esse que deixou muito a desejar. Com toda a tecnologia instalada na espécie, ainda que seja apenas um protótipo em aprimoramento, ele não consegue enxergar no escuro... Como assim? E outra coisa que deixou a desejar foi que o Indoraptor, depois de escalar até um telhado, entrar pela janela depois de abri-la como um humano, é surpreendido por um velociraptor, ainda remanescente do filme anterior, Blue. Em minha opinião, a melhor criação do filme até agora.  O Indoraptor morre empalado em um osso de um triceraptor. A interação entre Blue e Nick continua sendo o ápice da franquia. Esse filme contou com muitos efeitos especiais, mas deixou a desejar no roteiro. A sensação que se tem, é que o filme não andou muito na sua história que certamente virá com mais emoções em um filme futuro. Algumas cenas são emocionantes, como a do baryonyx sendo consumido pelas larvas do vulcão, ainda no começo do filme. Tem a cena onde os protagonistas estão dentro de uma jaula com o Indoraptor sedado. Eles precisam fazer uma transfusão de sangue para Blue, mas o protótipo geneticamente alterado acorda em meio a operação, obrigando Nick a pular por entre as arcadas do dinossauro. Uma outra criatura que rouba a cena é o Pachycephalossauro, que depois de libertar Claire e Nick, invade o leilão que já está em andamento, sendo dirigido por nada mais que o velho Wheaton. Parece que os personagens serão os mesmos ainda por algum tempo. Foram poucas as baixas desse filme, se comparado ao último da franquia, pelo menos no que se diz respeito à raça humana. O reino ameaçado lá do começo, eu respondo com uma cena que é possível ver no trailler inclusive, mas que eu prefiro não comentar. O  mosassauro dentro de uma onda enquantos surfistas assistem a descida de um deles.... Sem comentários.

Classificação:

Bom


Vingadores - Guerra Infinita

Diretor Anthony Russo e Joe Russo (Abr 2018)
Diretor Anthony Russo e Joe Russo (Abr 2018)


Assisti o filme na pré-estréia e estou até agora atônito com o que vi.... Queria assistir mais uma vez antes de resenhar por aqui, mas não foi viável ainda, e alguns leitores já estavam me cobrando. A Marvel inisiste em surpreender seus fãs. Para os amantes do Universo, o choque foi menor. Conhecendo a história, sabemos que muita coisa ainda está por vir, mas para quem é amante apenas da produção cinematográfica, dos efeitos especiais, e que não pode ficar de fora do assunto da vez e dos spoillers, foi uma grande decepção.

O grandão do mal roubou a cena. Thanos conseguiu reunir muito mais do que as seis jóias do infinito. Espaço, mente, realidade, poder, alma e tempo não podem ser manipulados por seres humanos, (seres inferiores) de maneira mais bizarra do que Thanos faz. Ele reuniu indignação protestada nas salas de cinemas, lotadas de torcedores dos super heróis que nos tiram de casa desde 2008. A sensação de uma década jogada fora não foge de nossos instintos. A julgar por um olhar mais crítico, a intenção de Thanos é a melhor possível. Se metade da população mundial fosse extinta, os que ficassem viveriam melhor, mas qual critério usado para escolher quem vive e quem morre?

O progresso dos filmes, a evolução das armaduras, o recrutamento de novos heróis, a tecnologia descoberta em Wakanda... Nada disso supera, ou superou, as atitudes de Thanos. Quem pode detê-lo? Vamos esperar o que está por vir. Temos, cada um, a própria receita para deter o vilão, mas apenas Stan Lee pode nos dizer o que está por vir? Hummm, talvez eu possa iluminar um pouco mais essa dúvida que ficou em você.

Certamente passou pela sua cabeça que, no final do filme, onde metade dos heróis morrem, não aconteceu? Dimenões paralelas sempre existiram no Universo Marvel.  Alguns heróis poderiam prever facilmente isso. Pouco provável? Vamos lá... A Capitã Marvel é acionada na cena pós-créditos por Nick Fury. Ela tem habilidade de cruzar dimensões. O Homem Formiga é mais um que transita por mais de uma dimensão, sendo capaz de transitar pelo Universo Quântico de partículas paralelas. Não podemos esquecer de Adam Warlock. Isso mesmo. Revelado na cena pós-créditos de "Guardiões da Galáxia 2" ele mostra sua habilidade de controlar a Jóia da Alma e ressuscitar os mortos.

Acho que esse filme é um daqueles que tem o final revelado como um sonho de um dos protagonistas, então esperem pelo próximo. Talvez a última meia hora desse filme não tenha de fato acontecido. Quem sabe não foi uma visão futurística do Doutor Estranho? Ele diz para Stark que essa é a única maneira de isso acontencer. Stephen Vincent com sua consciência de que existem mundos paralelos e que coisas podem acontecer em apenas um deles. Lembrando ainda que, ele é o guardião do Olho de Agamoto, a Jóia do Tempo. Ele tem poder para desfazer ou rebobinar tudo o que foi feito. Arrisco a dizer que foi um filme dividido em duas partes.... Enquanto aguardamos ansiosos para saber como tudo isso termina, a Marvel triplica seu número de fãs, seguidores e seu faturamento com marketing e propaganda.

Classificação:

Excelente



A Cabana

Diretor Stuart Hazeldine (Abr 2017)
Diretor Stuart Hazeldine (Abr 2017)


Como livro foi um Best-seller. Na tela dos cinemas, o longa aborda o misticismo e confronta o ceticismo de muitos. Até que ponto a "intervenção de Deus" na vida de uma pessoa é não-ortodoxa? Se a intenção dos produtores fosse apenas emocionar o público, eles teriam apelado para cenas mais emotivas. Entretanto, "A Cabana" é contraditório. O filme nos tira de uma sala de cinema para uma conexão mais vertical interior, independentemente da sua crença. É uma experiência sensorial e totalmente fora de contexto, mas deliciosamente satisfatória de ser sentida. Vale a pena a experiência.

Quando um homem perde a fé, o seu comportamento com as demais pessoas é afetado e a maneira com que ele lida com as situações à sua volta são descontroladas. No caso do filme, após perder uma filha em um acampamento, esse homem não perdoa Deus por não tê-lo poupado da dor. Isso muda a rotina de toda a família.... Com metáforas apresentadas de forma didática, o filme busca sempre a paz de espírito através da redenção de Mack (Sam Worthington). Mack passa um final de semana inteiro na presença de Deus. A trindade é bem representada (se é que isso é possível por algum humano), e a vencedora do Oscar Octavia Spencer (Histórias Cruzadas) é "papai" no filme. Nomes até então desconhecidos como Aviv Alush e Sumire também estrelam o filme.

O auge do filme é quando Mack senta na cadeira da sabedoria (representada pela nossa brasileiríssima Alice Braga) e pode julgar as pessoas. Nesse momento o pai de uma menina "abandonada por Deus" ainda está irredutível, mas o coração dos telespectadores estão em momento de contrição. Todos sentamos na cadeira com Mack, e e isso é inevitável.

A relação mais íntima de como é apresentada a Mack, faz com que o papel traga mais do que paz para os telespectadores. A Cabana é um filme sobre a fé... Os mais de 18 milhões de exemplares vendidos como livros, mostra que não é alvo de apenas uma religião específica e sim na forma como vemos e lidamos com Deus em seus diversos títulos e nomes. Manter um olhar mais cético ajuda a não tomar partido do filme antes de assisti-lo por completo. A cadência com que o filme passa mostra as experiências das mensagens religiosas.

Independente da religião de cada um, o final nos deixa interpretações diversas.

Pedido por Karim Cristiane.

Classificação:

Muito Bom


Pantera Negra

Diretor Ryan Coogler (Fev 2018)
Diretor Ryan Coogler (Fev 2018)


O texto a seguir pode contar spoiler do filme. Portanto, se ainda não assistiu ao filme, sugiro que o faça primeiro.

O filme da vez é o mais recente do Universo Marvel. Pantera Negra chega nos telões prometendo demais e dando sequência à série Marvel. Os fãs correram para as salas de cinema e é provável que tenham amado o filme, mas para quem é cinéfilo e fã do Universo Marvel, a expectativa foi superada e muito. O príncipe T'challa será nomeado o novo rei de Wakanda depois da morte de seu pai. As quatro tribos que são comandadas pelo rei não se opõem ao reinado do jovem. Um clã denominado Jabari não aceita o reinado de T'challa e o líder, M'Baku luta com ele pelo reinado, mas é derrotado. No decorrer do filme, um jovem chamado Erik Killmonger, primo do príncipe T'challa, tem a oportunidade de desafiá-lo e tornar-se o novo rei. E é exatamente isso que acontece. Estou até agora tentando entender como T'challa sobrevive a uma queda de mais de mil metros em uma cachoeira situada no perímetro de Wakanda, uma vez que ele está destituído dos poderes do Pantera, mas vamos em frente.... O personagem principal do filme não é nenhum super herói e sim, um metal, que só existe em Wakanda, na África. A irmã do príncipe, Shuri, é uma cientista que domina o metal. Metal esse, como já citei, enaltecido a todo o momento no filme. Ela desenvolve uma Cidade inteira, altamente tecnológica a partir do metal. Armas são apenas distração perto do que é visto nas cenas onde transportam vibranium em trens suspensos. O vilão do filme é o Garra Sônica, que compra o vibranium roubado por Erik Killmonger em um museu. Um quarto de uma tonelada, suficiente para aprimorar sua garra. Mas quando Erik toma ciência do poder do metal, ele mesmo mata o vilão, e como cidadão Wakandiano, sobrinho do rei, tem a oportunidade de tomar o reinado.

O filme é atrativo, embora algumas cenas sejam repetitivas. Mas vale a pena ir ao cinema conferir. O que me deixou mais encucado é como o nosso grande Stan Lee vai dar continuidade aos filmes, uma vez que a tecnologia de Wakanda no final do filme é apresentada para o mundo e faz a tecnologia Stark parecer um simples forno micro-ondas perto de Wakanda. Se os fãs se surpreenderam com o X-Jato, com a Nave dos Vingadores, esperem para ver o que é o laboratório de Shuri e seus brinquedinhos.... Lembrando que o escudo do capitão América, que foi construído por Howard Stark, tem mais de setenta anos!

Para terminar, no Vingadores - Guerra Infinita, independente de quem esteja presente, o mais sensato será ficar no time que tenha o Magneto.

Agora só pra vocês entenderem um pouco, vamos falar da Etimologia, História e Localização desse metal.

Etimologicamente, a palavra vibranium é um neologismo pseudo-latino que se baseia em raízes de algumas línguas. Prefixo "vibro" é usado em várias línguas para denotar movimento ou oscilação. O sufixo "ium" é do latim, e pode significar metal. Sendo assim, Vibranium significa "Metal de Oscilação". Mas, ao contrário da grande maioria dos metais, ele não é um condutor, e sim um isolante, quase um absorvedor, pois possui capacidade de absorver quase tudo, desde vibrações, algumas radiações atômicas e energéticas, e impactos poderosos. Vibranium é o metal mais raro da terra. Acredita-se que todo o vibranium agora esteja escondido no escudo do Capitão América, apesar de dizerem que a armadura do Pantera Negra seja revestida pelo metal. Suas reservas minerais são escassas por um metal muito raro, e foram encontradas quase que exclusivamente na África, essencialmente no reino fictício de Wakanda.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Vibranium

Classificação:

Muito Bom


Jumanji - Welcome to the Jungle

Nostalgia é uma coisa muito boa, e quando se trata de um remake de um filme que amamos ver, é melhor ainda. Jumanji é uma aventura acima de tudo, descompromissada.  longa levou para dentro das salas de cinema uma geração que era criança em 1995, quando o primeiro filme foi lançado. A pegada do primeiro filme, das aventuras de Alan Parrish sendo perseguido por animais selvagens que saíam de dentro de um tabuleiro foram substituídas pela comédia. Produzido isoladamente da versão dos anos 90, agora o jogo está mais revolucionário. Bem verdade que o jogo de tabuleiro do antigo filme é encontrado nas areias de uma praia, e como não é dada a devida importância pelo seu novo dono, há quem diga que o jogo modernizou-se para atuar, agora, anos depois. Trata-se de um jogo virtual de um videogame que leva para dentro de si os quatro personagens que estrelam o filme. Dessa vez, a aventura é dentro do jogo e não fora, porém, em um mundo real. Quatro alunos de uma escola estão de castigo em uma sala que mais parece um depósito de coisas antigas. É onde o jogo de fato começa.... A escolha de atores como Kevin Hart e Jack Black  evidenciam o gênero do filme. Mas é Dwayne Johnson traz a bravura que os personagens precisam para sobreviverem até o final, resgatando um dos personagens do jogo que está preso há vinte anos ali. As adversidades encontradas pelos personagens pelo caminho mostram a eles todas as suas habilidades, assim como seus pontos fracos e como perdem suas vidas. O desenrolar do filme é muito legal e entretém os cinéfilos que lotam as salas de cinema. Como não podia ser diferente, todos terminam a trama vencendo o jogo. A surpresa do filme certamente é a jovem atriz Karen Gillan que traz o toque feminino e sensual às telas. Mas quem for ao cinema certamente sairá de lá com o maxilar doendo de tanto rir. O filme é excelente e a risada é garantida. Mas no final, não deixem de fritar... JUMANJI...

Classificação:

Excelente


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