Convidado

Entrevistados 2021


Ela é uma dessas promessas já cumpridas e que está em lapidação. Autora de 9 livros até o momento, é uma honra trazer para vocês um pouco dessa ainda jovem escritora. Com vocês...

Raphaela Barreto

Novembro 2021


               Eu me sinto muito honrado de encontrar essas raridades literárias e a Rapha é mais uma delas. Peço licença primeiramente à ela para me referir assim e preciso apresentá-la para o maior número de leitores possível. Do interior de São Paulo, de uma Cidade chamada Salto, ela tem apenas 24 anos de idade. Oficializou sua carreira como escritora no ano passado, porém, escreve desde os seus 13 anos. Amigos leitores, estou falando de Raphaela Barreto. A escritora carrega como nome artístico, o mesmo de batismo.

          Começamos nosso bate papo com as expressões de gratidão. Eu, agradecendo por tê-la conosco e a autora ressaltando a importância de, dentro do nosso país, onde idolatramos outros tipos de cultura, encontrar espaço para falarmos de literatura.

"Achei demais... O máximo! Estou muito feliz por ter sido convidada a participar. Gratidão"

            Rapha nos conta como a literatura mostrou e tem mostrado para ela um mundo inteiro de possibilidades e aprendizado, de onde tira boas lições de vida. Foram os livros e o amor por eles que a levaram a leitores e autores que ela guarda com muito carinho, no coração. E, assim como ela segue aprendendo com livros e pessoas, espera sempre passar um pouco de si e replicar seu conhecimento através de seus livros. Apesar de ter pouco tempo de carreira oficialmente, a autora já publicou 9 livros. Todos estão disponíveis na plataforma da Amazon onde 5 deles também possuem formato físico em seu site pessoal (link na foto). São romances que arrancam emoções das mais variadas. É possível se emocionar a cada página.

            A autora ressalta a aproximação que a internet traz com outros escritores, com leitores e pessoas. Diz o quanto isso é bacana e tona menos solitário o prazer da escrita. A motivação para escrever, a autora encontra em sua própria imaginação que nunca para de trabalhar. Então o que ela precisa fazer é, colocar no papel e dar vida aos personagens da história. Raphaela a inda exalta seus leitores que contribuem muito incentivando e "cobrando" novas histórias.

"É gostoso saber que quando eu terminar um livro, eles estarão lá, me esperando..."

               Raphaela enquanto leitora, tem preferência por romances de entretenimento, romance simples e fantasia. A autora nos conta que iniciou a leitura de "Harry Potter" e anos depois caiu nas graças de "Enemies to Lovers" e "Friends to Lovers". Mesmo sendo um mundo a parte, a autora garante que sempre dá para aprender alguma coisa. Com a entrevista em andamento e sentindo que a autora já estava um pouco mais à vontade, a pergunta seguinte foi sobre a criação de seus personagens. Rapha nos conta que são somente fruto de imaginação e que, as personalidades vão surgindo a partir dos diálogos e gostos peculiares a cada um. Ela vai lapidando um a um e quando percebem, eles já estão ali, vivos e lado a lado com a trama que os envolvem.

            Ainda falando do processo de criação, a autora diz que seus períodos de bloqueio costumam ser curtos mas, quando isso acontece, ela procura esquecer a história e fazer atividades... Assistir, passear, conversar, ouvir. Pode parecer louco mas, no momento certo a inspiração volta e então é hora de retomar a escrita. Eu, Eduardo Saavedra, também tenho experimentado esse método ultimamente e uso aqui o espaço da autora para falar que de fato funciona muito bem. É como se a "não cobrança" nos permitisse voltar ao ponto em que paramos.

         Para mostrar o seu trabalho final aos leitores, Raphaela é totalmente independente. Gosta e aprecia a liberdade de montar o seu próprio cronograma de publicação e ter um contato maior com os seus leitores. A parte que mais gosta é de autografar livros e os embalar com todo carinho do mundo. (Bom... Já quero o meu autografado.) A autora não foge muito do padrão de muitos autores na criação. Água, café e música são elementos essenciais para a escrita. Raphaela nos conta que cada livro tem uma playlist.

"Processo de criação precisa de música. Sempre tem música..."

            Rapha tem projetos em andamento e seu último lançamento, em 24/06, foi uma Collab com textos, poemas e contos do que "Não é Amor". Essa antologia reflexiva teve como finalidade, abrir os olhos para relacionamentos tóxicos e saudáveis. Além de Raphaela Barreto, a antologia contou com a participação de mais 11 autoras. (Meninas, queremos vocês aqui. Conhecer cada uma de vocês.)

            Além desse trabalho, a autora trabalha em uma trilogia que chega na Amazon no próximo ano. "Apaixone-se" vai nos trazer além de muito romance, personagens que possuem o mesmo trabalho e posição social, visando a igualdade e não o famoso clichê do cara rico que salva a mocinha. Em uma previsão de longo prazo, Raphaela se vê com muitos livros publicados e Contato com editoras. "Quero ver meus romances ganhando nosso Brasil"

            Pergunto para a autora o que ela pensa a respeito de termos cada vez mais escritores brasileiros no cenário mundial. Com firmeza ela responde que isso valoriza a cultura e os profissionais que temos dentro de casa.

"Temos que olhar para nosso país e ver quantas coisas incríveis temos aqui e nos apoiar acima de tudo."

          Agora peço para a Rapha falar mais sobre ela como pessoa. Quem é a Raphaela Barreto e o que ela aconselharia a autora a fazer.

             Creio que, à partir de um breve momento de reflexão, a autora nos conta que a Rapha é uma sonhadora que busca sempre o melhor das pessoas e do mundo. É apaixonada pela vida, pela natureza. Tem vergonha ZERO de comer na casa de amigos e do namorado. Ama cinema, pipoca e gatos. Ama assistir comédia romântica e passa os filmes de desenho da Disney, porque chora horrores em todos eles. A pessoa Rapha diria para a autora ter paciência. A carreira de escritora, como qualquer outra, leva tempo. Ela era impaciente com seus livros e os resultados de cada leitura. Hoje entende que é do pouco que se cresce.

            "A Quinta geração" de Gaby Esteves é sua capa favorita. Ma-ra-vi-lho-sa, com uma diagramação mais ainda. A autora diz que todos precisam conhecer essa distopia. "O livro é incrível, do começo ao fim."

          Raphaela Barreto espera para o mundo editorial uma maior valorização nacional e afirma que isso não começa nas editoras. Esse primeiro passo tem de ser dos escritores e leitores. Nossos leitores precisam estar mais sedentos de romances nacionais.

            Foi uma enorme satisfaço esse bate papo aqui com a Raphaela Barreto. Ela é uma menina fantástica, de muito talento e que ainda terá seu nome no top das romancistas nacionais. Para saber mais sobre a autora, basta clicar sobre a sua foto.


Aline me foi apresentada por uma pessoa que tenho muita admiração e, ao longo da vida aprendi a chamar de mãe... Dona Juracy, muito obrigado por ter partilhado essa jóia comigo. Temos que apresentá-la para o mundo. Quero que conheçam...

Aline Mayra

Outubro 2021


               Ela é mineira de Governador Valadares e a quatro anos vem escrevendo e encantando seus leitores. Aos trinta e um anos de idade, Aline Mayra dos Santos não tem um nome artístico ou pseudônimo. Eu já começo a falar dela sugerindo que adote o nome A. Mayra.

                A autora começa nosso bate papo nos contando o quão fantástica é a iniciativa do site que se propõe a promover não só a cultura, mas informação, lazer e pessoas.

"O site consegue tornar o mundo literário mais atrativo para o público"

               Aline sente-se lisonjeada pelo convite e por fazer parte dessa gama de excelentes escritores que o nosso Brasil entrega para a literatura. Somos muitos e precisamos ser lidos e vistos.

               Escrever é uma tática que a autora usa desde pequena. Começou apenas como forma de organizar pensamentos, sentimentos, dúvidas, medos... Hoje, ela já entende que pode ser uma forma de terapia gratuita. Aline diz que uma mágica acontece quando lê o que escreve, seja qual for o texto. Mas, voltando a falar da mágica, tudo acontece quando nós autores, conseguimos nos conectar com nossos personas. É o cidadão se conectando com o(a) escritor(a) dentro de uma mesma pessoa. Aline nos conta que sempre incentivou a leitura, principalmente para as pessoas que convivem com ela mais de perto. Ela usa uma tática que trago para todos nós leitores como dica e que merece destaque. Peço licença para alterar parte da dica, mas apenas para tornar mais impessoal:

"O simples fato de deixar um livro na estante da sala, pode fazer uma pessoa se interessar por leitura"

               Aline diz que cada pessoa tem o seu próprio estilo de ler e um assunto favorito. São muitas opções e o que temos que fazer na maioria das vezes, é deixar uma "isca" de bobeira.

               Perguntada se, profissionalmente, já escreveu, a autora nos revela que sim. Tem um artigo acadêmico publicado pelo Sindicato dos Contabilistas de Rio de Janeiro, outro artigo publicado na 75º edição da revista "Pensar Contabilidade" e um artigo contábil publicado por uma empresa que já trabalhou, a GL Suaid Contabilidade. Tem também sua monografia publicada pela Editora Novas Edições Acadêmicas e, ´por fim (até o momento), tem um livro que está no forno. "Antes de ter um filho, tenha um gato!" sai em breve, pela Editora Viseu.

              Perguntada sobre motivação, A. Mayra (olha eu querendo forçar a barra), diz que ler a capacita para conversar sobre quaisquer assuntos e com qualquer pessoa. A autora é uma mulher sociável e sempre comenta sobre o que está lendo no momento. Em relação a escrita, tem uma relação singular. Escreve para si mesma, mas vê algo sempre tão legal que entende que não pode guardar aquilo para si mesma.

"... por isso tenho alguns livros já iniciados e tantas outras histórias para iniciar"

              Quando começamos a tratar os gêneros que mais atraem a atenção da autora, ela diz que é preconceituosa com os livros "modinha". Ela ressalta lembranças de livros que comprou porque tinha muita gente lendo e simplesmente não se identificou. A autora diz ainda não ter um gênero favorito. Seu método para escolher sua próxima leitura começa sempre em um flerte com a capa e contracapa. Se entender que dali, pode tirar bons momentos ou aprender algo novo, já fica satisfeita.

           Mesmo entendendo que a maioria dos textos publicados por Aline tenha sido acadêmicos, fico curioso para saber como ela lida com personagens e a criação deles. Aline afirma que a imaginação sempre vai espelhar um pouco de quem conhecemos. Analisando bem, mesmo criando um personagem do zero, iremos traçar características, perfil, traços de alguém que já vimos e/ou conhecemos.

"A ausência de similaridade também é uma forma de espelhamento"

               Buu!! E aquele fantasma que vez ou outra nos cerca... A autora entende que o bloqueio criativo é bom e faz parte do processo. Quando se encontra nesse período, entende que algo precisa ou pode ser mudado. Entende que está na hora de parar para reler o que está pronto. É o texto pedindo para ela corrigir algum detalhe que passou e que, sem o bloqueio, ela não veria. Aline coloca sentimento na ponta dos dedos e mesmo que eles estejam sedentos para escrever mais palavras, ela ouve primeiro os sentimentos, fecha os olhos e respeita o tempo da própria história. Sempre que se propõe a escrever é porque está a fim de fazê-lo. Jamais se pressiona a escrever e manter uma meta diária. Não funciona assim para ela...

              Durante o período de divulgação, que é um fator determinante para o caminhar daquele trabalho, Aline nos conta que a mídia interativa é o melhor caminho. Faz por conta própria, mas não renuncia à divulgação com as editoras também, caso haja oportunidade para isso.

             Sobre projeções para o futuro, A. Mayra fala pouco nos dizendo muito. Tem um projeto chamado "As cinco fases da Lua" que está em andamento. Mas não quer estragar o elemento surpresa e limita-se a nos dizer isso. Em cima de sua carreira literária, diz já ter uma vida abençoada por poder acordar todos os dias. Isso é realização.

              Sobre os seus colegas de profissão e essa "disputa de espaço" que possa se criar, ela nos conta que somos muitos brasileiros escrevendo. Mas nos falta o devido reconhecimento por isso, falta patrocínio, incentivo e valores justos para publicação. Não vê adversários no caminho e sim pessoas com o mesmo objetivo. Se tivéssemos tudo isso que nos falta hoje, seríamos ainda mais numerosos e encorajados.

              Pedi para Aline nos contar um pouco sobre ela... Que ela nos apresentasse a pessoa Aline sob sua própria ótica.

"Sou uma pessoa muito espiritualizada! Acredito em Deus, no Universo, nas energias, nas pessoas, nas plantas e nos animais. Prefiro sorrir, mas se o dia for de tristeza, me permito senti-la. Amo música instrumental. Amo dias de chuva (desde que eu esteja em casa). Amo os animais e a natureza, por isso, me tornei vegana. Amo viajar, ver o mundo, conhecer pessoas, outras culturas e outros sabores. Amo minha família! Amo meu marido e acredito no matrimonio. Amo comer, por isso também sou chef vegana. Amo organização e por isso também sou contadora. Amo a pessoa que me torno todos os dias!

Qualquer injustiça me entristece. Não gosto de barulhos altos. Não gosto de calor. Não gosto de não aprender algo por dia. Não gosto de altura e ainda tenho medo de nadar. Gosto de me manter calma e assertiva em todos os meus dias. Gosto de calmaria e tranquilidade. Gosto de sorrir sem me segurar. Gosto de ver a beleza nas coisas simples e aprecio todas as oportunidades de gentilezas. Amo a vida!"

               Diante dessa Aline que nos foi apresentada, fiquei curioso para saber que conselho ela daria para si mesma se pudesse voltar lá no início de sua carreira literária. A autora aconselharia:

"Não se preocupe com as palavras, elas serão revisadas pela editora. Apenas escreva!"

             Perguntada sobre sua capa favorita, ela diz que é a capa da sua bíblia. Diz que a reconheceria no meio de milhares.

Para conhecer os projetos e publicações da Aline, acessem suas mídias.


Ela é uma menina, é mulher, é escritora e sonhadora. Conheçam um pouco mais da mineira que compõe esse time de autores nacionais. Suas obras estão espalhadas por aí e tem mais coisa pra vir pela frente. Com vocês...

Nathany Teixeira

Setembro 2021


          Ela é mineira de "Belzonte" como ouvimos os mineiros dizer. Apesar de criada na capital mineira, Nathany Teixeira nasceu em uma cidade chamada Santa Luzia. Ela tem quase vinte e nove anos de idade e três de vida artística ativa. Mas, já alcançou o marco de viver somente da escrita. Privilégio para poucos ainda. Nathany diz sentir-se muito lisonjeada por ter sido convidada para uma entrevista. A autora aponta para os muitos obstáculos diários da vida dos autores e dos donos de sites que têm conteúdo voltado para a Literatura e a promoção dela.

"... este trabalho é fenomenal. Me sinto honrada por estar aqui com vocês."

          A autora fala sobre a importância da literatura na sua vida. Nathany afirma que a literatura a libertou e a ajudou a realizar os seus maiores sonhos, dentre eles, o maior, viver da escrita. Sempre que tem oportunidade, a autora incentiva a leitura, assim como uma professora de Português fez consigo quando ela ainda tinha onze anos de idade. Depois desse anjo ter despertado o maior dos interesses da autora, ela nunca mais parou de ler. E como sabemos, quanto mais lemos, mais alimentamos a vontade de escrever nossas próprias histórias. Dificilmente veremos grandes autores que não são grandes leitores. Nathany desde então ajuda as pessoas, assim como obteve ajuda para si.

          A leitora Nathany foi crescendo, aprimorando a leitura e decidiu escrever, para a nossa alegria. Profissionalmente escreve livros. No início, afirma que não pretendia escrever profissionalmente, mas assim que percebeu que poderia dar certo, a autora investiu em estudos e pesquisa para de fato profissionalizar a escrita. A fusão de se fazer o que se ama e gerar frutos com isso foi e continua sendo o maior incentivo.

          Questionada quanto à sua motivação, a autora afirma amar o fato de poder viajar entre os mundos da leitura.

"Quando estou lendo, eu acabo entrando no mundo dos personagens e percebi então que, no fim das contas, ler não é solitário."

          Nathany conta o quão é legal quando encontramos alguém que leu ou está lendo o mesmo livro que a gente. Isso é garantia de uma longa conversa. E, enquanto escritora, no começo, de fato sentia-se sozinha mas, hoje cinta com as suas leitoras betas com quem divide todos os seus textos, recebendo delas suas opiniões mais sinceras. Parte da motivação de terminar seus textos é poder saber que muita gente vai ler depois delas.

          E os gêneros literários que mais agradam Nathany? Ela sorri enquanto formula uma resposta... Como escritora, a maioria de seus livros são romances policiais com muita ação, mas não é exatamente o seu gênero favorito para a leitura. Ela não foge de um bom romance, mas os de época são os que mais lhe chamam a atenção. Gosta também de fantasia...

          Na criação dos personagens, a autora diz que todos os de sua coleção são inspirados nas vozes que lhe falam a mente.

"Não costumo usar características de pessoas próximas, mas sei que um personagem ou outro acabou sendo respingado com aspectos de conhecidos, mas tento evitar sempre que percebo."

          Sempre que eu tenho pela frente uma pessoa com mais experiência, essa pergunta não pode faltar. É uma questão que acomete todos os escritores e existem diversas maneiras para lidar com ela. O tal do bloqueio criativo... Para Nathany, no início, ela disse que durava meses. Mas ela descobriu como que funciona o seu processo criativo pessoal e consegue sair dessa "sinuca de bico" bem mais rápido. Passa no máximo, uma semana nele. A solução para ela é escrever, criar um roteiro do início ao fim com um breve resumo do que vai acontecer em cada capítulo (fica a dica galera...). - "Sabendo o que vai ou tem que acontecer ao longo da história, fica mais difícil sofrer do bloqueio." - conta Nathany. Mas, mesmo assim, pode acontecer do bloqueio insistir e, nesse caso, o "help" da autora é assistir filmes e séries do mesmo tema da história em que ocorreu o bloqueio.

           Para mostrar o seu trabalho final para os leitores, a autora já teve experiências com editoras e de forma independente... A melhor delas? Vamos concordar aqui que as duas tem seus pontos altos e baixos. Nathany relata que atualmente é autora de duas editoras, na forma tradicional. Não precisou pagar para publicar com elas. Diante das experiências, a parte boa de ter uma editora é ter todo o apoio, uma equipe para preparar seu livro e oferecê-lo ao mercado de forma profissional. Mas, o contraponto é que a autonomia de poder decidir o que bem entender referente ao livro fica limitada à um contrato. Por vezes, isso pode ser empecilho para alguns autores que gostam de dominar todo o processo.

"Nem todas as editoras enviam o livro físico para o autor autografar para seus leitores. E, minhas leitoras amam esse carinho e cuidado."

             A autora diz que esse é apenas um dos pontos que precisamos ficar atentos. O contrato com a editora precisa estar bem amparado para as duas partes. Se vale a pena? É uma avaliação pessoal segundo a escritora. Para ela, vale muito a pena investir financeiramente nos próprios livros, na divulgação e tudo mais, de forma independente, para quem tem reais condições de fazê-lo. Mais uma dica que a autora nos dá e assume é nunca negociar e-books! Nathany aconselha que todo autor faça um balanço para tomar uma decisão quanto à editoras. Muitos de nós sabemos na prática que existem editoras e editoras...

"Graças as Deus nunca topei com uma editora ruim, mas tive amigos que infelizmente passaram por isso. É muito triste."

            Para finalizar esse assunto, ter uma editora não é sinônimo de ser um autor de sucesso. Muitos conseguem de forma independente, mas, prepare-se para "arregaçar as mangas" e trabalhar. Mudamos de assunto e perguntei à Nathany sobre seus rituais na hora de produzir seus textos. Confesso que me surpreendi com a resposta. Ela é completamente atípica. Segundo suas próprias palavras, ela é "a doida que dança sozinha". A autora diz que é mais forte do que ela. Rsrsrsrs... Prepara sua playlist, o seu chá mate, enterra os fones de ouvido nas orelhas e embarca na viagem da sua própria história, onde é a comandante, a comissária e a passageira. Nathany diz que seu noivo já a flagrou algumas vezes em uma performance esquisita, mas que isso sempre gera resultados positivos.

          Depois desse momento de descontração, entramos nos projetos em andamento e as projeções da autora para o futuro. Nathany está escrevendo agora um romance policial com a temática de guarda-costas. Spoiller? Temos... É a história de três irmãos, filhos de um pai adotivo, cada um com suas marcas, tanto físicas quanto emocionais que os moldam a ponto de se tornarem os melhores das suas respectivas profissões. A autora espera trazer neste livro um pouco de tudo que costuma sempre levar para os outros. Muita ação, suspense e, claro, romance, cenas hot com uma pitada de comédia. Para o futuro, a autora é audaciosa quando diz que publicar alguns de seus livros em outro idioma e ativar sua loja online para vender todos os seus livros em formato físico pela loja.

             Questionei Nathany qual é a importância que ela percebe em termos cada vez mais escritores brasileiros no cenário mundial. Com uma única palavra ela respondeu a pergunta mas, fez questão de justificá-la. Imprescindível foi a palavra que usou. A autora ressalta o quanto estamos "acostumados" a sofrer desde muito cedo pela falta, ou pouco incentivo à cultura do estudo literário no nosso país. É melhor inclusive, que leiam as palavras dela:

"Cada vez mais as crianças e jovens tem menos acesso à leitura e agora, mais uma vez o governo tenta aumentar as taxas sobre os livros com a desculpa de que, a classe menos favorecida não compra livros. Se tivermos mais autores, também teremos mais leitores e ganharemos cada vez mais destaques."

          A autora ressalta que, no que depender dela, não irão calar a sua voz. Pois para o Brasil ser um país melhor, ela acha necessário que essa realidade mude. Escritores brasileiros precisam começar a ser reconhecidos fora do país também. Se pudesse voltar ao passado e dar para si mesma uma dica, lá quando começou a escrever, a autora diria para si mesma "Nunca pare de escrever... Não importa o que digam, pega o medo, enfia no bolso e vai embora com ele. Trabalhe duro para você e não para os outros. Invista em estudos sobre escrita e não perca tempo. Confiem em poucas pessoas (essa é uma dica valiosa) e não se abale com a opinião de quem te quer mal." Para um futuro mais distante a autora idealiza que tem muita fé de que as coisas vão melhorar no cenário mundial apesar de ter medo dos livros físicos que estão no caminho de alcançar preços exorbitantes, principalmente depois da pandemia. Como já diziam... A esperança é a última que morre.

          Chegando ao final da nossa entrevista, pedi para a autora convidada indicar uma capa favorita e um livro. Nathany, sem titubear, disse que sua capa favorita atual é da área militar. O livro indicado (de olhos fechados é o da Priscila Tigre, chamado "Fúria". A autora diz ser apaixonada.

           Pedi para Nathany nos contar quem é a Nathany, sua visão de si mesma... Essa não costuma ser uma tarefa fácil para muitas pessoas, mas a autora não me pareceu ter problemas para "se olhar" e definir. Disse que é uma pessoa meio escandalosa. Inclusive, tem o cabelo laranja! Mas que tenta se esforçar para passar a imagem de uma pessoa normal. Para a autora não tem tempo ruim para gargalhar. Ama fazer novos amigos, é apaixonada por abraços apertados e com toda certeza, é a louca dos romances policiais, e que ama fazer brincadeiras com suas leitoras que envolve cantar, porque se acha cantora quando, na verdade parece uma arara sendo atacada. "Sou sonhadora de nascença e se não fosse isso, não teria chegado até aqui". A Nathany autora acredita na sua força de vontade, mas estaria mentindo se dissesse que nunca chorou com medo de tudo dar errado. Afinal, ela é humana, falha, mas erra sempre tentando acertar, e não tem problema nenhum em abrir o berreiro quando está triste. Estuda Educação Física porque considera um curso delicioso, mas quer fazer pós em escrita. Fala rápido demais e às vezes as pessoas não entendem o que diz, mas isso nunca a impediu de continuar falando. É sensível e amorosa, mas quando está irritada se transforma em um Super Saiyajin.

"Essa é a Nathany que conheço e que sou"


Ela é uma dessas escritoras que se encontram e troca de profissão sem hesitar. Para a nossa sorte, a baiana está na ativa e nos traz muita história e ficção. Quero apresentar a todos essa mulher fantástica...

Vera Gardenia

Agosto 2021


               Ela é baiana, de Ibiassucê e escreve a dois anos. Amante do que faz, dedica o seu tempo somente nesse propósito. Vista como corajosa por uns e como "louca" por outros, Vera Gardênia mostra ao que veio com seus títulos publicados e disponíveis nas plataformas digitais. A escritora de 41 anos de idade se orgulha de sua nova profissão e assume que, a iniciativa do espaço dedicado para autores nacionais, principalmente dando espaço para quem está ainda no início da caminhada, é uma excelente oportunidade para mostrar o trabalho e captar novos leitores. Estes mesmos leitores, têm a oportunidade de descobrir os novos talentos da literatura nacional. Vera diz ainda que, a Literatura brasileira deveria ser difundida em todos os sites, blogs e canais que se prestam a incentivar e apoiar a prática.

               Para perpetuar a literatura, Vera assume a que a mesma  é parte essencial de sua vida. Para ela, o ato de viver outras vidas através dos livros faz com que a autora exercite sua empatia pela vida e pelas pessoas...

"É por meio da literatura que encontro harmonia na minha rotina, momentos de introspecção, diversão, conhecimento, e principalmente me tornar mais humana"

               A autora acredita já ter contribuído introduzindo muitas pessoas, próximas ou não, na paixão pelos livros. O fato de ser escritora já induz muitos amigos a começarem a ler os seus livros e, ela acredita que seja um caminho sem volta. Vera tenta promover a leitura com seus filhos dando-lhes horários diários de leitura. Ela comenta que eles reclamam um pouco, mas tem certeza de que um dia irão lhe agradecer por isso. Além de incentivar a leitura, enriquece o vocabulário da próxima geração e molda a dicção.

               Quanto aos trabalhos já na carreira, a autora tem três livros publicados na plataforma Amazon em formato de e-book. De forma independente, publicou outros dois livros em formato físico. A autora também mantém em seu site, alguns textos sobre o universo feminino. Ela ama escrever sobre. Para conferi-los, basta acessar htts://www.veragardeniaautora.com . Os textos são publicados com o mesmo prazer com o qual são escritos. Para Vera, ler e escrever é algo fascinante. E esse fascínio está muito no fato de ser uma atividade solo, onde é possível conectar-se consigo mesma, analisar e pensar os assuntos diversos.

"É no momento da escrita que eu tento compartilhar com o outro tudo o que eu acredito ser importante e que já encontrei dentro de mim. Amo a sensação de poder levar emoção para as pessoas..."

               Questionada como leitora, Vera assume que lê de tudo um pouco, mas, como todos nós temos nossas preferências, a distopia e a fantasia são suas leituras favoritas, muito embora ache enriquecedora a mistura de gêneros que alguns autores fazem dentro de uma mesma história. Na escrita, assume seu gênero como romance contemporâneo para o púbico adulto. A autora ama escrever personagens femininas e poderosas. Usa seus livros para despertar emoção, motivação e inspiração para outras mulheres. Mas, de uma maneira geral, a autora é apaixonada por mundos que a tiram da realidade que a surpreenda. Os personagens criados por Vera são frutos de sua imaginação e, trazem qualidades e defeitos mais próximos do mundo real. Vera assume seu gosto por criar personagens divertidos.

               A baiana, arretada diz que em seus momentos de bloqueio gosta de focar na leitura. Vera acredita que funciona como uma reciclagem de ideias e até como um descanso para a mente. Para apresentar os seus trabalhos, a autora conta com uma gama de leitores fiéis que a acompanham desde o inicio da sua jornada. No quesito divulgação, conta com uma seleção de parceiros que a ajudam nesse trabalho tão importante.

"Faço a publicação de forma independente, contrato todo o serviço editorial e profissionais para a divulgação. Principalmente nos momentos de lançamento."

             A autora relata ter tido uma triste experiência com editora. A tentativa mal sucedida fez com que a mesma assuma todas as etapas desde a escrita, editoração e divulgação até a venda para o leitor.

             Durante o processo de escrita, o ritual da escritora é bem tradicional e funcional. Gosta do silêncio, pois acredita que é assim que consegue se transportar para dentro da história com mais facilidade. É imersa dentro da história que a autora está preparando uma serie de cinco livros. A "Liga do Sucesso" já teve o primeiro livro publicado (Minha Alma) no primeiro semestre de 2021. O segundo livro está prestes a sair. Com previsão para o final de Agosto, "Meu Prazer" chegará aos leitores nos próximos dias. A série trabalha com as partes essenciais do ser humano, explica Vera... A Liga do Sucesso será formada pelos elementos; Alma, Prazer, Poder, Imagem e Corpo. Os romances serão divididos também pelas regiões do Brasil. "Minha Alma", que teve seu protagonismo no Sul vem acompanhado de "Meu Prazer" que será na região Centro-oeste. "Minha Imagem" no Nordeste, "Meu Poder" no Sudeste e finalizando, teremos "Meu Corpo" no Norte.

"Além do romance procuro trazer reflexões importantes sobre cada tema. Em 'Minha Alma' foram abordados depressão, suicídio e relações abusivas."

               Pedi pra Vera fazer uma previsão de sua vida literária para os próximos dez anos e, para a alegria de todos nós, seus leitores, a autora diz que quer ter dezenas de livros publicados e ter seu nome associado a escritores que contribuem ao representar a mulher moderna e empoderada. Vera entende que é importante disseminar a nossa cultura, riqueza, belezas e não apenas o lado sujo e ruim que é o que geralmente é como as pessoas nos enxergam. Em relação ao mundo editorial como um todo, pedi para a autora falar um pouco da sua expectativa futura. Vera é bem contagiante ao dizer que realmente espera que tenhamos um crescimento, em números, considerável, especialmente por conta dos livros digitais pois, a facilidade e praticidade de ler em qualquer luar está incentivando muitas pessoas a criarem esse fantástico hábito; o da leitura. Até mesmo por meio do celular, tablet e outros hardwares essa prática está crescendo. Mas, a autora teme que com esse avanço tecnológico, a venda dos livros físicos possa cair na mesma proporção. É um fato que não está longe de acontecer de fato, porém, para os bons amantes dos exemplares, algumas estantes terão suas prateleiras preenchidas.

               Finalizando o bate papo, pedi que a autora nos apresentasse a si mesma, pela ótica da Vera Gardênia. A autora nos conta que é casada, tem dois filhos, três cachorros e é apaixonada por livros. Vera considera sua tranquilidade uma de suas maiores qualidades. Não costuma se preocupar por antecipação e gosta de coisas simples. "Não preciso de muita coisa para ser feliz". Avalia que seu maior defeito seja viver no seu mundo particular, pois gosta de ficar sozinha e se isolar. O que a incomoda é o preconceito, seja de qualquer natureza que seja. Vera não procura julgar o próximo e, utiliza seus livros para exercitar esse hábito em seus leitores. A pessoa e a autora Vera são extremamente sensíveis. Choram fácil com quaisquer historias de livros, filmes ou da vida real. Essa sensibilidade a flor da pele certamente a ajudam a criar intensidade em seus romances.

               Se pudesse voltar ao passado, diria para si mesmo para ser mais cautelosa e não acreditar em tudo o que dizem. Diria para si mesma observar mais o mundo a sua volta. Sua capa favorita é sua mesma. A capa de "Minha Alma" representa muito bem a história que a guarda. Um bom livro? A autora indica a duologia "Amor Insano" e "Amor Intenso" de Vanessa Benfatti. Foi um dos primeiros romances que a autora leu em e-book e foi inspiração para a decisão de se tornar escritora. As duas são amigas hoje e trocam experiências e aprendem juntas.

               Todas as obras da autora podem ser encontradas em:

www.veragardeniaautora.com


Deborah é uma artista completa que está atrás do seu espaço nesse mundo com tantos representantes. Talento, dedicação e carisma não lhe faltam. No tempo certo as coisas vão acontecer. Honra nossa tê-la como escritora por aqui. Ainda vamos ver esse rosto e lembrar desse nome muitas vezes.

Deborah Zanette

Julho 2021


               Ela é paulistana, mulher, escritora e sonhadora. Batizada há trinta anos com o nome Deborah Zanette, a artista escreve a pelo menos cinco anos, mas foi no ano de 2020 que "Reino em chamas" foi apresentado para os seus leitores. Deborah é apaixonada por arte em todos os sentidos e encara de fato como profissão. Formada em Artes Cênicas, a escritora acrescentou a carreira literária na sua vida. Quando perguntada sobre a sensação de estar sendo entrevistada por sua arte, a autora afirma que adorou a iniciativa do site, vide que a literatura, quando nacional, é sempre posta em segundo plano. Ela ressalta a exaltação e o dinheiro gasto em literatura estrangeira quando a produção nacional é tão interessante quanto. Mas, é um mau hábito do brasileiro não valorizar o material produzido no próprio território.

"Ainda assim, dá um friozinho na barriga. Ser entrevistado é um sonho de todo autor iniciante."

               A autora nos lembra lá durante a sua infância, quando sua mãe tinha o hábito de pedir para que ela lêsse durante a fase de alfabetização. Lembro de uma estória conhecida! "Acho que nossas mães são da mesma safra... Rsrsrs". Enquanto cozinhavam incentivavam a leitura dos filhos. No caso de Deborah, a mãe ainda a mantinha sob uma tutela. E foi assim que desenvolveu uma leitura mais rápida, dinâmica e com uma correta pronúncia. Deborah não demorou em fazer a transição que, em minha opinião, todos passamos. Transformar o prazer da leitura em escrever. E, foi em outubro do ano passado que ela lançou o seu primeiro e-book. "Reino em Chamas" é o primeiro livro de uma Duologia chamada "Dama de Fogo". Em fevereiro deste ano fez o lançamento do formato físico, o qual foi muito bem recebido. "Deborah, eu quero um exemplar hein!"

               Não foi por acaso que a trouxemos no mês de julho! Este mês, ela lança a segunda parte da Duologia. Estamos ansiosos para a divulgação da data de lançamento de "Rainha em Cinzas." A autora está confiante no lançamento e tenho certeza de que o sucesso é apenas uma questão de tempo. Deborah nunca deixou de ser uma leitora e gosta da sensação que os livros a proporcionam.

"Ler é a minha maneira de viajar sem sair do lugar. Com a leitura, eu posso nadar no mais profundo oceano ou flutuar entre as estrelas e, eu amo essa sensação..."

               A verdade que algumas folhas de papel em branco, uma caneta e muita criatividade podem mudar o mundo de muitas pessoas. Os livros funcionam meio que como um portal mágico onde alcançamos mundos diferentes, inexplorados e cheios de emoção. Para a autora, escrever é uma dádiva, principalmente quando pode proporcionar essa viagem para outras pessoas. Como leitora, Deborah Zanette ama fantasia. Segundo ela mesma, é o gênero que mais a identifica, mas quando se propõe a escrever, é na ficção histórica e nos romances que coloca suas melhores palavras e dedicação.

               Para a criação de seus personagens, ela assume que usa características de pessoas reais e até de si mesma. Quem a conhece mais a fundo pode identificar exatamente, principalmente detalhes íntimos que passam despercebidos por muitos. Para a autora, os personagens são criaturas vivas, domados pelos escritores ("nem sempre, hehehe") e, ainda assim, tomam atitudes diferentes das que nós programamos. ("Eu avisei!") Parece loucura, mas eles ganham vida, afirma a autora. "Eu costumo dizer que são nossos filhos. Concebemos cada um deles, os criamos e, em determinado momento, perdemos o controle sobre os mesmos".

               Entrei num assunto delicado com a autora e fui totalmente surpreendido. São três anos de entrevistas aqui no site e Deborah foi a primeira autora a dizer que nunca teve um bloqueio criativo. (Vamos tentar sugar aqui a sua fórmula mágica!) Deborah 1diz que costuma preparar os seus livros em tópicos, dividindo a história em acontecimentos. Então, mesmo se tivesse, por acaso, um bloqueio, poderia escrever alguma outra parte da história e retomar de onde travou. Mas isso não é um bloqueio? "Enfim... Anotado! Separar a história em tópicos!"

          Para mostrar o seu trabalho, como autora independente, sente a responsabilidade e liberdade pelo seu trabalho, inclusive de divulgação. A autora nunca teve nenhum contato com nenhuma editora. A autora não tem nenhum ritual específico para produzir. Basta que a ideia venha a mente que ela registra onde puder. Seja em um pedaço de guardanapo ou no bloco de notas do celular. "Mais uma vez em me identifiquei. Hehe..." Deborah diz que como a criatividade flui com naturalidade, não vê uma necessidade de criar um ritual ou rotina.

              Sobre projetos parados e em andamento, a autora nos contou que tem uma trilogia que escreveu ainda em 2010 que pretende revisar. É um mundo com profecias e bruxas. Além dessa trilogia, existe um romance em andamento. Ficaremos aqui ansiosos e, vamos cobrar! Como pretensão futura, Deborah diz que não vê muita mudança para os próximos anos. Mas, sonha em poder sair do seu emprego e viver apenas da escrita. Em contrapartida não sabe se será possível, pois apesar de muitos, ainda são poucos os leitores brasileiros. Quanto ao cenário de escritores nacionais a autora diz que o saldo é positivo.

"Somos um país multicultural, com uma riqueza imensa. Temos danças, músicas, comidas e tradições que são únicas. Isso deve ser motivo de orgulho."

               Pedi que Deborah nos indicasse sua capa favorita e uma leitura. A autora diz nunca ter ligado para capa, mas para a leitura ela indica "Lacantra" da autora Sally Dias. Finalizando a entrevista, pedi pra autora dar o seu parecer sobre o futuro editorial no cenário mundial e nos apresentar a Deborah Zanette pela sua ótica. Ela diz discordar da maioria das pessoas que acham que o livro impresso um dia vai acabar. Não é porque inventaram o aspirador de pó que as vassouras sumiram! - diz Deborah creditando sua palavra. Ela crê sim, em uma adaptação do mercado que notoriamente passará a focar mais nos formatos digitais e nos autores que tem apelo nas redes sociais.

               Falando de si mesma, a autora diz não ter tantos segredos. É atriz, escritora, canceriana e apaixonada por doces e viagens. Já foi marinheira e hoje é secretária. Deborah diz que não existe uma forminha de bolo que a comporte. Sempre teve rodinhas no pé e nunca soube negar uma chance de rir e se divertir. É casada com o seu melhor amigo, tem um cachorro e um gato que trata como se fossem seus filhos. Se pudesse dar um conselho para si mesma quando estava no começo de tudo, diria para nunca desistir dos seus sonhos. Reino em Chamas foi escrito pela primeira vez quando tinha ainda 13 anos de idade. ("Mais uma coincidência Deborah? Leia a minha entrevista em Junho de 2019"). Ela então reescreveu a história aos 18 anos de idade. Nunca a abandonou. A autora diz que deveria, na época, ter dado a cara a tapa e postado a história em algum lugar. Deveria ter lutado sem achar que ainda era muito jovem para isso.

Para conhecer mais da autora, basta clicar sobre a foto da mesma.


Eu conheci a Eliza através de seu canal no Youtube e ela fez uma resenha do meu último livro. Eu tinha que trazê-la até aqui para mostrá-la para você amigo leitor. É mais um talento da nossa literatura nacional que precisa do seu espaço, pois nos traz muita qualidade com o que se propõe a fazer.

Eliza Edgar

Junho 2021


            Este mês a nossa convidada é uma paulista de 35 anos de idade chamada Eliza Edgar. A escritora teve seu primeiro livro oficialmente publicado em 2019, mas considera ter mais tempo nessa caminhada da escrita. Além de escritora, é uma devoradora de livros. Leitora muito capaz e resenhista excepcional. Eliza agradece pela oportunidade de estar sendo entrevistada pela sua escrita. Diz que é uma honra fazer parte desse seleto grupo de autores independentes e diz que a iniciativa de dar visibilidade a nomes, muitos deles até então, obscuros na literatura, é acertada e muito interessante.

          Pedi que a autora falasse da importância que a Literatura tem na sua vida e como ela pretende perpetuá-la. Com muito otimismo, ela afirma que não costuma pensar nisso e se vê em cheque frente a essa pergunta.

"É estranho falar do que não costumamos pensar. A Literatura desde sempre impactou num sentido real a minha vida. Me levou a criar refúgios pessoais de sobrevivência e contato com o mundo..."

          Eliza conta que como mãe, procura incentivar o gosto de seus filhos com os livros, pois acredita ser um caminho de muita alegria. Mais do que incentivar, ela procura discutir a sociedade e comportamentos, pois são papéis fundamentais e atuantes da literatura. Eliza já escreveu muitas coisas, mas nunca teve nenhuma remuneração por seus textos. Logo, ela entende que nunca escreveu profissionalmente, neste sentido. Quanto à motivação para manter-se nesse mundo totalmente paralelo à vida real, Eliza diz que se sente uma pessoa solitária, de certo modo, então esse encontro com a literatura iniciou-se como um refúgio e tornou-se um grande hobbie. A escrita veio como consequência do "se encher" de resoluções e divulgações.

"Atualmente minha motivação mor é conduzir pessoas à reflexões de aparentes simplicidades do cotidiano e da realidade do que acreditam tirá-las da zona de conforto do próprio eu"

          E os gêneros que mais atraem essa autora e devota leitora? Eliza sempre foi atraída por dramalhões, novelões e sagas familiares. Ela parte do princípio que escreve o que gostaria de ler, então gosta de escrever os mesmos gêneros. A autora diz que descobriu recentemente que tudo o que escreve se alinha ao "noir-doméstico", que é um subgênero do Thriller. Perguntada em relação aos seus personagens, a autora diz que estes são um mix de sua imaginação com pessoas da vida real.

          E o bloqueio criativo? Ah... Ela simplesmente aprendeu a lidar também com esse fantasma que atormentas as mentes criativas de muitos autores. Eliza diz que tem uma composição de histórias que apresenta um bloqueio a cada passo avançado. Com isso, não costuma dar folga para o seu cérebro forçando-o a exercitar a criatividade, ainda que no meio de uma tempestade de ideias sem ligação entre si. Com a experiência que adquiriu durante sua carreira literária, ela ainda está descobrindo a cada dia a lidar com as dificuldades. E, o seu produto final chega às mãos dos leitores sempre com a qualidade que ela quer. No caminho, ela considera os meios que apresentam menos riscos para um autor iniciante. Por isso, opta pela publicação independente, sempre.

           Chegando naquele momento da entrevista em que tento "furtar" o segredo dos autores que por aqui passam, perguntei qual era o segredo para a criação. Eliza disse que quando se é mãe, não existe muito tempo para segredos. Seu rito, por exemplo, é tentar se centrar no objetivo de preencher da folha vazia do computador com o que lhe vier à mente.

          A autora tem um romance em andamento. O romance é algo perturbador que poderá trazer dúvidas e questionamentos para a visão particular de mundo para quem o ler.

"O romance é ambientado no interior paulista entre as de 30 e 90, em que assuntos de interesses atemporais serão trazidos e valores tradicionais serão questionados e postos à prova."

           Para o futuro Eliza diz ter várias pretensões, mas também tem ciência de que não tem pleno domínio do seu amanhã. Com isso não consegue enxergar um lugar exato e preciso para estar daqui a um ano. As expectativas que são criadas em sua mente, se mantém por lá apenas.

          "Ter muitos representantes brasileiros e independentes neste cenário literário de hoje é a demonstração de força de um povo com poucos recursos e a mercê de barreiras de grande desigualdade social, que resultam a literatura a ser, com as demais expressões artísticas num geral, desfrute de segundo planos de muitos" - diz a autora. Pedi que a autora falasse um pouco de si para finalizarmos o nosso bate papo. Eliza é categórica e mística em sua resposta. Ela diz que para falar de si, precisa saber exatamente o que eu quero saber, pois tem um sério problema com sínteses... E, se pudesse voltar ao passado e dar uma dica para si mesma, seria "Não comece!" - É um vício sem fim.

          Pedi que Eliza indicasse um livro e uma capa. A autora então disse que não se apega nessas coisas, mas considera um livro bem sucedido, "Trolados pela vida adulta" da autora Michelle Louise Paranhos. A autora finaliza dizendo que para o mundo editorial futuro, enxerga uma maior democratização do conceito do que é literatura.


Esse cara é uma daquelas pessoas que, se eu tivesse que pagar mensalidade para ter como amigo, certamente eu pagaria... Dono de uma mente brilhante e muito sensitivo, Naldo sabe usar bem as palavras à seu favor. Confiram...

Naldo Lacerda

Maio 2021


               Eu não sei nomear a pessoa que nasce em Tucuruí, mas como bom leitor e curioso que sou, recorri ao Google para me ajudar. Estê mês, quero trazer pra vocês um pouco desse Tucuruiense de 38 anos de idade cheio de sonhos. Há quatro anos na carreira de escritor, o até então docente Francinaldo Lacerda, que foi criado em Cametá, diz que ser entrevistado pelo que ama fazer, certamente é algo muito relevante para a sua divulgação como autor. O autor cita uma frase que me deixa muito satisfeito e me traz uma recíproca verdadeira... 

"É uma honra estar aqui..." 

               Perguntei ao autor qual é a importância que a literatura teve e ainda tem na sua vida. O amigo, Naldo Lacerda, diz que, através da literatura foi que desenvolveu criatividade e as virtudes de que precisa para tramitar os seus enredos. Eu conheci o Naldo na SEVAI 2020. Aliás, para quem ainda não está por dentro deste evento, a SEVAI é a Semana Virtual de Autores Independentes. Muitos dos que passaram e ainda passarão aqui no quadro, fizeram, fazem e farão parte deste evento. É a nossa bienal virtual. Procure nas redes... 

               Voltando à entrevista, o autor escreveu livros profissionalmente e pretende fazê-los por ainda mais tempo. Sua motivação para escrever? Naldo diz que, no aspecto da leitura, ele gosta de sentir a história, deixando sua imaginação fluir sem limitá-la; enquanto na escrita, gosta de transmitir sua metáfora da melhor maneira que aprendeu a fazer e desenvolver. Os gêneros favoritos do autor são Romance e Suspense Policial. 

"Meus personagens são todos frutos de minha imaginação. São eles quem vivem a história que eu só tenho que organizar na mente. No aspecto psíquico são formados por mim, mas uso o biotipo de alguns amigos ou famosos..." 

               Naldo nos conta como a mente dele é inquieta e isso é um ponto que o incentiva a escrever, ao mesmo tempo que pode se tornar uma cobrança perturbadora. Mas, essa "benção", podemos assim dizer, de ter uma mente que não para nunca o faz lidar facilmente com o bloqueio criativo. Quando a história não está fluindo como gostaria, o autor simplesmente muda uma chave em sua mente brilhante para escrever poesias. Como autor totalmente independente, ele usa as redes sociais para fazer o marketing pessoal. Sua meta é manter por perto os seus leitores e, conquistar muitos outros. Basta lerem algumas páginas desse autor para se tornarem fã de carteirinha... 

               Quando vai escrever, o autor prefere fazê-lo, sempre ouvindo uma música. Isso ajuda na fluência das ideias. Perguntado sobre projetos que estejam em andamento, Naldo nos conta que a continuação de "A Seita" pode estar por vir. Ela virá com outro nome, "O Último Truque". Está para vir também, uma produção em quadrinhos, baseada em uma lenda local, mas com toques do autor, mudando um pouco o enredo original. A longo prazo, o autor diz que ficaria muito feliz e satisfeito quando o Pedro Bial o estiver entrevistando. (O autor se diverte com a cena criada na sua mente criativa). 

               Peço para o autor destacar qual é a importância que ele vê de termos cada vez mais autores nacionais no nicho do cenário mundial. Essas palavras não condigo prescrever e as coloco na íntegra: 

"Haverá prestígio! A corrupção e a violência ainda são fatores que nos caracterizam. No entanto, a CULTURA LITERÁRIA será um ótimo extremo."

               Uma dica que o autor dá para quem está começando no ramo da escrita e, que daria para si mesmo, caso pudesse voltar ao passado é para publicar. Sim! Publicar sem esperar uma tragédia para isso... Naldo nos diz também qual é a sua capa e livro favorito. "O mistério do quarto fechado" - do autor Arodinei Gaia. As expectativas do autor para o futuro são que, após a pandemia, alguns eventos possam se tornar mais acessíveis para autores e para o público, uma vez que vimos que 2020 foi bastante difícil. O autor diz ainda que esse é um bom momento para criar, pois mesmo com a cabeça parcialmente presa à notícias desagradáveis, sobra tempo de qualidade para preparar o melhor para nossos leitores. 

               Finalizando nossa entrevista, peço para o autor Naldo Lacerda nos apresentar a pessoa Naldo. Ele diz que esse menino, sonhador, começou a escrever desde pequeno, mas muitos "escritos" ficaram guardados e se perderam. Ele sempre teve medo de cair na zona do ridículo. Na escola do bairro as pessoas o elogiavam pelos escritos que tinham acesso. Foi somente após a partida de seu pai que o autor assumiu sua persona, seu perfil literário. Muitas pessoas admiram o pouco tempo em que nasceram dois livros. Mas o primeiro, "50 minutos" já estava sendo rabiscado desde os seus 15 anos de idade. "A Seita" nasceu de uma reportagem que assistiu sobre homofobia. Não sou regionalista, porém isso não significa que eu seja um impostor. Gosto de escrever sobra ganância, mentira e preconceitos..." O autor diz que as situações que maculam ainda a humanidade são assuntos mais lidos. Com uma influência "Machadiana" e o espectro de Lispector, ele tem fortes influências em suas criações.


Marta é uma daquelas mulheres sonhadoras que teve a literatura como refúgio na infância e graças a Deus por isso. Hoje temos uma escritora fantástica cheia de sonhos e realizações pela frente. Conheçam um pouco dessa escritora...

Marta Machado Rocha

Abril 2021


          Ela nasceu em um Município da Bahia com pouco mais de setenta mil habitantes. Natural de Irecê, Marta Machado Rocha, essa escritora mostra que não existe fronteiras para a literatura nacional. Marta tem vinte e oito anos de idade e é pedagoga, apesar de, no momento, não estar exercendo sua profissão. Sua carreira literária tem pouco mais de um ano, mas isso não a diminui em nada. Marta sente-se privilegiada por fazer parte desse nicho de autores e agradece a oportunidade da entrevista.

          Para ela, falar de literatura é sempre muito prazeroso. Ela lembra da época em que ouvia muitas histórias quando ainda não era alfabetizada. Seus pais e avós foram os maiores incentivadores quando pequena. Assim que aprendeu a ler, a autora se encontrou consigo mesma e com esse mundo mágico que vive hoje.

"Quando aprendi a ler, usei a leitura como ferramenta de superação para a solidão e tédio, pois minha timidez me dificultava fazer amizades"

         A autora ressalta que, com a falta de energia elétrica, os livros e cadernos passaram a ser companhia para matar o tempo. E como sabemos, logo a paixão foi inevitável. Durante a adolescência, quando queria e precisava de alguém com quem dividir suas alegrias e frustrações, os cadernos foram seus melhores ouvintes e amigos. A evolução desse contato que nasceu como alternativa foi tamanha que, na vida adulta, ela ficava confortável com eles, mas ainda sentia-se imatura para lidar com outras situações. Com o gosto pela arte de ler, Marta conheceu alguns livros de Augusto Cury. Eles a ajudaram muito. Ela já sabia que seria capaz de escrever, e foram as palavras desse famoso escritor que ratificou essa idéia que amadureceu rápido. O primeiro contato de Marta agora com a escrita profissional tornou-se realidade e o seu primeiro livro publicado em formato e-book encontra-se disponível na plataforma Amazon.

          Marta tenta inserir a literatura na vida dos filhos sempre lendo para eles, mas sem dúvidas, o maior incentivo que pode dar é o exemplo de vida. Os filhos já amam as leituras, pois elas despertam a imaginação. Ela se atenta para as faixas etárias dos filhos, para prender a atenção com textos apropriados. A leitura certamente traz cultura e aprendizado principalmente. Marta sorri e afirma que hoje escreve porque ama criar seus próprios personagens e mundos. O que começou como uma fuga da solidão tornou-se prazeroso e essencial. A escritora, enquanto leitora, lê de tudo um pouco, mas o que mais a chama atenção são os livros de fantasia e romance.

"Fora da minha zona de conforto, já escrevi um conto de terror que foi selecionado e publicado em uma revista de literatura fantástica."

          O processo de criação de seus personagens mescla características observadas em pessoas reais com outras totalmente inventadas. Essa é a "fórmula mágica" para o sucesso de seus personagens. E, quando se encontra com bloqueio criativo, a autora gosta de ouvir músicas. Já falando de como mostra o seu trabalho para o público, Marta publicou seu primeiro livro de forma totalmente independente, mas, por enquanto, ainda não está disponível em formato físico. A autora tem interesse em trabalhar com uma editora um dia... (Fica a dica para as editoras que leem aqui.) Para escrever, geralmente, prefere o silêncio, porém, dependendo do que estiver escrevendo, uma música pode ser um ponto motivador. A autora lembra que enquanto escrevia "Vidas Entrelaçadas", repetia diversas vezes a música "Send me Angel", do Scorpions.

"Essa música serviu de inspiração para a construção do personagem chamado Pedro".

          Em relação ao futuro, Marta diz estar apenas vivendo o momento tentando dar o melhor de si sempre e, acreditando que seu empenho vá gerar bons frutos. Como todos nós já sabemos, essa é a fórmula do sucesso. Fazer o que se ama, sem pensar somente nas recompensas. Em longo prazo, a autora espera publicar a versão física do meu livro, e publicar outros livros tornando sua escrita mais conhecida. A meta principal é conseguir novos leitores.

       Em relação ao cenário literário, ela afirma o quanto é importante termos autores brasileiros no cenário mundial apesar de, perceber com dissabor que a literatura nacional ainda é muito desvalorizada. Chegando ao fim do nosso bate papo, pedi para a autora falar de si mesma. A Marta, por Marta Machado... Assim como é para a maioria das pessoas, ela diz não ser uma tarefa tão simples, mas se arrisca sem medo. Marta é uma pessoa dócil, simples, que tenta cuidar da casa, de quatro crianças e ainda escrever. Dentro de um relacionamento estável há mais de seis anos. "A Marta procura evoluir, de forma que possa ser hoje, melhor do que foi ontem." - diz a autora em terceira pessoa. No auge da sua ciência, a escritora usa uma frase que é tão simples quanto causa impacto.

"Procuro fazer o que posso para que o mundo seja melhor."

          Um conselho que a autora daria para si mesma é: Não desista! Não vai ser fácil, mas vai valer à pena. O desejo de escrever sempre existiu, apesar de Marta ter demorado pra levar isso a sério. Escrever um livro foi uma das experiências que mais mexeram com ela. Pensando aqui comigo... Acho que posso parafrasear a autora. Acho que muitos de nós autores podemos. É um turbilhão de emoções que nos invade sem precedentes. Quando pedi uma indicação, a autora diz que não é fácil indicar apenas um livro. Poderia fazer uma lista imensa de livros maravilhosos. Mas, como toda lista começa com um livro, ela indica "Homens não Choram" (+18), de Jadiael Viana (que já esteve aqui conosco. Veja a entrevista de Agosto de 2019). Marta diz que foi o primeiro livro que ela leu do autor e a impactou profundamente. O mesmo acontece com as capas. Aqui vão três que têm tudo a ver com as histórias apresentadas em seus livros. São eles: "Paraísos de Vidro", do autor Jadiael Viana (BIS); "O Relógio de Vidro", da autora Simony Peres (Entrevistada de Dezembro de 2019) e, "De Berlim a Lisboa", da autora Gisele Servare (queremos você aqui). A expectativa da autora é de um mundo editorial mais acessível tanto para escritores quanto para os leitores.. O livro de Marta Machado pode ser encontrado na Amazon.


A arte de escrever tem me trazido muitos amigos e é sempre uma honra trazê-los para este espaço e apresentá-los para ainda mais pessoas. Este, é mais um autor de respeito, que vem ganhando espaço com seu talento e carisma... Quero que conheçam o grande...

Patrick Sousa

Março 2021


               Ele é piauiense, nascido na cidade de Picos, a vinte e sete anos atrás. Foi batizado com o nome Patrick Sousa. O garoto prodígio escreve a pelo menos cinco anos e ama fazer isso. Reconhece o prazer de existirem os leitores e também, as pessoas que se dedicam a divulgam e enaltecer a literatura nacional. Afirma ser um trabalho essencial.

"...especialmente para escritores iniciantes e independentes. Sinto-me muito honrado em dar meu depoimento para que milhares de pessoas conheçam nosso trabalho e que de certa forma, as incentive a escrever e publicar também."

               Para Patrick, a literatura humaniza ao mesmo tempo que liberta os monstros que atormentam as pessoas de uma maneira geral então, ele define em sua vida, a literatura como o oxigênio que respira e o mantém vivo. Para perpetuá-la, assume a postura de contribuir escrevendo e divulgando seu material nas redes sociais, na imprensa e em todos os meios que pessoas possam ter contato.

              Patrick é um desses escritores completos, com recursos de escrita e muita criatividade. Ele já tem quatro livros publicados fisicamente. São eles: "Segredos de família" (Editora Grama, 2017), "O mistério do vale das pedras encantadas" (Letras e Versos, 2018), "Mil vezes te amarei" (Letras e Versos, 2021) e, "Pelas janelas da alma" (Letras e Versos, 2021). Além das ficções, o autor também já colaborou com capítulos de um livro acadêmico. O autor sorri ao dizer que ler é, na verdade, ainda que pareça simples clichê, decidir viajar sem sair de casa. É poder conhecer novas "pessoas" e explorar mundos ainda não conhecidos. Juntando todas essas definições, não fica difícil entender por que se torna o hobby mais prazeroso do mundo. E quando podemos criar esse hobby para mais pessoas escrevendo a nossa estória, criando o nosso mundo... É indescritível.

               O autor gosta de ler romance, fantasia e suspense. Se o livro tiver esses três elementos juntos, vira certamente livro de cabeceira. Ler aumenta a capacidade psíquica de escrever. Quando questionado ao que gosta de escrever, o autor nos revela sem nenhuma parcimônia que escreve de tudo um pouco. Vai desde o erótico, até romance, suspense e terror.

"O escritor não pode se limitar a um gênero específico, nunca. Ele tem que arriscar, tem que visitar outras dimensões.."

               Na arte de criar personagens, o autor diz que eles sempre serão fruto de sua imaginação, com doses e características rebuscadas em pessoas que conhece ou não. Mas essa fusão se faz necessária, sempre. O autor sempre mescla pitadas de personalidade de algum amigo ou de pessoas que convive com pessoas que lhe vem à cabeça. No entanto, a criatividade do autor o permite estar sempre na ativa e assim manter afastado os períodos menos férteis. Se bem, que de vez em quando, não há como escapar dos bloqueios na criatividade. Patrick conta como é horrível e, às vezes passa semanas e até meses sem escrever uma linha sequer...

         Quanto à forma de mostrar o seu trabalho, o autor diz que a publicação independente tem seus pontos altos e baixos, mas que Infelizmente, a maioria das editoras de pequeno e médio porte são apenas "destruidoras de sonhos" ao pensarem somente no dinheiro,

"Elas estão pouco se lixando para realizar o sonho do escritor em ter seu livro publicado e circulando nas grandes livrarias. As grandes editoras só publicam autores estrangeiros na certeza que venderão milhões de exemplares. Sou totalmente entusiasta e favorável a auto publicação em boas gráficas."

               Patrick diz que para criar, tem um mantra: só escreve tomando café e, em total silêncio, de preferência sem ninguém por perto e sempre de madrugada. Essa fórmula tem mantido o ritmo constante e como já fora citado, são quatro livros impressos publicados e oito em e-book, disponíveis na Amazon. No ano passado publicaria o quinto físico, mas devido à pandemia, adiou para este ano. Então teremos material novo esse ano. Patrick também está escrevendo mais um livro, e só Deus sabe quando este será publicado. Ainda não definiu o formato. Apesar do ritmo constante das produções, o autor diz não ter grandes pretensões nesse mercado, tendo em vista todas as dificuldades existentes, mas espera que em dez anos já tenha ganhado alguns prêmios importantes, seja reconhecido pelo seu trabalho e tenha um público cativo. Fala ainda sobre a importância de termos cada vez mais autores brasileiros no cenário mundial. Diz que é excelente para quebrarmos as barreiras dos preconceitos e democratizar nossa cultura, tornando-a cada vez mais popular e representativa.

               Chegando ao final do nosso bate papo, pedi ao autor que apresentasse a si mesmo com os seus olhos. Como ele enxerga o Patrick autor e o que tem para falar para seu público... Depois de uma pequena pausa, ele diz que é apenas um garoto sonhador de 27 anos que gostaria de ser eternamente criança. Assume a síndrome do Peter Pan entranhada em si. Diz-se um chocólatra assumido e que ama café. Um cara simples e, que continuaria assim, mesmo se fosse muito rico. O autor ainda falaria para si mesmo, se pudesse voltar ao passado para ter um pouco mais paciência, revisar melhor seus textos e livros e trabalhar, principalmente o marketing.

               Pedi que o autor nos indicasse sua capa favorita e um livro como próxima leitura... Na ordem, ele indicou "Pelas Janelas da Alma". E uma leitura, indicou "Paraísos de Vidro", de Jadiael Viana. (Esse autor já foi entrevistado aqui em Agosto de 2019). As últimas palavras de Patrick no nosso bate papo foram...

"Quero mercado editorial cresça cada vez mais o número de autores publicando seus livros".


Essa mulher é mais uma dessas autoras que enriquecem o cenário brasileiro e me surpreende com seus textos. Claro, que eu não podia guardar isso, já que a missão é elevar a literatura nacional. Acompanhem mais uma entrevista e surpreendam-se... Com vocês, nos próximos cinco minutos de leitura...

Onivid Silva

Fevereiro 2021


               A Cidade era Morrinhos, interior do estado de Goiás. O ano era 1988 e nascia ali, uma menina que foi batizada com o nome Onivid Silva. Desde que aprendeu a escrever, ainda criança, tomou esse hábito como estilo de vida e escreveu, escreveu muito. Já no ano de 2018 ela publicou o seu primeiro livro...

               Sim, eu poderia aqui contar essa história linda pela minha ótica, mas resolvi entrevistar essa, hoje mulher, e entendê-la desde os seus sonhos de menina. Uma satisfação ter essa autora aqui no quadro. Ela que se sente imensamente feliz com mais esta iniciativa, pois acredita que precisamos de mais pessoas no mundo que abracem a literatura e os autores brasileiros. Como comecei a contar na estorinha, Onivid sempre ocupou grande espaço de sua vida nos livros. Eram o seu refúgio. Aprendeu neles a conhecer outras culturas, modos de vida e adquiriu muita experiência. É sempre bom manter em prática o hábito dos livros. Para perpetuar a literatura na sociedade, Onivid tem um plano traçado...

"Eu trabalho tanto com a escrita quanto com divulgação, através do meu canal no Youtube e com o meu Instagram Literário..."

               Dentro de casa, com familiares e amigos mais próximos, o incentivo é feito da melhor maneira que se pode... Através do exemplo no dia a dia. A autora se orgulha e reconhece que tem dado muito certo. Onivid já teve participações em antologias e faz resenhas em suas redes sociais além de manter textos diários em uma conta de Instagram onde dá dicas para escritores iniciantes....

               A autora sente motivação na leitura. Afirma que ler é um ato muito prazeroso, pois as folhas permitem que ela mergulhe em um mundo completamente novo, jamais imaginado, feito por outra pessoa. É quando ela realmente se desliga do mundo real e pode assim absorver todas as sensações e emoções que a leitura lhe permitir sem nenhum pormenor. Sem medo de ser feliz. Mas quando pergunto sobre a motivação para escrever... Aí sim ela diz o que sente de verdade...

"Escrever é quase que uma necessidade. Preciso externar esse Universo que eu crio dentro da mente. Seria egoísmo não dividir..."

               Quando falamos de gêneros literários, a autora disse amar ler e escrever três gêneros especificamente... Fantasia, thrillers e romance contemporâneo. Agora, falando de personagens, ela diz que eles são um misto de muitas coisas. São frutos de sua imaginação, mas podem carregar consigo; a inspiração de outros personagens de filmes e livros, mas nunca de pessoas próximas. Do mundo real, eles podem ter um pouquinho dela. Onivid confessa que às vezes cria algum personagem secundário que a representa dentro da história.

               Eu adoro ouvir os autores falando sobre o período de bloqueio criativo... Aprendo sempre com eles, mas Onivid não me surpreendeu. A autora usa o mesmo método que eu. Quando o bloqueio para escrever, criar, aparece... Ela vai ler, assistir séries ou filmes. E é claro, que por experiência própria, sei que isso ajuda muito, pois a inspiração acaba ganhando força para voltarmos a escrever fazendo que, o bloqueio não dure muito mais do que alguns dias... Para mostrar o seu trabalho para o público final, a autora prefere publicar de maneira independente e assim, manter o controle total de tudo o que está acontecendo, desde a criação até a entrega. Onivid publica suas estórias na Amazon e disponibiliza também em formato físico, neste caso diretamente com ela. A autora aprova o método escolhido e diz estar dando certo. Ama receber o feedbak de seus leitores.

               Perguntei se ela tinha algum ritual para escrever, pois sabemos que alguns autores precisam de silêncio total, outros de uma caneca de café... Essa versatilidade de dengos que nós autores precisamos para aflorar ainda mais a mente. Para Onivid, o essencial é ter um grande copo com água do seu lado. (Essa eu ainda não tinha visto...) Fora isso não precisa de muitos requintes não. A autora diz que é capaz de escreve mesmo se o ambiente estiver barulhento. No momento, está escrevendo um livro de suspense que conta a história de uma investigadora tentando descobrir a identidade de um assassino em série.

"Estou ansiosa para finalizar e poder ver a reação dos leitores. Isso é o que nos motiva."

               Para o futuro, a autora pretende, a longo prazo ser reconhecida como escritora profissional no território nacional. Ela quer que as pessoas saibam de quem estão falando ao ouvir o nome dela, ou algum livro seu. Para isso, pretende continuar escrevendo fantasias, thrillers e romances contemporâneos e, ilustrando cada um dos seus livros, pois acredita na mágica que as ilustrações e mapas podem levar para a história e memorização dela.

               Falando da importância de termos cada vez mais autores brasileiros dentro do cenário mundial, a autora diz conhecer inúmeros autores independentes maravilhosos e gostaria que todos tivessem a oportunidade de se destacar, pois isso ajudaria muito na valorização da literatura no Brasil e da brasileira no mundo. "Bom... O canal tá aqui esperando vocês!"

               Para finalizar o bate-papo eu pedi que a autora apresentasse a Onivid como ela a vê. Depois de uma breve reflexão ela diz que Onivid é uma mulher multitarefas, sempre cheia de ideias envolvendo a criatividade. Se fossem duas, ainda assim não conseguiriam colocar em prática tudo o que almeja. Centrada, decidida e muito caseira. Totalmente família... Apaixonada por atividades físicas e se perde no tempo quando está desenhando, escrevendo ou lendo. Se pudesse aconselhar a Onivid do passado, diria para ela não jogar os seus escritos fora, também falaria para não levar em consideração as pessoas que diziam que publicar um livro era muito difícil ou que isso era só para quem tem dinheiro...

"Eu diria para aquela menina não ficar chateada com as pessoas que tentaram diminuí-la ou desestimularam os seus sonhos, pois apesar de seus fracassos pessoais, não podiam impedir que a menina acreditasse no seu potencial e buscasse reconhecimento e respeito."

               Pedi que a autora indicasse sua capa e livro favoritos... Ela nos deixou como indicação o livro "Faces" de Caius Augustus. Disse ainda que é um escritor e ilustrador brilhante e que teve a honra de resenhar o livro dele.

               Para o futuro editorial, Onivid imagina que os livros digitais irão ganhar mais espaço e visibilidade por parte das editoras, tendo em vista que é um mercado em ascensão. Mas nós, autores, pedimos para os leitores que isso não deixe os livros físicos obsoletos.

A lista completa dos trabalhos da autora esta disponível em:

https://www.amazon.com.br/s?k=Onivid+Silva&i=digital-text&__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&ref=nb_sb_noss_2


Ela é versátil, mulher, escritora, poetisa e está sempre pronta quando o assunto é elevar nossa cultura nacional. Mais uma amiga que fiz na SEVAI e mais uma parceria de muito sucesso. É com muita honra que tenho o prazer de trazer para vocês, abrindo 2021, a nossa querida...

Cris Ávila

Janeiro 2021


     É... Sobrevivemos ao ano de 2020 e não podemos perder a esperança. Em meio a tempos difíceis, sempre existem aquelas pessoas que são motivacionais e se tornam referência para o crescimento de um bem maior. Muito honrado de trazer para vocês, logo no primeiro mês desse novo ano, essa mulher que aprendi a admirar pelos seus feitos e ideologias...

          Ela é do Rio de Janeiro, se chama Cris Ávila e tem 46 anos. Não sabe estimar seu tempo de carreira, pois segundo ela, sempre escreveu, mas foi em 2018 que ela lançou o seu primeiro livro físico. Começamos a entrevista com a autora exaltando a iniciativa do site. Para ela, esse é um espaço incrível. Um espaço que permite que novos artistas sejam apresentados e cria uma afetividade ,além de, encurtar a distância entre autor e leitor. Espaço onde escritores podem e devem mostrar seus trabalhos, falar de seus sonhos, desejos e apresentar suas propostas para um futuro a médio prazo.

"Fiquei lisonjeada pelo convite. Senti-me muito especial, porque é a nossa transparência, falamos do que nos move para o lado artístico."

           Cris é poetisa... Para ela, falar de si mesmo não é costumeiro. Afinal de contas, poesias são sentimentos transpassados em palavras. Um poema diz muita coisa, mas quase sempre para o outro. A autora afirma com letras maiúsculas que "A LITERATURA É A SUA VIDA." Ela lê e escreve desde sempre. Tem sempre voz e ouvidos voltados para a cultura em forma de palavras. Cris diz que sua voz e seus ouvidos são tão essenciais quanto seus braços e pernas. A autora diz que perpetuar a literatura para os mais chegados é obrigação, mas o desejo que tem é de perpetuá-la, através de sua contribuição, para todo o sempre. Ela diz querer ser "imortal" Morrer fisicamente é inevitável, mas manter sua voz ativa nas prateleiras de livrarias, a tornará muito feliz. Um livro feito poderá ser lido em muitas outras gerações.

               Cris Ávila possui atualmente dois livros publicados: "Você é Poema - Delícias do Cotidiano (2018) e, Temperos Poéticos (2019.) Este segundo é na verdade o desdobramento do seu primeiro livro em formato e-book, pois em 2017, ela havia publicado uma pequena amostra com o nome Temperos Poéticos e Delícias do Cotidiano, na plataforma da Amazon. Mas as suas obras não param por aí... Ainda em 2017, a autora participou de uma coletânea chamada "Poesia que dá livro". Esta coletânea foi aprovada e aproveitada pela 7º CRE, na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro e foi para as escolas. Em 2019 também lançou com outros autores, uma antologia denominada "Palavreiras". Este lançamento foi feito na Bienal daquele mesmo ano. Em 2020 participou de antologias como "Reverdecer" da Editora Delicatta, "Alma de Poeta" da Editora Litere-se e "Experiências de Escrevivências", que é um projeto de poesias que nasceu durante a pandemia no COLEI - UERJ. Pro ano de 2021, ela está trabalhando em mais um projeto, que vamos contar mais pra frente...

             Como leitora, a poetisa procura muitas coisas, incluindo identificação. Ela lê desde conhecimentos diversos, científicos, acadêmicos, distração, hobby, esclarecimentos atuais a biografias... Procurando sempre entender o perfil de cada indivíduo que se propõe a escrever. Não se priva de gibis e revistas, pois toda forma de expressão textual é válida.

"Para escrever basta que eu esteja de olhos abertos. Nada passa despercebido e até mesmo os sonhos são motivos para a escrita, mas o que mais me atrai é o cotidiano."

            As simples movimentações do dia a dia, uma conversa com um amigo... Tudo pode ser transformado ou aproveitado para a escrita. A autora lembra que já escreveu até mesmo dentro de um coletivo quando o mesmo estava prestes a ser assaltado. Por motivos óbvios, logo depois que o problema passou; sua mente a pressionou para externar toda a angústia daqueles momentos de apreensão. Cris lembra também de outra experiência que foi muito interessante. Quando escreveu de dentro do avião. Ela conseguiu passar para a tela do celular tudo o que sentia em seu coração naquele momento. Como todo "marinheiro de primeira viagem" os pensamentos nessa situação são os mais variados. Mas ela encontrou um motivo ali para escrever poesia.

             Apesar de garimpar todos os gêneros literários, a autora e poetisa, assume sua paixão e afeição pelos poemas. Não podia ser diferente vindo de uma pessoa que se intitula poetisa. Mas eu a questionei; como ela precisa estar no momento da criação? É preciso estar sentindo tudo à flor da pele? Para a minha e para vossa surpresa, ela disse que tem duas formas disso acontecer, mas também há a opção da fusão de ambas. Quando a situação é de euforia, o combustível para escrever é abundante e incendiário. Mas, são nos embates da vida que as respostas são transferidas da sua mente para o papel. Elas percorrem cada veia do seu corpo energizando vibrações, escorrem pelas pontas dos dedos e nascem lindos poemas.

"Assim vou dando vazão aos sentimentos e os transformo em textos diversos: alegrias, tristezas, preconceitos, conselhos, relacionamentos, família, desejo e desabafos."

             A autora afirma que essas experiências não necessariamente precisam ser próprias, mas de outro alguém real ou até mesmo imaginário. Sabe a mistura...? Coisa de artista. Flui, nasce, renasce e ganha corpo. Assim como outros artistas, Cris muita das vezes se surpreende ao ler alguns de seus textos e pensa... "Não fui eu quem escreveu isso..."

             Quando entramos no campo do bloqueio criativo, a poetisa é sensata ao dizer que houve tempos em que o ritmo era frenético. Ela já chegou a escrever dezenas de poesias em um único dia, e outros que não consegue nem olhar para uma folha em branco. Mas isso é muito natural em sua opinião. "Isso faz parte da vida de qualquer escritor!" Entre um livro e outro, Cris aventurou-se a fazer um infantil. Demorou quase dois anos para terminar, e olha que só faltava um capítulo. Mas deu branco, perdeu o interesse, sentia-se frustrada, tentava escrever como obrigação... Nada adiantou. Ela diz que tem que deixar fluir.

           Os leitores de Cris Ávila variam na faixa de 8 à 80 anos! São pessoas! Interagem, conversam, dão palpites e ela tenta compreender tudo o que ouve em feedback. Cris usa as redes para disponibilizar a maioria dos seus trabalhos. Podemos achar Cris no Youtube, Instagram e Facebook. Basta digitar "Cris Ávila Escritora" em qualquer uma das mídias e pronto... Conteúdo de qualidade ao alcance dos olhos. Apesar de usar as redes como forma de divulgação, Cris também já passou por aquele enigma de qualquer escritor. Escolher uma editora ou lançar-se independente? Relata essa experiência com seu e-book na Amazon. Quando quis fazer seu livro físico, tomou todas as medidas como registro de obra, mas deparou-se com a necessidade de ser além de escritora, editora. Cris fala da burocracia que é tamanha para se publicar arte. São tantos artistas que querem falar, possuem conteúdo de qualidade e são "calados" pela burocracia financeira.

           Pensando nisso, ela criou um projeto denominado "Dando Vozes". Vamos falar dele... Cris tem trabalhado na elaboração de um livro chamado "Se tens um dom, seja!" É uma antologia organizada pelo escritor Bruno Black, com lançamento previsto para 2021 durante a FLIP, evento que acontece em Paraty.

          O "Dando Vozes" acontece no seu canal do Youtube. Consiste em uma live, sempre com um convidado artista de qualquer área. A finalidade é dar voz aos textos.

"Existem pessoas que às vezes gostariam de escrever algo, mas elas não conseguem. É nesse momento que ela encontra no texto de outra pessoa tudo o que desejaria falar ou escrever. Essa é a ideia principal de dar voz..."

             O projeto também pode ser acompanhado pela plataforma Instagram no (instagram.com/dandovozes). Como já citei, é um espaço como este aqui, mas em vídeo. Um de frente a frente onde o leitor, telespectador pode interagir ao vivo com o convidado. Eu, o Dudu Saavedra, já participei duas vezes do dando vozes. Como entrevistado, e como entrevistador. Como o projeto tem live todos os dias da semana, Cris conta com parcerias para dar seguimento e Consistência nas entrevistas.

             Cris não tem rituais para escrever. Qualquer hora é hora, mas quando se sente ansiosa no meio de um trabalho, um doce qualquer pode dar uma suavizada no estresse. A autora se vê em constante evolução e sua pretensão para os próximos dez anos é decolar. Mas ela quer ser somente uma integrante da cabine. O que tem que voar é a cultura. Como o brasileiro é muito criativo, a poetisa diz que temos que colocar todo o nosso potencial para fora. Tudo o que está na mente deve ser esvaziado, sem medo. Precisamos nos valorizar.

             Finalizando a entrevista, pedi que a autora nos apresentasse Cris Ávila com seus próprios olhos. Cris é pedagoga, tem duas pós na área de educação e é funcionária pública. Já fez de tudo um pouco. Desde o comércio à beleza feminina. Gosta de cozinhar, mas preferem que cozinhem pra ela... É espírita e frequenta regularmente um centro. Se ela pudesse dar um conselho a si mesma, seria: "Coloca logo esse material na rua menina." Ela diz que no começo tinha receio do que as pessoas iam achar, mas sabemos que isso não é privilégio somente da Cris. Para finalizar, ela diz que o Universo Literário é abrangente e tem espaço para todo mundo. Então....Vamos querer!

              O livro "A Cabana", de William P. Young marcou muito Cris, mas é a biografia de Chaplin onde ela se encontra. "Aquele homem, sem usar as palavras, deu o seu recado para o mundo inteiro". Como indicação, ela deixa o livro "Lagarta, Crisálida, Borboleta", da autora Ana Cristina Rosito.

"Como a quarentena é mundial, é inevitável que o cenário não mude. Os olhares tiveram que se adaptar aos novos tempos."

            Com essa frase, ela entende e pede para que o leitor não se perca, mas se habitue ao novo. E quanto aos escritores, alerta que há uma infinidade de meios de chegarmos ao leitor final. Os mais resistentes à tecnologia precisam dar voz ao seu próprio trabalho e engatinhar na modernidade.


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