Convidado

Entrevistados 2020


Ela se chama Eunice Jesus de Freitas Santos. Alguma semelhança com a nossa entrevistada de Outubro? Sim, Ela é mãe de Daniele Maxine e também é escritora. Uma família abençoada pela literatura. 

Eunice Carol

Dezembro 2020


     Ela se chama Eunice Jesus, mas atende pelo nome artístico de Eunice Carol. Moradora e natural do Estado de São Paulo, completou neste ano 63 anos de vida. Mas teve sua carreira artística iniciada com a publicação de seu primeiro livro em 2019.

         Iniciamos o nosso bate papo com a autora reconhecendo o espaço e agradecendo pela iniciativa do site. Ela diz sentir-se de fato muito importante por estar sendo entrevistada. Eunice diz que sempre gostou muito de ler, e chegava a ler um livro de 90 páginas em um único dia. Como sempre teve muitos livros em casa, não foi difícil tornar-se referência e influência na família.

"Minha filha começou a ter gosto por leitura também, tanto que acabou escrevendo um livro."

          Profissionalmente, a autora ainda não teve oportunidade de escrever, mas assume uma enorme vontade de escrever artigos. Conteúdo e capacidade ela tem, mas aponta a falta de tempo para pôr mais esse projeto em prática. Para escrever, Eunice aprecia as maneiras diversas que os autores usam a imaginação para escrever... Romances, poesias, terror entre outros na escrita. Tudo isso acontece de maneira muito mágica, pois as pessoas criam o próprio mundo. Isso é fantástico para ela.

           Amante de todos os gêneros literários, Eunice não faz distinção de leituras, desde que, tenham algumas figuras! Sim... Ela ama as ilustrações e afirma que elas fazem a interação com o leitor aumentar.

"Acabei escrevendo um livro infantil sobre as formas geométricas!"

          Quanto à personagens, Eunice pensa muito a respeito, mas até hoje, os seus personagens foram desenhos geométricos, conhecidos por todos. Não tem muito pra variar em cima disso. Para atingir o público infantil, ela destrinchou as formas e fez as crianças entenderem melhor as formas da geometria.

          Eunice tem muita facilidade para criar as coisas em sua mente e o fantasma do "bloqueio criativo" não a assusta. Ela precisa apenas se concentrar, pensar um pouco no que quer e as coisas vão fluindo naturalmente.

          Para mostrar seu trabalho, Eunice optou por uma editora onde tinha um conhecido. E, por ter apenas essa única experiência até o momento diz não sentir-se capacitada para falar da determinação dos autores independentes. Para escrever...

"Eu prefiro ficar em um lugar tranquilo, ouvindo música bem suave no fundo..."

          Sobre o futuro, Eunice está planejando escrever um livro sobre o Corona Vírus e para este projeto já tem um pequeno rascunho pronto. Seu público alvo continuará sendo o infantil. Para um futuro de médio prazo, ela diz querer estar aposentada da Prefeitura onde leciona, para assim ter mais tempo para dedicar seu conhecimento ao público infantil.

          Eunice é formada em Pedagogia e Artes. É pós-graduada em musicalização infantil. Trabalha como docente de Educação Infantil e também do Ensino Médio, ambas na rede municipal. Pelo Estado de São Paulo também atua como docente. Com as aposentadorias das duas matrículas se aproximando, não é difícil prever que em breve teremos uma enxurrada de livros infantis se lançando, um após outro. Para completar seu currículo vencedor e muito consumidor de seu tempo, ainda é podóloga e artesã...

"Gosto de fazer trabalhos manuais quando me sobra um tempinho...."

          Eunice diz que quanto mais pessoas tiverem escrevendo e lendo, a sociedade se tornará muito mais culta e conhecedora de seus direitos e deveres. Como docente da área de ensino, crê nisso com todas as duas forças e acredita estar contribuindo muito para a causa. Perguntei o qual conselho ela daria para si mesma, lá no início de sua carreira.. "Escreva, publique e arrrase!"

          Uma capa favorita... Ela indica o livro de um amigo. "Ela só queria casar", de Marcelo Cezar. Chegando ao final da nossa prosa, Eunice diz que daqui pra frente suas expectativas para o mundo editorial são ótimas. Sua contribuição? Ela vai escrever, escrever, escrever... E assim que possível, vai publicar!

          Estamos todos ansiosos para essa coletânea de sucesso que certamente está por vir. Para quem quiser adquirir um exemplar do livro de Eunice, o mesmo se encontra disponível nas plataformas Saraiva, Amazon e na Editora Bonecker.


Ela já foi Dani Fleur e agora é Dani Maxine... E essa mudança merece atenção de todos os leitores. Seu livro está na fila dos que serão lidos por mim. Enquanto isso ela ganha tempo para a nova Edição de Amor e Ordem. O bate papo foi excelente e gostaria de apresentar para vocês ela...

Daniele de Jesus Maxine

Novembro 2020


               Ela á Paulistana e talvez você já deva ter ouvido falar dela. No início de sua carreira, ela assinava como Daniele Fleur, mas hoje, usa Daniele de Jesus Maxine. A escritora de trinta anos de idade escreve desde 2005. Assim como eu, ela começou a escrever bem cedo, aos 14 anos de idade. A carreira como escritora profissional começou em 2013 quando publicou seu primeiro livro (mais uma coincidência à minha carreira), em São Paulo, Capital.

               A autora diz que é maravilhoso ter este espaço, essa dedicação de alguns que se comprometem a tentar mudar o cenário editorial Brasileiro e diz estar muito feliz de ter sido convidada pelo site.

"É a minha primeira entrevista depois de algum tempo, então me sinto empolgada para retornar a ativa".

               Maxine sempre gostou muito de ler quando pequena. Sua mãe a inspirou muito. O fato de ser professora lhe deu o hábito de levar para a autora ler muitos gibis, depois que voltava das escolas em que dava aulas. Assim que teve idade suficiente, sua mãe a levou para conhecer uma biblioteca e, desde então, o fascínio pelos livros começou. Daniele começou a devorar os livros e isso começou a abrir sua mente para eu começar a escrever suas próprias histórias. Daniele afirma que a literatura é a base de tudo e que, a maioria do nosso conhecimento vem de livros. Os livros mudam vidas, mudam pessoas...

"Quero poder levar isso a todos também, a mudança interna e externa".

               Há alguns anos, Daniele publicou "Amor e Ordem - O Despertar". O projeto foi em parceria com os Editores Deuses. A escritora relembra com saudade e pesar, pois afirma ter sofrido um golpe da Editora. Daniele diz ter ficado muito tempo esperando por um contrato, e isso a desanimou muito, aponto da autora desistir da escrita por um bom tempo. Dedicou-se então a outras coisas que passaram a ser prioridade naquele momento de sua vida. Daniele diz que, tempos depois, de repente, seus personagens começaram a falar com ela sem parar e então resolveu retornar. Posso crer que tenha sido a decisão mais acertada. A literatura ganha com o retorno dela. Para se recolocar no mercado editorial, Daniele decidiu fazer uma nova edição de seu livro já publicado. Uma versão estendida da história.

               Daniele me pareceu bem empolgada em retomar a carreira e nesse momento, perguntei a ela o que a motiva na leitura, vide que é um hobby tão solitário... A autora foi categórica em dizer que o que mais a motiva é conhecer historias, lugares e principalmente, a si mesma, por meio das leituras. Na escrita é motivada da mesma forma. Ao escrever sobre seus personagens, ela descobre um novo mundo e experimenta diversos sentimentos. Isso não lhe deixa sensação nenhuma de solidão. Quando falamos de gêneros, Maxine diz amar livros de aventura, suspense, romance, terror e qualquer um, desde que faça seu coração saltar enquanto ela lê.

"Depende muito do momento e do que a minha mente quer absorver no momento. Sou bem eclética enquanto leitora e amo escrever romance..."

               A autora diz que seu próximo projeto, depois da nova versão de Amor e Ordem, será explorar um mundo mais fantástico, porém com toques de terror e suspense. Ela quer dar vida a personagens diferentes. Por falar em personagens, Daniele afirma que os seus são pessoas reais, mas de alguma outra realidade ou dimensão. E acredita que sua história tenha acontecido de verdade nesse outro mundo paralelo. A história foi levemente soprada em meus ouvidos. Na criação de personagens, ela não costuma usar pessoas próximas como exemplo, mas usa de situações cotidianas para perpetuá-los.

             Em relação ao bom e velho fantasma do bloqueio criativo, vamos deixar claro uma coisa... Eu sempre questiono meus entrevistados por que sempre aprendo formas diferentes de lidar com ele. E para Daniele, a pergunta pareceu normal. A resposta mais ainda... A autora simplesmente espera, pois gosta de imaginar que quando está com um bloqueio é por que os seus personagens impediram a sua entrada no mundo deles, naquele momento. E, para conseguir voltar para lá, basta apenas esperar ou fazer alguma coisa que não os envolva diretamente. Daniele fala com simplicidade que quando ela menos espera, os ouve novamente, recebe o chamado deles e isso se dá a qualquer momento e a qualquer hora.

"Eu estando pronta ou não, no chuveiro, na rua, no mercado, fazendo comida... Às vezes eu nem sei o que vou pegar por que estou hipnotizada em alguma cena nova que eles estão me mostrando..."

             Daniele nunca contou quanto tempo demora o bloqueio, mas diz que não costuma ser um período muito longo. Seus personagens não as deixam em paz por muito tempo. (Risos). A autora diz que quando mostrou seu trabalho pela primeira vez a alguém, foi na escola. Ela criava letras de música, às vezes alguma amiga estava sofrendo com os problemas da adolescência... Ela sorri com a lembrança e diz que outras vezes era ela mesma que ficava confusa ou perdida. Então se sentava, pegava o bom e velho caderno e escrevia tudo o que estava sentindo. Tentava imaginar a dor das pessoas próximas também e depois mostrava a elas o que tinha colocado no papel. Daniele diz que muitas das vezes foram eles, os cadernos e alguns amigos, que a incentivaram a continuar escrevendo e compondo. De tanto escrever, surgiu a ideia para seu primeiro livro que, curiosamente quando visualizou pela primeira vez, era um roteiro para uma peça de teatro. Mas, quando viu, estava envolvida demais criando uma história longa.

               Agora, de volta ao cenário editorial e, depois de uma experiência nada boa com uma editora, Daniele retorna de forma independente, colocando todas as fichas em sim e esperando pra ver aonde isso vai dar.

"Estou confiante de que irei conseguir andar pelas minhas próprias pernas, mas se surgir alguma proposta legal de alguma editora eu não descartarei".

            Quanto a ter um ritual para escrever, a autora diz que tudo vai depender do momento. Música não pode faltar. Raras às vezes em que a autora opta pelo silêncio. Um bom vinho sempre cai bem, mas às vezes ela opta por um chá quente. "Eles me ajudam."

               Sobre o momento atual, a autora está dedicada somente na reedição de seu livro. Ela está revisando e fazendo pequenas mudanças que tornarão o livro ainda mais atraente. Ainda não tem data prevista para o re-lançamento, mas afirma que será em breve. Após o feito deste, tem em gaveta mais um projeto que carrega o nome provisório de "Escarlate". Ele irá abordar vidas passadas e viagem no tempo. Para o futuro, a autora se diverte e cai na gargalhada dizendo que em dez anos, espera estar podre de rica, como J. K. Rowling ou Stephen King (Risos). Recuperando a modéstia, diz que espera apenas poder viver dos livros, assim como todo mundo que escreve almeja. Ou então de suas composições, ou ainda de qualquer coisa que esteja fazendo no momento.

"Espero estar confortável e já ter consolidado minha carreira."

               Quando falamos da importância de termos cada vez mais brasileiros no cenário mundial, Daniele diz que o grande lance disso é mostrar ao mundo que todos temos histórias fantásticas, inspiradoras e emocionantes para contar. Ela diz que nós também podemos fazer, nós também temos vozes. Nós, somos todos da classe, que aplicamos tempo e amor para colocar no papel tudo o que criamos em nossas mentes. Daniele diz que ama escrever e peço para que ela fale um pouco mai de si. Peço que ela apresente a Daniele por detrás da escritora. A Paulista, além de escritora é terapeuta holística e atua também como modelo fotográfica. E também cantora e pratica canto popular e lírico. Já teve até uma banda de rock, mas, faz tempo que ela abandonou a música... Espera também poder retornar em breve para esta outra paixão que é cantar. Daniele também gosta de pintar em tela coisas abstratas, mas nada muito profissional. Gosta de uma boa taça de vinho e de ouvir uma boa peça de ópera. Ama pincéis, tintas e cores. É assim que ela se diverte. Ama a dança do ventre, já fiz dança cigana. Resumindo, a Daniele autora diz que a Daniele pessoa, ama tudo o que envolva a arte. Seja na música, livros e nas mais variadas formas de expressão.

              Seu sonho é que o mundo editorial possa dar voz aos milhares de escritores ainda anônimos, não somente aqui no Brasil, mas pelo o mundo afora. Dani quer ter o prazer de ver as grandes editoras do mundo inteiro com nossos livros nos catálogos e consequentemente, nas estantes do mundo. Dani quer ver editoras Brasileiras orgulhosas de seus vários autores nacionais e, que os valorize. Quem sabe daqui a algum tempo não veremos filmes ou séries dos nossos livros e dos livros dos nossos amigos. Nossa isso seria fantástico!

               Pedi pra Daniele voltar alguns anos e lhe dar um bom conselho... Ela pára por algum tempo, fixa o olhar no vazio e diz:

"Os obstáculos irão surgir de qualquer forma e de ambos os lados, mas esteja pronta e nunca desista."

          Chegando ao fim de nosso bate papo, pedi que Daniele nos fizesse uma indicação. De livro e de melhor capa em sua opinião. Ela então indica como livro "Ultra Carmem", de Cesar Bravo e como capa ela gosta muito da capa de "No encontro de uma constante", de Bruno Luiz Mattos.

               Seu sonho é que o mundo editorial possa nos dar vozes, não somente aqui, mas pelo o mundo afora. Maxine quer ver editoras grandes do mundo inteiro com nossos livros nas estantes. Quer que as editoras Brasileiras sintam orgulhos de ter vários autores nacionais, que eles possam nos dar valor para que o mundo conheça os autores brasileiros, quem sabe não ver um filme ou uma serie dos livros dela e de seus amigos. Ela exalta que isso seria fantástico!

               Daniele de Jesus Maxine recentemente voltou para as mídias sociais. Para saber mais detalhes, basta clicar na sua foto e segui-la no Instagram. Se quiserem conhecer suas demais atividades, a autora também disponibiliza sua conta pessoal para novas amizades. @amerissis.maxine


Uma autora acompanhada de títulos e um legado que já está marcado na história de nossa literatura. Conheçam essa mineirinha e vejam a diversidade da nossa cultura nacional por todo o país. Com satisfação apresento-lhes...

Gabriela Lopes

Outubro 2020


          Ela carrega muitos títulos e ainda assim se sente honrada de estar aqui, ocupando este espaço. Mas a honra de sua companhia virtual é toda nossa. Quero lhes apresentar quase um "De frente com Gabi" com essa mineira de 29 anos, de Teófilo Otoni. Gabriela gosta de ler desde a sua infância, quando aprendeu a importância da literatura. O ímpeto de que mais pessoas lessem o que passou a escrever só surgiu em sua fase adulta. Apesar de ainda muito jovem, a autora é bacharel em direito, membro da Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes como Acadêmica Nacional de Grande Honra/Imortalidade acadêmica. Ocupa a cadeira número 55 do Patrono Luiz Gonzaga. É membro também da Academia de Letras de Teófilo Otoni e sócia correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Mucuri.

          Além de todos estes títulos ela é escritora de 3 livros literários, participante ativa de 3 livros acadêmicos e antologias.

          Ufa... Um parágrafo inteiro pra apresentar Gabriela Lopes. Mas você e eu estamos aqui para conhecer a autora, a persona...

"Acho louvável a iniciativa deste trabalho. Incrível saber que uma arte minha recebe curiosidade sobre a sua existência"

          A autora afirma que muitos artistas precisam exatamente deste tipo de motivação para não ficarem no meio do caminho. Ela diz que a literatura tem o mesmo peso que o oxigênio que respirou pela primeira vez em vida. Desde então não pôde parar de recorrer ao ar, caso contrário lhe faltaria vida. E por que não dizer o mesmo da literatura?

            Toda vez que partilha sua essência em forma de letras no papel, sente que o ato tem poder de penetrar como ideia outro sujeito e, assim, perpetua a literatura. Escrever é um ato de processar a realidade em si e desfigurá-la, assim, quaisquer formas e deformidades, a autora tenta colocar no papel, como que perpetuando tudo o que pode tocar subjetivamente na vida.

             Como já foi citado, Gabriela Lopes já escreveu artigos científicos que foram publicados em revistas eletrônicas de algumas faculdades. Fez participação também em resumos, em Simplósios de Produção científica.

"Sou curiosa e isso me motiva a descobrir novas vertentes na literatura. No ato de ler aprendemos sobre como escrever."

             Essa foi a resposta categórica que a autora me deu quando eu perguntei um fator que a motiva a ler. Ela também disse que pra ela não há nada mais satisfatório que ter descoberto alegria e contentamento em sua própria companhia, e isso deixa o hobbie menos solitário como eu sugeri que fosse. No sentido espacial talvez se aplique minha teoria, mas no plano interno, um mundo se passa dentro de nós, ela diz.

"O ato é revestido de novos aprendizados. Eis a grande fortuna!"

            Como leitora ela ama suspense, ficção e drama. A autora também se divide entre os filmes durante a noite. Para escrever, opta por ficção e poesias. Seus personagens são mesclados na realidade e ficção. Ela diz que procura formá-los em uma simbiose entre sua imaginação, mas também se inspira nas condutas de pessoas próximas ou não. Para escrever, Gabi ouve música instrumental, sempre. A variação vai de lírica com violino e jazz até a clássica ou o blues. Ah... E pra beber não pode faltar um bom vinho.

               Quando questiono a autora sobre bloqueio criativo sou surpreendido... Ela simplesmente diz que o desconhece. Que simplesmente as ideias surgem. Para algumas pessoas é preciso estarem 100% para que uma ideia se desenvolva embasada em suas mentes, ou então precisam exatamente do contrário; de situações melancólicas. Ela chama isso de "gatilho", mas discorda do fato de nossas criações como autores, ficarem de algum modo condicionadas a uma projeção emocional.

"Esteja eu feliz ou triste, preocupada ou calma, eu escrevo. Este é o meu combustível... As sensações humanas."

                Cada sensação experimentada é matéria prima para um trajeto dento da autora, com isso acaba se transformando em textos ou versos. Material esse que pode ser encontrado principalmente nas redes sociais. A autora admira o trabalho independente de autores iniciantes, mas diz que se houver a possibilidade da escolha de uma boa editora, e o escritor sentir que suas necessidades serão supridas, ele não deve hesitar. 

            Instiguei Gabi a falar de seus projetos em andamento e os que tem reservado para o futuro. Ela diz que em alguns dias partilhará coisas novas. Gabi fala com carinho do livro "O desabrochar poético" que fez em parceria com um acadêmico Angolano. O livro está pronto e carrega o nome dela e de Antônio Alexandre na capa. Ela fala com entusiasmo do prefácio, que foi escrito pelo Presidente da Academia de Letras de Teófilo Otoni, onde congrega como membro. Em breve o livro estará disponível na Amazon.

               Ela está também envolvida em outro projeto chamado "A face da poesia", que está construindo ele com outros três escritores. São duas brasileiras e dois Moçambicanos. O projeto é uma antologia temática. O tema versa sobre as quatro estações da vida, uma simbiose entre as estações da natureza e nossas fases humanas até o fim da vida. Utilizaram um projeto audiovisual que já havia criado com este tema. O material está disponível no youtube. Essa antologia carrega 25 poesias de cada autor, 100 poesias ao total.

               Gabriela também é organizadora de "Meninas sem fronteiras, as nuances entre Brasil e África" formado por jovens de Angola, Moçambique e Brasil. A proposta nasceu com intuito de estimular jovens meninas e mulheres a serem protagonistas dos seus talentos, oportunizando empoderamento e valorização da arte produzida por mãos femininas, independente de idade e nacionalidade. Um estímulo cultural para saberem que são capazes de realizar trabalhos inéditos e ricos em conteúdo. Consiste em apresentarem criações de autoria própria, seja uma poesia, conto, crônica, reflexão, texto ou desenho para formação de uma Coletânea. Elas já estão produzindo, em breve teremos novidades. 

Para uma projeção futura a médio e longo prazo, a autora diz que é difícil prever qualquer coisa, mas afirma querer estar escrevendo, pois no seu âmago, é o que ama fazer.

"As consequências disso eu não sei, porém, sei que boas sementes dão bons frutos e assim nascem boas árvores."

            Gabriela diz ainda que é extremamente importante, na verdade é um estímulo a valorização dos nacionais pelos próprios brasileiros. Para a autora cometer erros na jornada é importante e ela os cometeria todos novamente, pois cada erro tem mais peso do que os acertos. Claro que acertar logo de cara é muito bom, contudo são nas falhas que aprendemos a estruturar dentro de nós o que de fato é importante quando queremos algo.

"Andaria cada deserto novamente sem me desviar das pedras. O todo do EU nosso nesse tempo presente é a soma de tudo isso, de tudo o que somos; um povo altamente criativo e talentoso. Os nossos produzem conteúdos de altíssima qualidade."

               Pedi que a autora nos indicasse um livro e um autor nacional e ela reuniu os dois atributos em uma única obra. "Cólera", de Jonathan Tavares, que foi vencedor do prêmio Minas Gerais de Literatura de 2016 na categoria jovem escritor. Ela diz que a capa do livro é muito intrigante.

               Bom, Gabriela Lopes é guerreira. Sempre persistente com tudo aquilo que acredita. Desistir nunca foi uma opção. Como cristã, acredita que nossas ações voltadas à benevolência dos outros retorna. Seu templo é seu interior. É lá onde mais frequenta. Seu ídolo é o desconhecido.

              Mantém certo distanciamento de todo tipo de fanatismo, discurso pronto ou excessos de certezas na conduta humana, naturalmente somos um campo a ser lido diariamente. A não convicção é o primeiro passo para nossos aprendizados. Curiosa, teimosa e apaixonada pelas artes das criações. Quando diz criação se refere a tudo que podemos transformar do zero em algo inédito. Desenha figuras manualmente e pinta telas também. Descobriu essas habilidades ainda quando criança; nunca fez curso de artes, é autodidata. Para ela, o ato de criar, seja um texto acadêmico, literário, um desenho ou pintura, tudo isso a traz grandes satisfações. Quando a criatura cria, seu templo interior ganha espaço.


Pedro é um jovem que tem a determinação precisa para tirar dos papéis o seu sonho de ser escritor. Na verdade, ele coloca tudo nos papéis e nos entrega um trabalho muito bom e de muita excelência.

Pedro Fontes

Setembro 2020


            O nosso convidado deste mês é natural da Cidade do Aço, no Rio de Janeiro. Ele tem quatro anos de uma já promissora carreira em apenas vinte e três de idade. Batizado com o nome de Pedro Fontes usa o mesmo nome como artista. O jovem rapaz diz ser um privilegiado pelo convite. Acha providencial a iniciativa das entrevistas com autores nacionais que buscam cada vez mais espaço nesse mundo literário. Para Pedro, a literatura é coisa séria...

"A literatura pra mim é tudo, é "A ARTE". Ela é tudo para mim. Eu não consigo viver hoje sem escrever e principalmente sem ler."

          Pedro diz que justamente por ser leitor e autor, é que pretende trazer isso às pessoas que ainda não estão familiarizadas com ela. A nossa literatura tem tudo para ser uma das melhores e para isto, basta que nós, enquanto povo civilizado consuma a literatura como deveríamos.

             Pedro já tem alguns livros escritos além de escrever resenhas literárias. Quanto à escrita ser um hobby solitário, Pedro diz que a maioria dos autores procura "sair da realidade" e usa também esse gancho, pois além de melhorar o vocabulário da escrita e a pronúncia, motiva-se sempre a melhorar como pessoa. Ajuda a escrever melhor e escrever coisas que jamais pensou em escrever. A leitura o motiva a viver melhor. Pedro tem maior interesse por terror, suspense/mistério, romance LGBT+ e romance de época. Os gêneros são os preferidos também para a escrita.

             Pedro afirma que ao escrever, a maioria de seus personagens são frutos de sua própria criação.

"Personagens... Quase sempre são criações, mas às vezes me espelho em amigos próximos ou pessoas que passaram na minha vida e às vezes ainda, em características pessoais minhas."

            Em relação ao fantasma do bloqueio criativo, Pedro diz que por vezes ele dura por muito tempo... Para sair desse período, ele muda de projeto e tenta desenvolver algo mais breve, porém não menos importante. E quando não consegue escrever nada, ele procura assistir um filme, série ou conversar com alguém.

           O autor diz que procura divulgar suas obras em diversas plataformas e da melhor maneira que julga, procurando sempre diversificar. A relação do autor com a forma independente ou com a ajuda de uma editora ele acredita ser muito pessoal de cada autor.

"A vantagem de se ter independência é que o autor é o próprio chefe e ele manda no próprio projeto do início ao fim, mas a visibilidade quanto a venda tende a ser baixa."

         Pedro julga que quando o autor se propõe a publicar um trabalho, tem que colocar no papel todos os seus objetivos e os meios que pode utilizar para alcançá-los mais rápido.

"Por editora, você fica a par das etapas, mas o editor vai sempre ter um olhar comercial que nem sempre vai agradar autor, mas em questão de vendas é melhor."

             Para escrever... Sempre bebendo um bom café. Se for de noite, um vinho. Às vezes Pedro também ouve música, de preferência clássica... Mas pra ele, geralmente o silencio total é sempre bem vindo.

            Sobre projetos em andamento Pedro diz que com seu romance já fora de catálogo, ele resolveu escrever coisas mais curtas e rápidas. No momento está parte do tempo escrevendo novelas, pois pretende montar uma série de livros com todas elas, mas também tem se dedicado aos contos para em breve lançar um livro somente com eles. Em relação aos próximos dez anos e sua pretensão literária, Pedro diz que é difícil imaginar. Não costuma pensar assim a longo prazo em nenhum aspecto de sua vida. Não se vê daqui a dez anos em nada, mas tem vontade de ser um autor já consolidado e conhecido no mercado. Pedro diz que sua maior pretensão literária a médio prazo é publicar todos os seus textos e se tornar conhecido por eles, mas que principalmente, seus textos caiam nas graças dos leitores.

         Perguntei ao jovem qual a importância de termos cada vez mais escritores no cenário mundial e ele disse sem titubear... ENORME!

"A literatura brasileira é muito vasta e muito importante para o povo e o país, pois mostra a cultura do nosso lugar. E quem faz a literatura não são somente os leitores, mas principalmente os escritores. É triste ver muita gente pensando em desistir de escrever."

             Para falar de si mesmo, Pedro diz que é muito difícil. Ele espera que as pessoas o conheçam e tirem suas próprias conclusões. Só diz que ama ler, escrever, assistir filmes e beber muito café e vinho. É bem humorado e usa isso para a vida. Ri e tenta aproveitar o que há de bom em cada momento. No caso de voltar ao passado e dar uma dica para si mesmo, ele diria para não publicar nada logo de cara. Diria para ler, ler muito e revisar. Procurar pessoas que possam dar dicas sobre a escrita. A impulsividade leva a maioria dos autores aos erros primários, e eles acontecem.

          Para descontrair um pouco, pedi para Pedro me indicar um livro e uma capa favorita. Ele disse que era muito difícil sugerir isso dentre tantos trabalhos bonitos que existem mas, que como ama esse livro, sua capa favorita é a de "It" de Stephen King. Ele usa a palavra "fenomenal" para adjetivá-la. E quanto ao livro, ele indica "Uma ou Duas Pétalas" do autor Luan Araújo. Ele diz que Luan é um amigo de escrita da cidade onde mora, muito gente boa.

            Pra finalizar, Pedro Fontes diz que espera que autores de todo o Brasil possam se unir pelo bem maior que é aumentar a gama de leitores, dar qualidade aos escritores e com isso, promover nossa literatura a um nível acima.

"A meta é descobrir mais leitores e atrair mais pessoas para o mundo maravilhoso que é a literatura."

Todo o material disponível de Pedro, você pode encontrar em:

https://www.wattpad.com/user/Pedro_Fontes20


Victor Nobre é uma jovem promessa da literatura que já está bem encaminhado para o sucesso. O autor ainda não pode revelar muita coisa, mas resolveu nos contar um pouco de quem é...

Victor Nobre

Agosto 2020


          Ele é um jovem talento de apenas dezoito anos de idade, mas o amor pela escrita começou desde cedo (desde que o Wattpad era mato - segundo ele mesmo). Tanto que já acumula seis anos de carreira. O Sergipano, de Aracaju se sente orgulhoso pela oportunidade de ser reconhecido pelo que faz. Victor parabeniza a iniciativa do site denominando o trabalho de brilhante...

"Vejo que isso dá visibilidade à autores desconhecidos, e isso fará uma enorme diferença na carreira de todos."

          O autor tem a literatura presente em sua vida desde que se entende por gente. Diz sempre ter amado livros de mitologia, principalmente lendo a maioria das sagas literárias que já foram adaptadas para o cinema. Victor tem a pretensão de perpetuar seu legado da melhor maneira possível, sempre respeitando os seus leitores e, principalmente seus valores como profissional.

          Victor, por algum tempo, tentou manter no ar um blog onde fazia resenhas e reviews de filmes e séries que acompanha, mas devido ao foco em dar continuidade ao seu segundo livro da trilogia, ele decidiu paralisar o blog, mas é algo que está paralisado e não findado.

        Como sempre teve a leitura no seu cotidiano, decidiu que era a hora de criar a sua própria estória e lançou-se um desafio...

"Pretendo, sonho na verdade, em semear um Universo Compartilhado no formato da Marvel por exemplo, onde todas as histórias surgirão da Trilogia Vampires, que estou escrevendo atualmente. E tudo desembocará em um evento único."

       A pretensão de Victor não sobrepõe a sua capacidade para tal. Ele é um rapaz novo, cheio de ideias e ainda com tempo disponível para alcançar o objetivo. Para isso, mantém-se firme em ler. É o seu principal material de apoio à sua mente brilhante. Seus gêneros favoritos são fantasia e romance sobrenatural. Mas, confessa já ter se rendido a algumas obras de Stephen King e se encantou com a escrita dela. Victor ressalta que sua trilogia tem uma boa mistura de Romance e sobrenatural. A cereja do bolo é um toque da cultura LGBTQI+

         Perguntado sobre personagens, o rapaz diz que gosta de pensar que todos eles possuem uma parte de si. Eles nascem de seus medos, sonhos, frustrações, ambições e sentimentos mais obscuros que ele encontra em si mesmo. O diferencial entre eles são aspectos de personalidades, que ele tira de amigos próximos.

"The Darkness, meu primeiro livro tem muito de mim, mas muito mais dos meus amigos..."

        Victor não sente o peso de ter uma mente criativa sempre em ação, mas sofre nos períodos de bloqueio criativo. Diz que os períodos duram mais do que deveriam. Isso acontece quando ele chega a uma cena ou capítulo que ele está planejando há dias. Não é à toa que The Darkness foi reescrito mais de quatro vezes ao longo desses seis anos de carreira.

"Nem sempre é bloqueio, às vezes é somente capricho... Idealizo a cena por tanto tempo que na hora de escrevê-la a dúvida se torna bloqueio."

      O trabalho de Victor chega aos leitores, principalmente, através da plataforma Wattpad. Segundo ele, os leitores de lá são bem fiéis e alguns o acompanham desde o Spirit Fanfics, onde postou a versão Beta do que viria a se tornar The Darkness. Ultimamente o autor está focado no Universo compartilhado e em suas obras. Tanto que algumas já estão disponíveis como degustação, Mas The Darkness pode ser adquirido através da plataforma Startup Uiclap. Clicando na figura do livro, você é direcionado para conferir.

"Gosto de pensar que um dia uma editora virá me procurar. Mas no momento prefiro eu mesmo ter o controle total de tudo."

       Como todo bom escritor, Victor tem uma superstição para escrever. Apesar de se considerar espontâneo demais, seu instinto tenta sempre encontrar uma boa música, que se encaixe no momento daquele capítulo ou cena. Tem que contracenar com a atmosfera geral da obra.

         Falando mais de seu projeto atual, o autor trabalha em quatro:

"The Masquerade é a continuação de The Darkness. Diabólico é uma espécie de livro prequel, que contará a história e um pouco mais da mitologia do mundo sobrenatural que será utilizado na trilogia COVEN, obra também derivada de The Darkness, e que irá focar na mitologia mística e na figura de bruxas, podendo envolver demônios e até o anticristo. E... Os contos da meia noite é um livro de contos individuais de cada personagem dos livros... Tudo isso vai se encaixar em um trabalho de longa data."

        Pelo que pude entender, a trilogia Vampires é composta por The Darkness, The Masquearade e Blood Wars. E, em paralelo à tudo isso, Victor nos dá uma notícia de primeira mão... A trilogia será adaptada numa série live-action que, de certa forma já está sendo veiculada. The Darkness está sendo adaptada para uma web-série feita no jogo The Sims 4 e, o primeiro episódio está disponível no Youtube.

          Sobre a literatura nacional, com todos os leitores do nosso "Brazilzão", Victor diz que o momento é crucial. Ele diz que o mundo está se abrindo para novas culturas, coisas novas e movimentos que comprovam essa aceitação e busca pelo novo (em partes), pode ser vista em gostos musicais...

"Nem sempre o estranho é ruim. Pode até ser essencial... Espero que esta aceitação alcance também a literatura."

           Chegando próximo ao fim de nossa entrevista, pedi ao autor para se definir como pessoa... Ele começou dizendo que o fato de ser virginiano diz muita coisa sobre ele. É carinhoso e tem paixão extrema por tudo o que pretende ainda desenvolver. Seus planos para escrever alcançam o ano de 2030 segundo ele e tem fé suficiente em seus atos. É uma pessoa fiel às amizades que a vida lhe apresentou e isso se reflete em suas obras e nos acontecimentos que giram ao seu redor.

         Se Victor pudesse dar um conselho a si mesmo em algum momento de sua carreira ele diria que a chave está em si mesmo. The Darkness foi concluído com suas descobertas sobre si mesmo como autor, leitor e ser humano.

     Pedi que o autor indicasse uma boa capa e um bom livro... Victor é apaixonado pelas capas da saga Crepúsculo e sua indicação foi para Luz & Trevas - Teoria do Caos, de Thaisa Santos. A autora é sua prima e o livro pode ser encontrado também no Wattpad. É uma mistura de Agatha Christie e Joe Hill.

         Dá pra ver que o talento está na família.







Participação na Antologia Versoterapia
Participação na Antologia Versoterapia

Participação na Antologia Floresta Negra
Participação na Antologia Floresta Negra

Bruna é uma escritora promissora que tive a honra de conhecer e poder trocar conhecimento. Estamos ansiosos pelos seus textos que estão sendo trabalhados diariamente. Conheçam mais um pouco dessa artista.

Bruna Nunes

Julho 2020


         A nossa convidada deste mês é potência nacional no futuro da literatura. Essa afirmativa é baseada pura e simplesmente no caráter e no potencial que tem sido explorado. A Caxiense aí da foto é a ilustre Bruna Nunes. A jovem de 29 anos usa NB.Brun como seu nome artístico. Brun tem livros escritos e ainda não publicados. Muitos estão em andamento. Brun afirma que sua carreira é bem recente. Foi somente agora, em 2018 que ela acreditou ser uma escritora de um breve livro. Antes disso, ela já exercitava toda a sua capacidade de outras formas...

"Textos, mensagens, reflexões e diários sempre existiram. Tive um diário que fez parte de mim, sempre pensei demais e precisava expressar algumas coisas, e escrever foi a maneira que encontrei. É libertador!"

          Brun diz que assim que recebeu o convite ficou extremamente feliz e lisonjeada. Ela menciona a deficiência na valorização desse tipo de trabalho. Importar-se com o trabalho alheio hoje em dia é uma coisa nobre. Ajudar, motivar e impulsionar pessoas é muito gratificante. Brun ressalta que a maioria das pessoas olha somente para si mesma e as demais que lutem. Ela ainda diz que por não ter nenhum livro ainda publicado ( muito embora estejam em fase final), ela jamais imaginou que ser entrevistada pudesse ser possível. Este tipo de atitude, segundo ela, faz com que as pessoas acreditem nos seus sonhos e naquilo que se propõem a fazer.

"Sou muito grata pela oportunidade. Pra mim é uma honra!"

         A jovem autora sempre gostou de ler um pouco de tudo. Nunca teve obsessão apenas por escritores famosos e consagrados. Por ter conhecido vários colegas de profissão recentemente, os até então autônomos nacionais, tem sido alvo de suas leituras e nelas, troca informações, aprende e ensina. É muito gratificante quando tempos acesso ao autor da obra enquanto a lemos. Brun afirma que participar de grupos específicos em mídias sociais é uma excelente ferramenta para aprender, multiplicar conhecimento e experiências, além de inseri-la em um aquário, quando antes se sentia um peixinho fora d'água.

           Brun escreve sobre o que vive e aprende a cada dia. Ressalta que seu público alvo, naturalmente tende a ser no âmbito espiritual. Com o hábito de ler muito a Bíblia, acredita que vai desenvolver melhor assunto entre pessoas com o mesmo interesse. Afinal, sua história começou pela fé. É claro que isto não a impede de escrever outros gêneros, até porque Bruna tem potencial e curiosidade sobre diversos assuntos. Porém, ao falar e escrever, ela crê que ressalta o seu lado espiritual.

"Não me vejo escrevendo um terror daqueles sanguinários com sangue, tiros e assassinatos, mas também não posso afirmar que nunca os escreverei. Gosto de usar da minha criatividade. Imaginação e inspiração do momento para escrever. No decorrer da vida tudo pode acontecer."

          Quanto ao que escreve, Brun deseja que muito mais pessoas leiam o que ela escreve. Contraditório, ela diz não se importar muito com isso no começo. Dizia escrever para si mesma e que nunca pensou em "ser aceita" por alguém por esse feito, até porque todos nós temos opiniões diferentes.

         Brun diz que o hobby da leitura e da escrita não é tão solitário quanto parece. Ela, amante de conversar e trocar ideias com pessoas, diz que a realidade é bem diferente. Nem sempre é possível investir tempo em experiências alheias. Para isso, tem uma solução que parece muito prática e pode ser adotada por qualquer pessoa alfabetizada.

"Ter um bom livro em mãos faz toda a diferença. O livro é um amigo que nos diz exatamente o que precisamos ouvir. Podemos filtrar e guardar somente aquilo que vai somar na vida."

        Ler para fugir de uma realidade e tornar a vida mais leve é um excelente incentivo. Brun diz entrar em outra dimensão, dependendo que tipo de livro que se está lendo, basta algumas páginas para entrarmos em Nirvana. Ter aventuras que nos permite viajar na história, isso é muito gratificante. Ter um bom livro em mãos é quase como estar com os amigos ou em família. Porém, quando estamos sozinhos, deixamos nossos sentimentos mais aflorados.

"Perder o ar é incomparável."

          Entramos na classificação dos gêneros e Brun diz ler um pouco de tudo. Ela entende que ler é um ato de busca por mais conhecimento, vai além de pura diversão. Dependendo do momento o foco na literatura pode mudar. Não pode afirmar que jamais vai ler isso ou aquilo, pois os dias sempre são diferentes um dos outros. Hoje em dia, Brun está buscando leituras que lecionam sobre as técnicas de escrita, ideias e inspiração. Ter uma boa base é bom, mas não abre mão de deixar fluir e transbordar imaginação e fluidez durante a escrita. É muito melhor.

Falando de personagens, Brun diz que personalidades a inspiram na criação de novos personagens, no entanto, não baseia seus "filhos" em pessoas próximas.

"Na maioria dos casos, comparações podem ser desagradáveis!"

          O papo estava fluindo muito bem e eu resolvi colocar a autora em xeque! Perguntei a ela como lida com o fantasma do bloqueio criativo e, para a minha surpresa, ela disse tranquilamente que ainda não o enfrentou. Disse ter tido um longo período de abstinência da história, mas assume a culpa por isso e não enxerga isso como bloqueio. Lidar com esse tipo de situação é muito peculiar para cada artista.

"Eu particularmente me inspiro com diversas coisas então, acredito que o bloqueio não será um problema."

         Brun é uma mulher, artista, e cheia de talento. Desde que começou a acreditar que podia escrever de fato, colocou alguns textos nas redes sociais. Coisas como pensamentos e mensagens. Ela revela ter trabalhos "escondidos" ainda. A autora se sente feliz de mesmo que aos poucos, estar se mostrando no mercado editorial.

             E durante a sua produção, o café é certo em sua mesa. Seja na leitura ou na escrita. A fusão da cafeína com o silêncio quase absoluto sempre resulta em excelente produção. Mas não se prende a isso. Nem sempre o silencio a acompanha, então tem o hábito de gravar áudios para não perder a ideia. Posteriormente, coloca tudo no papel e desenvolve!

             Sobre seus projetos em andamento, Brun mescla ansiedade e malacia. Na verdade, ela já tinha ciência de que sua produção poderia se tornar um bom livro. Desde então, começou a planejar tudo até o momento em que se encontrou em inércia. Um "amontoado de palavras" que não tinham destino. Ela procurou ajuda profissional e, através de um Coaching de escrita criativa (que por sinal foi nosso entrevistado do mês de junho/2020), ela viu uma luz.

"A história foi dividida... 'O grão de uma pequena fé' foi o início de tudo."

            Ela viu as coisas acontecerem quando através do Wattpad seu trabalho teve visibilidade também para editoras. O interesse do mercado editorial foi divisor de águas para que NB.Brun acreditasse ainda mais em si mesma. Desde então ela vem negociando com casas editoriais que estejam interessadas em publicar a história. As negociações continuam e não há dúvidas que muito em breve, nós leitores, seremos contemplados com um livro físico.

          Em seguida nasceu 'Nas mãos do Oleiro' que Brun viu como o passo seguinte. Com algumas dificuldades na jornada e muita espera, surgiu o 'Diário de uma escritora'. Brun idealizou que um dia ele estaria pronto e as pessoas teriam a curiosidade de saber onde tudo aquilo havia começado. 'Diário de uma escritora' se tornou um desabafo de alguém que não tinha mais com quem falar. Toda essa transição na vida da autora ajudou na formação de textos e historias concisas. Brun iniciou então o 'Passos de Fé', que é o seu trabalho favorito, pois é a junção de vários elementos que a fizeram não parar.

               Em paralelo a tudo isso que está acontecendo, NB.Brun ainda ratifica seu talento participando de antologias. Recentemente teve alguns textos aprovados em projetos, os quais estão divulgados aqui ao lado.

"Temos alguns segredos aqui, e muito especiais!"

           Como a ideia inicial de tudo era ter um final e muitas coisas aconteceram, ela iniciou mais um projeto chamado 'O início do fim - Um novo começo'. Brun diz que ainda não é o final, mas é algo específico que a ajudou a chegar a publicações que tem no Instagram (@tragicomilagre). As publicações fazem parte de mais 12 capítulos de algo que ainda não se pode falar.

              Brun tem lá os seus mistérios e é isso que a torna especial para estar aqui neste quadro como uma entrevistada de potencial. O importante é que essa brincadeira gerou 6 história curiosas, que podem ser lidas separadamente; em seqüência ou não.

        Para um futuro em médio prazo ela pretende ter todos os 6 projetos finalizados, mas tem ciência de que ainda há muito trabalho pela frente.

            A autora diz que no nosso país temos muito potencial em cultura. Ressalta que temos muitos olhos voltados para nós em diversos aspectos e entende que a literatura pode ser mais um diferencial.

"Acho que, ser uma referência assim a nível mundial, além de atrair mais olhares ao Brasil, ( que por sinal isso é muito bom, afinal não somos só carnaval), incentiva o brasileiro a acreditar em si mesmo."

           Brun compila o assunto dizendo que temos exemplos que vem de fora, então por que não nos tornarmos referência para o exterior também?

           Quanto ao trabalho de capas e diagramação, 'O novo peso da Nuvem' de Vera Oliveira é a indicação da autora. Ela diz que a capa pode sim determinar a leitura de um livro. É onde tudo começa, no visual. Mas ressalta que a já conhecida frase de não julgar um livro pela capa, procede. Existem boas estórias em caixas não muito elaboradas.

            Para finalizar a entrevista, eu pedi que Brun mostrasse a artista que é através dos próprios olhos. Olha o que ela respondeu...

           Bom, meu nome é Bruna Webber Nunes e sou cristã, (mas nem sempre foi assim). Muito sonhadora e intensa nas coisas que eu faço, e procuro fazer aquilo que realmente acredito. Com o passar de algumas situações me "descobri". Conheci alguém criativa, que não se contenta com as mesmas coisas sempre, sabe que pode ter aquele "algo a mais", que pode fazer toda a diferença. Já fui muito criticada por pensar e escrever demais, até que entendi que é assim que eu sou, e comecei a me amar cada vez mais depois que aceitei isso. Inclusive, deixei de me expressar assim escrevendo por um bom tempo. Tentei bloquear alguém que nasceu pra ser assim. Ainda bem que minhas mãos falaram mais alto. E aqui estamos! Caso um dia tivesse a oportunidade de me dizer alguma coisa, eu diria: "Você vai querer desistir, não permita que isso aconteça. Vai querer chorar por inúmeras vezes, mas vai valer a pena. Por favor, não se acomode e não pare de escrever aquilo que você entende que é pra fazer. Se parar estará perdendo um sonho". E o principal...

"As pessoas ao redor não vão entender que seu sonho é escrever, mas não de ouvidos, na verdade, melhor você nem falar. Deixa tudo ficar pronto e o processo ficará mais leve."

            De fato, sem tantas críticas e cobranças, todos podem conseguir! Tudo anda muito digital e temos diversos livros em versão digital para ler. Mas NB.Brun imagina que quanto mais pudermos interagir na história, mais interessante pode ficar. (Inclusive isso faz parte um pouquinho dos seus segredinhos). Na verdade ainda existe uma pequena aversão aos ditos e-books. Ela diz que seria uma ótima ideia áudio books. O importante é estarmos entretidos na leitura. A autora e eu concordamos que gostamos mesmo de sentir o cheirinho de livro novo. Mas para uma boa leitura, tudo é válido.

Encontrem mais sobre a autora em:

https://www.wattpad.com/user/NBBrun

https://www.instagram.com/tragicomilagre/?igshid=12vmkclnuy02v

https://www.instagram.com/brunawnunes/?igshid=od99zf1epndj


Eu sou suspeito para falar do Ricardo. É uma pessoa fantástica, com uma missão de vida muito bonita. Autor, editor, redator, formador de opiniões, mentor, coaching literário e amigo. Desde que o conheci eu aprendo com ele. É uma honra tê-lo aqui na edição de aniversário do quadro e poder apresentá-los para vocês, leitores, amigos e principalmente escritores.

Ricardo Souza

Junho 2020



Ricardo Souza escreve com o heterônimo de Paul Richard Hugo e, apesar das muitas experiências com textos, teve seu primeiro livro publicado  apenas em 2015. Ele atualmente tem se dedicado na formação de novos autores, e coloca à disposição todo o  seu conhecimento para ajudar com sua experiência e didática ainda em desenvolvimento. Ricardo é mestre no que se propõe a fazer e ama seu trabalho. Essa fusão não pode surtir outro efeito senão amigos, clientes e seguidores que o admiram.


Jenny apareceu para mim como opção de amizade no Facebook. Acho que os caminhos se cruzam com os interesses e amigos em comum. Fui remexer nesse diamante já lapidado e premiado muitas vezes! Uma grata surpresa. Uma mulher cheia de conteúdos e livros. Já comprei um dos seus, mas confesso que ainda está na lista de livros para ler...

Jenny Rugeroni

Maio 2020


          Ela é uma paulista de 44 anos que nasceu na capital, mas foi criada em São João de Boa Vista, no interior do Estado. Começou a escrever desde muito cedo, assim que entrou na escola. Em 2012 conseguiu publicar o seu primeiro livro. Na capa do livro exibe o mesmo nome de batismo, Jenny Rugeroni. Jenny cita a importância de iniciativas como esta do site, pois acredita que esse é o tipo de trabalho que pode alcançar um número grande de pessoas. Sente-se grata pela oportunidade e, espera contribuir para a ascensão do site e da literatura brasileira. A escritora cita ser uma pessoa muito introvertida e a literatura a ajudou muito...

"Esta é a maneira que encontrei para transmitir para outras pessoas aquilo que acredito ser relevante."

          Jenny tem quatro livros publicados sem contar diversos contos e crônicas; alguns até vencedores de concursos literários. A autora também já escreveu resenhas para sites de literatura e participou do blog "Fluindo o Olhar", com textos que apresentam uma visão otimista do cotidiano.

          Quando perguntada sobre motivação, Jenny diz que dentre outras formas de arte, na leitura e na escrita ela pode determinar o seu próprio ritmo. Diz ter liberdade também para imaginar as cenas da maneira que quer. Perguntei a Jenny quais são os gêneros literários que mais despertam seu interesse... Depois de pensar um pouco ela diz que lê todos os gêneros, desde que o livro tenha qualidade. Quanto ao que gosta de escrever, ela diz que escreve principalmente dramas psicológicos com foco principal nas relações familiares.

Em relação aos personagens ela é categórica ao afirmar que:

 "Meus personagens são gente como a gente..."

          O trabalhador rural, a empregada doméstica, a balconista da padaria, pessoas comuns, e ao mesmo tempo extraordinárias. Jenny poderia afirmar que pega várias referências e mistura tudo como se fosse uma coqueteleira. Alguns personagens têm certas características de determinadas pessoas, e mais algumas características de outras, mas nunca são idênticos a alguém.

"Observar as pessoas ao meu redor é algo que sempre me inspira."

          Entramos no assunto delicado do Bloqueio Criativo. O fantasma que rodeia a maioria dos autores, mas, para Jenny que além de escritora é mãe e bancária, além de participar de diversas atividades de sua cidade, diz que o bloqueio criativo está atrelado ao cansaço. Ela diz que nada do que uma boa férias não possa resolver. E diz sorrindo! Ela diz já ter publicado de forma independente e com pequenas editoras e que as duas formas tem seus pós e contras... Para Jenny, nem sempre uma editora tradicional é a solução. Quando ela é pouco conhecida e não tem alcance pode ser até que as vendas sejam menores do que de maneira independente. A margem de lucro também tem índices menores nesse caso.

          A peculiaridade que cada autor tem ao escrever é representada na vida da autora de forma inédita, ao menos para mim. Antes de escrever, Jenny tem o hábito de caminhar e afirma que isso clareia as ideias e abre a mente. Por vezes ouve músicas que despertam emoções relacionadas com o texto que pretende escrever.

          Recentemente terminou de escrever seu quinto livro, ainda inédito e que recebeu uma premiação da União Brasileira de Escritores na categoria romance. O livro trata de temas como alcoolismo, codependencia, depressão e a carga mental das mulheres que trabalham e cuidam da casa.

"Estou aguardando o retorno de uma editora tradicional de renome e, espero ter boas novidades, num futuro próximo."

        Sobre suas pretensões futuras, Jenny diz que depois de sete anos publicando finalmente pode dizer que ganha algum dinheiro com livros, mas ainda não o suficiente para dedicar-se somente a eles. Ela sente-se em um momento excelente na carreira, com conquistas de vários prêmios literários conquistados principalmente entre 2018 e 2019. A autora pretende continuar nesta curva de ascensão, estudando e aprimorando a escrita. Ainda sobre projeções, ela sente também que é preciso formar cada vez mais leitores em nosso país.

"Infelizmente a maioria não lê, e entre os que leem, muitos não possuem senso crítico para interpretar um texto."

          Para que sejamos reconhecidos no exterior, é preciso que haja mais literatura de qualidade, e o caminho para isso é a educação.

          Jenny Rugeroni, quando fala de si, afirma que além de escrever, gosta também de pintar, fotografar e dançar. Ela tem dois filhos adultos e treze gatos! Todos vivem com ela numa área com muito verde. É uma pessoa muito otimista e criativa. Acredita no poder transformador do afeto e, que o mundo será melhor quando todos nós formos pessoas melhores. Se ela pudesse voltar ao passado, diria para si mesma uma expressão da qual gosta muito: "entre o plantar e o colher, existe o cuidar e o esperar. O resultado às vezes chega depois de muita resistência, mas vale a pena quando existe paixão."

          Falando de trabalho de colegas de profissão eu pedi que me indicasse sua capa favorita. Jenny diz que de seus livros, gosta particularmente da capa do seu romance "A Herdeira do Silêncio" e salienta que a arte da capa é de sua autoria. Mas quando se trata do trabalho de seus colegas, cita o livro "Fora de mim" do autor independente Maurício de Carvalho. Eles se conheceram durante a Bienal de Contagem no ano de 2017. Apesar de ainda pouco conhecido, foi uma grata surpresa. O suspense é muito bem escrito, destes que a gente tem dificuldades para largar.

"Estou com boas expectativas, porque a participação em concursos literários trouxe bastante visibilidade para a minha escrita."


Renato Nascimento
Renato Nascimento

Coisas Estranhas Acontecem à Ellen
Coisas Estranhas Acontecem à Ellen

Ele é alem de tudo, meu colega de classe. Estudamos juntos e quando surgiu o assunto em comum, entendi que poderíamos trocar conhecimento e logo eu o trouxe para cá, para vocês... Conheçam o grande...

Renato Nascimento

Abril 2020


          Ele é um cara pacato, super inteligente e gente finíssima. Foi um prazer receber a amizade desse cara e trocar informações mútuas sobre assuntos diversos. Ele é carioca, morador do Rio de Janeiro e carrega uma ainda tímida carreira de 5 anos de escritor. Com seus 25 anos de idade, apresento-lhes o autor de "Coisas estranhas acontecem à Ellen", Renato Nascimento. Nome real e artístico.

          Renato sente-se honrado em fazer parte desse seleto grupo de autores nacionais e vê aqui, oportunidade para novos escritores se apresentarem e alguns mais consolidados, mostrarem para o público seus atuais trabalhos. Fala também da importância de ser entrevistado por escrever.

"Me sinto muito honrado em estar sendo entrevistado, pois nunca imaginei que algo do tipo poderia acontecer."

             O autor ressalta a importância da leitura em sua época de colégio. Muito embora não tivesse o costume de ler... Cita que foi uma professora que passou um trabalho sobre Machado de Assis. Ele começou a ler o livro, tomou gosto pela leitura e não parou mais de ler. Da leitura passou para escrita até a publicação de seu primeiro livro, em 2015. Renato acredita que através de seus livros e sua escrita ele pode de alguma forma despertar esse mesmo interesse pela leitura em muitas pessoas, tal como aconteceu com ele.

          Profissionalmente, Renato tem uma boa ficção escrita e publicada. Ele diz que a motivação para escrever se dá quando lê e consegue entrar no mundo mágico criado pelo autor e se envolve com a história.

"A escrita é motivadora pelo fato de criar um mundo totalmente único e meu,"

          Quando perguntei ao amigo Renato quais os gêneros que mais lhe atraem para leitura, ele ficou radiante em dizer Terror. Logo depois, cita que Literatura Estrangeira e Infanto-Juvenil também lhe pegam um pouco.

          Na criação de personagens, ele os cria totalmente desde o início até suas emoções e conflitos, mas também existem os que já foram espelhados em um amigo ou familiar. Chegamos então ao fantasma de todos os autores... O tal do bloqueio criativo. Ele no entanto, não se mostra nada tímido, em nenhum momento. Se diz muito criativo e sempre anda com um papel e caneta anotando as idéias. Muitas das vezes usa o celular para isso.

"Esse negócio de bloqueio não chega a durar muito tempo, pois sempre tenho boas ideias. Junto todas e crio!"

          Renato diz que prefere mostrar seu trabalho através de editoras. Isso baseado na experiência que teve, pois em seu primeiro trabalho, que foi independente, atingiu um pequeno público. E conhecendo sua capacidade, sonha mais alto. Renato, como todo bom artista criador, tem um ritual para começar a transportar suas palavras, da mente para o papel. Um jazz rolando como música de fundo e um pequeno "balde" de café. E, desses momentos solos e criativos cita que está vindo por aí um livro de contos. Cerca de 50 histórias engraçadas, algumas em formato de esquetes...

          Fazendo uma pequena prospecção para dez anos como autor falei um pouco do que pretendo ser e ter, mas somente para despertar e saber de Renato seus planos a médio e longo prazo. O autor disse que em dez anos ele pretende estar com uma parceria firme, com uma editora grande e alguns livros de sucesso já publicados. Parece estar no caminho certo para isso. Falamos um pouco da importância de termos muitos autores nacionais no cenário mundial e para Renato não resta dúvidas de que a leitura é a forma mais incrível de aprender e ensinar algo.

"Ler e escrever abre a mente. É importante termos muitos escritores bons e com novidades sempre."

          Principalmente quando brasileiros, reforçando esse time de estrelas que temos ainda tímidas. Entramos em um assunto delicado. Pedi para o autor me mostrar o escritor Renato Nascimento pelos próprios olhos. Após uma pequena pausa ele se diz um cara divertido, apesar de nem sempre parecer. Tem um canal no Youtube de jogos, já que alimenta uma outra paixão, os games"!  Curte cinema e acha incrível esse passeio... Sair de casa para assistir a um filme com pessoas que tem o mesmo interesse... Ressalta ser tal como o teatro, uma arte sensacional. No mais, se diz caseiro apesar de sair com amigos vez ou outra.

            Pedi que ele me citasse a sua capa favorita e ele disse que é do livro "Piano Vermelho" de Josh Malerman, autor de "Caixa de Pássaros" também. Descreve a capa dizendo o quão sensacional é a seringa com o líquido vital de qualquer ser humano, em contraste com o vermelho.

          Pra terminar esse bloco, pergunto ao autor qual conselho ele daria para si mesmo se pudesse voltar no tempo alguns anos.

"Você deveria ter começado a mais tempo..."

          Quanto as expectativas que tem para o mundo editorial daqui para frente ele diz que são as melhores possíveis, pois estão surgindo muitos autores e de muito talento. Pra terminar, Renato fala um pouco de seu livro, sobre a criação dele e como se deu o processo de escrita. Diz que devemos aguardar cenas dos próximos capítulos, mas não afirma nenhum tipo de continuação na saga de Ellen. No entanto, fica a dica aqui dos seus leitores....


John K. Martins
John K. Martins


Mas Então... Quer saber?
Mas Então... Quer saber?

Desperta: A Floresta clama pelo despertar
Desperta: A Floresta clama pelo despertar

Eu me sinto realmente lisonjeado por conhecer pessoas como este rapaz, com boas expectativas, excelentes obras e uma estima que contagia... Com vocês, o nosso autor...

John K. Martins

Março 2020


               Parece que muitos nomes levam a mesma pessoa. Em suas obras literárias ele assina como John K. Martins, e assim é conhecido como autor, mas quem conhece a figura, sabe que ele atende por Berto, Betinho, Jão e o famoso e altissonante JOÃO, que quando ouve sabe que pode vir algo mais sério depois. E, claro, atende também pelo seu nome de batismo, João Umberto Neves Martins Filho, que justifica a diversidade. Vamos tratá-lo aqui como John, combinado? John nasceu em Santos/SP, porém ainda criança mudou-se para Angra dos Reis, onde reside até hoje. Aos 31 anos de idade, é formado em Engenharia de Petróleo apenas por necessidade (segundo ele), pois sua paixão é outra. Mergulhou de cabeça nesse mundo literário há dois anos.

               John mostrou-se lisonjeado em ter voz em uma plataforma que valoriza autores nacionais. Achou a oportunidade excelente e não a deixou passar. Ele entende que existe uma marginalização do autor nacional, no entanto, acredita muito na força conjunta calçando-se na ideia que

"Sozinho, ninguém alcança nada, salvo a solidão e o silêncio."

               Falar de suas obras e do sonho de trabalhar com escrita, podendo deixar um legado é excelente. John acredita que a conjectura de ideias, sonhos e projetos é notável em quem se propõe a escrever, mas tudo acontece em vão quando não há leitores ou, qualquer tipo de apoio moral. O escritor ressalta o início da literatura em sua vida. Foi um amor a primeira vista, devorando um livro atrás do outro de uma das séries mais famosas de livros. Harry Potter. Depois de se tornar um leitor em potencial, resolveu escrever e espera muito servir de inspiração para seus amigos e familiares, na literatura. John afirma que, através da literatura podemos alcançar as mentes e os corações de um mundo de leitores.

               J.K.Martins vem, desde 2018, participando de antologias e nas mais diversas editoras. Tem trabalhos na Illuminare, Rico, Hope, Skull... Teve também oportunidade de escrever um conto de suspense/terror e o lançou digitalmente pela plataforma da Amazon. Caso haja interesse, basta procurar pelo nome "A Árvore Sagrada". Tem um projeto em conjunto com sua irmã, que foi lançado no Natal. (Natal em 2)

               Outra afirmação que o escritor faz com satisfação é que ler é bom demais. Nos leva para lugares fantásticos, vívidos, e atiça sua imaginação de uma forma única. Mas quando fala sobre escrever...

"Escrever não é diferente nesse aspecto, mas é, claro, muito mais árduo. É um trabalho de erros e acertos. E mais erros, e mais acertos, e mais erros , e mais acertos! Eu, particularmente sou muito crítico com relação ao que escrevo."

               John diz que ao parar para reler seus textos sempre pensa em mudar alguma coisa. Ele sorri quando faz tal afirmação, e acredito que não esteja sozinho nessa. Autores sempre querem aprimorar suas obras e a experiência conta muito. Concordamos que, quanto mais escrevemos, mais entendemos os elementos que são essenciais, o que precisamos mudar, aprimorar e o que queremos alcançar.

             Quando entramos nos gêneros literários, John diz-se um cara abrangente. Não se sente confortável em escolher um gênero favorito. O importante é ler e aprender com os melhores. Falando agora de personagens, ele diz que todos, absolutamente todos, refletem as pessoas a nossa volta, ainda que involuntária ou parcialmente.

"Personagens são arquétipos que encontramos no decorrer de nossa vida."

               John é um cara muito extrovertido e fala da vivência literária com muita sagacidade, muito amor pelo que faz. Eu, querendo colocá-lo em xeque o perguntei sobre o fantasma do bloqueio criativo. Foi a primeira vez que ele colocou uma ruga de dúvida no rosto. Disse ter passado recentemente por um período de bloqueio mas que, a vontade de entregar uma boa história para o leitor, passou a ser a vontade de escrever. Ele olhou para as páginas do livro, para as páginas em branco e pensou:

"Eu não sei como continuar daqui. Está além de mim."

               John diz que é neste momento que surgem as dúvidas que, unidas à fatores externos tornam-se um emaranhado de problemas que se acumulam na mente atrapalhando a criatividade e visão das coisas. Para extravasar, recorre a jogos, séries e filmes. John também diz que prefere silêncio total na hora de escrever. Afirma que dentro de sua cabeça criativa, os ambientes a serem explorados e os personagens se movimentando já produzem barulho suficiente. Logo, qualquer outro ruído o desvia do foco da cena.

               Falando de trabalhos em andamento, John nos revela a participação em uma antologia idealizada pelo autor Raul Dias. Está junto com um grupo de autores espetaculares e promete entregar um livro que vai trazer muito alvoroço. A editora que está produzindo é a Catarse. O nome da antologia é Daemonum Revelare. O título sugere exatamente o que esperamos... um terror. Em seus projetos pessoais, o autor nos revela um nome: Desperta. Ele tem utilizado a plataforma Wattpad para mostrar seu trabalho e atualiza semanalmente um capítulo por vez. Entende que em algum momento terá que decidir investir ou não em uma publicação com uma editora, mas entende que por hora, as plataformas digitais o atende. Ainda existe o mito entre os autores e editoras. John cita conhecer casos favoráveis e desfavoráveis de ambos os caminhos. Conclui dizendo que o caminho para ele será respirar fundo e escolher com muito cuidado seus próximos passos.

               Perguntei a John qual é sua pretensão literária, como se vê em dez anos... Ele levou algum tempo pensando e disse que a pergunta é difícil e, abre muita margem para filosofar. Pretende em dez anos estar pelo menos com mais uma dezena de livros, ter conquistado um público cativo e quem sabe viver da escrita. John emenda que quanto mais escritores brasileiros surgirem, mais respeito terão no cenário mundial.

"Temos muito potencial escondido. Pedras preciosas prontas para serem garimpadas, lapidadas e colocadas à amostra."

               John diz que sonha que empresas de Streaming de vídeo (cita a Netflix como exemplo), encontrem esses autores brasileiros e invistam em textos que possam transportar para as telas os sonhos de alguns de nós. Segundo ele, temos no Brasil muitas boas histórias e pouca visão dos investidores. Falando em boas histórias, John diz que não pode deixar de indicar os romances de sua Irma, a também escritora T.M. Kechichian. Misteriosa Essência, Indecifrável Atração e Meu Melhor Amigo. Todos disponíveis na Amazon.

               Quando lhe pergunto pela capa que mais aprecia, ele diz ser fã das capas da Dark side. Ressalta o detalhe e o cuidado em cada uma delas. Sonha em ter o privilégio de uma capa com essa qualidade ainda. John diz que acredita que tenhamos chegado em um momento onde há a necessidade do mundo editorial dar mais apoio, tanto financeiro quando emocional, para nós, autores.

"Principalmente os que estão no início da carreira, precisam desse tipo de apoio e incentivo."

               Ele entende que existe uma margem de segurança das editoras no sentido de fazer um investimento de tempo e capital em autores nacionais ainda desconhecidos, mas também precisa haver "boa vontade" das partes, pois com o mercado tão saturado de autores internacionais, podemos aqui, encontrar novos best-sellers.

               Foi um enorme prazer conhecer e apresentar John K. Martins para vocês. Esse sonhador, muito criativo que diz que uma das coisas boas de sua infância era quando se juntava com um primo (Daniel) e criavam histórias em um gravador de fita k7. O garoto de SP, engenheiro de petróleo apenas por escape, um sustento, que ama escrever, ama viajar, comer coisas gordurosas assistindo séries e animes. Ama ler e tem muitos livros em prateleiras, organizadas por ordem alfabética pelo nome do autor. Se considera um colecionador frustrado, pois sempre se vê tendo que parar suas peculiaridades por falta de grana. Ele afirma que se pudesse voltar no passado e dar um conselho para o João Umberto, lá atrás, diria...

"Continua cara. Não importa se você acha que está bom ou não. Continua a escrever!"


Marciele Goetzke
Marciele Goetzke

Os Tormentos de Mary Petri
Os Tormentos de Mary Petri


Ela vem pra quebrar paradigmas e trazer para seus leitores muito suspense e terror. Quem avalia um livro pela capa está prestes a ser surpreendido com essa mulher de personalidade forte.

Marciele Goetzke

Fevereiro 2020


          Ela tem um sobrenome europeu e de origem alemã. Isso poderia lhe dar uma pretensão ou soberba maior em relação aos sobrenomes mais comuns no cenário literário. Há quem diga que um sobrenome forte tem potencial. No entanto, seu orgulho é ter nascido no Sul do nosso país e seu potencial está publicado para quem quiser ler. Ela é brasileira, é nossa e é de Pelotas. Assina seus contos e livros exatamente com o seu nome de batismo, Marciele Goetzke. A guria de 24 anos tem ainda pretensão de ter um pseudônimo para escrever alguns hots em 2020. Marciele começou sua carreira profissional em 2015 e de lá pra cá foram alguns trabalhos que a consagrou no mercado literário. Marciele concorda com essa ascensão da literatura nacional e se sente lisonjeada em fazer parte deste time de feras que deixa o seu legado nas livrarias, bibliotecas e principalmente na vida de seus leitores. De fato, é uma honra ter pessoas que semeiam sonhos e multiplicam conhecimento e criatividade. Segundo ela, ler e escrever sempre foram mais do que um simples hobby em sua vida. Marciele sempre buscou e ainda busca aprender e ensinar através das palavras. Gosta de provocar reflexões sobre temas atuais e como isso interfere na vida de outros.

          Entre seus feitos escreve artigos sobre paleontologia de invertebrados, que é a sua área de pesquisa acadêmica. Faz isso principalmente em parceria com o Conselho de Pesquisas da Argentina (CONICET). Em relação à suas escritas na ficção ela entende que entra em uma espécie de Universo e lida com personagens. Sente-se parte deles e diz viver acompanhada por eles quando escreve e também quando lê.

"É como se parte de mim vivesse lá..."

          Marciele sempre foi amante de contos policiais. Como toda boa leitora foi amante de Agatha Christie e Sidney Sheldon. Com o tempo o vício pelos livros lhe apresentou outros nomes tais como Tess Geritsen e Jo Nesbo como exemplo, mas foi com o mestre King que desenvolveu um amor platônico pelo horror. Desde então a Pelotense somente escreve e publica dentro desse gênero. Quando começamos a falar de seus personagens, ela diz que podem variar entre frutos de sua imaginação e inspiração de amigos. O que tem como regra é que seus personagens são concebidos por influências mais externas. Mas ressalta uma de suas personagens, (Mary Petri - O Tormento de Mary Petri) que foi inspirada em sua avó, que inspirou os problemas de seu personagem. Tendo sua avó como fruto de pesquisa, sua personagem também sofre de Alzheimer.

          Entramos num assunto delicado para escritores. Bloqueio criativo. Marciele diz que em alguns casos esse período pode durar muito tempo. Ela sorri dizendo isso, mas pode se ver toda uma preocupação por detrás do sorriso. Marciele ameniza ou previne tais períodos fazendo sempre um sólido esqueleto para a história. O fato de ter que pensar no rumo da narrativa sempre lhe consome muito tempo e, quando isso ocorre, ela tenta se desvencilhar um pouco escrevendo sobre outras coisas. Quando tem seus trabalhos já finalizados prefere publicações independentes nas plataformas disponíveis no mercado. Marciele já se lançou também por Editoras e desde seu lançamento no mercado literário diz que o seu número de seguidores e leitores aumenta gradativamente. Sente-se muito feliz por isso.

Ao contrário de muitos outros autores, Marciele não tem rituais para escrever.

"Na verdade eu só me sento em frente à tela do Note e começo a escrever. A criação vem bem antes, nos momentos em que estou na correria do dia a dia, ou até mesmo nos sonhos, a história se cria no pensamento primeiro."

          Em andamento Marciele tem sua primeira novela de terror. O Tormento de Mary Petri será lançada neste ano de 2020. Esta história se passa no Interior de Pelotas. É uma homenagem à sua avó e sua cidade Natal. Quando perguntada sobre sua pretensão para os próximos dez anos, a mulher diz que vê uma pesquisadora conceituada de paleonivertebrados e com uma série de horror na Netflix. O desejo de ter uma história adaptada para as telas é o seu grande sonho, e da maioria dos autores, arrisca a dizer. Marciele fala com responsabilidade sobre a importância de termos cada vez mais autores nacionais no cenário mundial. Diz que para mostrar o quanto nossa cultura é diversificada, é importante escrever sobre a nossa terra e os nossos costumes de norte à sul do Brasil.

"Acredito que temos muito potencial para ser explorado e transpassado para o mundo. Eu sou parte disso!"

          A ótica da menina Marciele Goetzke sobre a persona e autora Marciele Goetzke é bem singela. Ela vê uma mulher, com objetivos e força de vontade para executá-los. Muitas vezes, o cansaço de "dar com a cara na porta" é o combustível para ela continuar na caminhada. Ser autor iniciante e conquistar espaço é a meta em comum, diria até o lema dos autores. Marciele é agradecida de estar conseguindo isso aos poucos. Caso pudesse voltar alguns anos e dar um conselho para si mesma, a autora diz que faria uso da frase de Ozzi Osbourne: "Leia um contrato direito!"

          Falando um pouco de seus colegas de profissão, Marciele elogia as capas e os trabalhos de muitos, mas a de sua preferência é de seu amigo Duda Falcão - O estranho Oeste de Blackmoon e o livro de César Alcazar, A culpa é da noite. Marciele é fã dos dois! Marciele diz ainda que a tendência é ter um avanço de publicações independentes. Não vê uma solução para as editoras com esse cenário desenhado e nem quer comprar essa briga, mas tem como expectativa que os autores cresçam independente da maneira que utilizem para publicar suas obras. Marciele termina dizendo que é muito grata de estar contribuindo com esse legado de forma profissional didaticamente através de suas pesquisas e com seus contos de horror.



Foi muita honra ter conhecido um pouco mais do trabalho desse rapaz. Tenho dois livros dele na minha lista de leitura. Quero apresentá-lo para o mundo se possível. O nosso pernambucano...

Moisés Calado

Janeiro 2020


          Amigos e leitores, gostaria de apresentar para vocês uma pessoa especial. Quando estávamos ainda nos conhecendo, ele já deixou claro toda a sua gratidão por ser o primeiro entrevistado do ano. Como sabem, o formato das entrevistas mudou e ele tem a missão de entreter os leitores ainda mais. Eu particularmente, não vejo como isso não pode ser possível pois está a tempos na estrada e é grato por ela. Ele prefere usar o seu nome verdadeiro para se apresentar aos leitores e seus seguidores. Acredita que assim, transmite uma verdade de cem por cento de quem ele é. Moisés Calado tem 32 anos de idade e um pouco mais de 5 anos de carreira, com muita confiança. Ele é natural de Garanhuns - PE, mas não reside mais lá.

            Quando perguntado a respeito de seus sentimentos por ser entrevistado por escrever, ele ressaltou a iniciativa do site e ressaltou a eficiência disso para autores nacionais que buscam um pilar no mercado. Enalteceu ainda a oportunidade na divulgação dos trabalhos, trazendo para o cenário literário alguns novos talentos até então ocultos. Mostrou-se lisonjeado assim como no início de sua carreira, quando esteve em alguns lugares como convidado para falar de seu trabalho. Falou de uma ex-namorada que era jornalista e reencontrou por acaso em uma livraria da região em Alagoas. Na ocasião, acabou cedendo uma entrevista menos formal. Tem uma boa lembrança do momento e deixa registrado um beijo para Andréa. Em suas coletivas, ele pode perceber o quanto alguns indivíduos não dão o devido valor aos seus conterrâneos. Mas, fica feliz por um ou outro que destoa da maioria e prestigiam seu labor como os conhecidos não fazem.

             Sobre a importância que a literatura tem em sua vida ele ficou pensativo por alguns minutos. É uma questão muito profunda, ainda mais quando se para pra pensar em como pretende perpetuar a literatura em sua família e amigos. Moisés diz que:

 "se eu tivesse que qualificar a importância em apenas um adjetivo, usaria magnificente". 

             Para o escritor, a literatura é majestosa e abre mentes, ainda que alguém seja taxado de ignorante. Citou que há algum tempo uma pessoa criticou o trabalho que ele desenvolve, tentando convencê-lo de que o mais importante nesta vida é os muitos bens materiais que se pode acumular. A resposta de Moisés foi imediata. "O meu desejo por conhecimento e a transmissão dele ofuscava tal forma de analisar a existência". Para perpetuar sua literatura, o autor diz que tem planos de criar cada vez mais. Ressalta a importância das pesquisas que faz para escrever seus livros. Se aprofunda na metodologia científica, pesquisa de campo, fichamento, pesquisa exploratória... Seu objetivo é prestar conhecimento, ainda que seja através de obras de ficção. Acredita que dentro delas existe muitas coisas vindas de um mundo real. Sua última pesquisa para seu último livro levou aproximadamente 180 dias.

             Falando de suas obras, o autor escreve profissionalmente e já escreveu artigos filosóficos e três livros. Mantém ainda outros em construção. Tem participação em antologias em uma série da Editora Chiado, no selo Chiado Books, e desde 2015 vem atuando nesse trabalho juntamente com outros poetas contemporâneos brasileiros. Nunca se arriscou nas críticas ou resenhas, mas pensa a respeito. É um desafio pessoal. Sua motivação para escrever vem essencialmente em adquirir conhecimento e busca pelo saber. Por isso se apega aos livros de filosofia. Lê por trabalho, por diversão e tem o hábito de se colocar dentro de cada história. A criação de suas obras já é motivação suficiente para continuar prestigiando os amantes da leitura. Como todo autor, gosta de ser lido e apreciado por colegas de profissão também. "Afinal de contas, também é para isso que escrevemos".

             Moisés é amante das ficções. Sendo mais específico, gosta de terror e romance policial. Mas confessa ter uma queda também pelos livros científicos. Com formação em filosofia, está sempre antenado nas novidades de sua área de atuação. Usa disso em seus romances e o faz com propriedade. Gosta de desenvolver o gênero investigativo, mas faz questão de dizer a todo momento que tem espaço para todos os gêneros.

             Quando perguntado a respeito de personagens, ele é enfático em dizer que há um pouco de cada pessoa que conhece nos seus. Está sempre analisando ambientes onde passa e observa cada personalidade ali presente. No entanto, diz haver personagens criados tão somente com sua imaginação de ponta a ponta. Fala com carinho de um personagem de seu terceiro livro. Trata-se do Senhor Mubray Timphyt, de 75 anos, dono de uma hospedaria, brincalhão, paciente, banguela de um sorriso bem gentil. Seu defeito? Talvez o fato de ser fumante compulsivo e não ser empático com as tecnologias que foram surgindo na sua época, (1890-1895).

             O bate papo estava fluindo com avidez e resolvi colocar Moisés em cheque, para ver como ele se sairia... Perguntei a respeito do bloqueio criativo e como ele lidava com esse período. O rapaz está em um seleto grupo de autores que acredita que esse fantasma de fato não existe. Que trata-se apenas de preguiça de prosseguir com a obra em determinados dias, e considera isso normal.

 "A partir do momento que você se senta para trabalhar, as coisas surgem normalmente. Quando escrevemos a primeira linha do livro, certamente as outras surgirão espontaneamente; então é só prosseguir, depois você   retorna e vê o que está mais adequado". 

              Sempre vou corrigindo meus escritos antes de prosseguir para o próximo capitulo." Moisés diz ainda que adora conversar com todos aqueles que se dispõem a conversar sobre algo contido nos seus livros. Adora conversar com seus leitores e isso ajuda nesses períodos mais tensos. Geralmente apresenta o seu trabalho de forma simples e sem circunlóquios para que seja bem-visto naquele instante. Depois faz uma boa análise e tenta explicar o que quer transmitir em seu enredo. Se um trabalho, ainda que de ficção, tem um teor político incutido na trama, faz questão que o leitor reflita sobre o assunto. Cada frase grafada tem um tremendo significado e muitas vezes alguém não percebe e limita-se apenas ao fulgor da história.

          Moisés diz que o mercado das grandes editoras está voltado para os autores internacionais e isto o entristece, pois são numerosos os talentos nacionais. No entanto, vê a forma independente de mostrar o seu trabalho mais viável, logo é sua melhor opção e, por isso, ressalta a iniciativa do site nessas entrevistas.

         Quando perguntado sobre o processo de criação, o mesmo diz não conseguir trabalhar com qualquer ruído exterior. Para isso, interna-se com músicas clássicas ou sons da natureza em seus fones de ouvido. Dependendo do que estiver desenvolvendo no momento, prefere sons de chuva e tempestade. O autor tem alguns projetos em mente além de já estar escrevendo um romance policial onde se utiliza de alguns personagens de seu livro anterior (A Ordem). Dedica-se também na criação de contos de variados temas. Em dez anos pretende ter sido lido em inúmeros países e ter uma imagem já consolidada, ainda que tenha ciência de que o mercado brasileiro de leitores ainda é muito carente em analogia ao contingente populacional. Para isso, tenta imaginar um futuro bem compensatório. Moisés diz que o fato de termos cada vez mais autores nacionais no mercado literário é beneficente, pois nossa literatura é riquíssima e não perde para nenhuma outra. Temos grandes nomes conhecidos mundialmente, a exemplo dos grandes tais como Machado de Assis, Jorge Amado e até mesmo o resignado por muitos, Paulo Coelho. "Temos que reconhecer que o Paulo é um fenômeno. Se a nossa literatura chegar a cada lar da Terra, já será um feito imensurável. Temos que saber que toda palavra dita, por mais simples que seja, cicatriza profundamente". E a cultura brasileira sendo disseminada com mais pujança, é extremamente melhor. A literatura nos proporciona isto. Nossos governantes deveriam apoiar com muita força, o trabalho dos escritores brasileiros, pois o caminho não é fácil.

              Pedi que Moisés internasse a si mesmo, como um personagem.. Moisés por Moisés... O autor acredita que para a maioria das pessoas não é fácil falar de si mesmo. Mas se diz uma pessoa simples. Não muito fácil de lidar em alguns momentos. Acredita que tem um propósito neste plano carnal e tenta diariamente entender qual é o seu. Acredita ser por meio da escrita, mas a dúvida existe. Procura ajudar as pessoas dando o melhor de si e a única coisa que não pode suportar é a traição, seja ela de qualquer espécie. É amigo, leal, um bom pai e ama ler e escrever. Ama a família, os amigos e é extremante caseiro. Acredita que a humildade deve imperar sobre todos os aspectos humanos e que o respeito é a base da sociedade. Moisés observa a sociedade como um complexo conjunto condicionado ao coletivo e, por isso somos seres gregários e precisamos um do outro. 

"Talvez isso seja uma forma de egoísmo, fazer o bem 'imperativamente" para receber os lucros do feito. No entanto esta não seria uma maneira de egoísmo bom?" 

            Moisés encerra dizendo que onde há partilha de amor, esta deve ser replicada. Isto é um pouco dele, um ser coletivo e que execra injustiças.

              Para finalizar, peço que o autor eleja uma capa favorita e que indique o livro de um amigo... Sorrindo e respondendo, ele me diz sobre os seus livros. Depois de um momento de descontração, ele diz gostar muito de Dom Quixote e do escritor Dan Brown. O considera muito profissional em suas pesquisas. As capas de Dom são as melhores. E quanto à indicação, ele cita Ciclos Eternos da escritora Caroline Factum. Moisés lembra saudoso de alguma coisa e sorri levemente. Pra terminar fala de não criar expectativas. Diz que todo monsto que é alimentado cresce, assim como os nossos desejos. Estima o lançamento de seus trabalhos e o sucesso dos mesmos. Espera por um mundo editorial mais amplo e de fácil acessibilidade devida a programação da era digital, mas também tem medo de que as pessoas percam o gosto pelo livro físico. Seria uma tragédia se não pudéssemos mais abrir um livro e sentir o seu cheiro.


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